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«FORÇA 17»: A UNIDADE DE ELITE DA AUTORIDADE NACIONAL PALESTINIANA (Parte I)

Por • 7 Mar , 2009 • Categoria: 09. ONTEM FOI NOTÍCIA - HOJE É HISTÓRIA Print Print

NOTA PRÉVIA

Existem talvez três processos-tipo que podem ser usados para se escrever sobre este tema:

– o primeiro é baseado em considerações gerais, quase sempre publicadas por analistas políticos nos principais Órgãos de Comunicação Social (OCS);

– o segundo, uma investigação exaustiva com contornos jornalísticos, mas sempre apoiada em informações vazadas pelos poderosos Serviços de Informação;

–  o terceiro, uma espécie de mescla dos dois primeiros processos enunciados com uma abordagem particular, fruto de pesquisas pessoais e/ou outras com carácter amador.

Este resumido artigo é uma introdução à história da principal força de elite – “a “FORÇA 17” – ao serviço do Presidente da Autoridade Nacional Palestiniana – ANP (As-Sulta Al-Wataniyya Al-Filastīniyya), e não se deve incluir em nenhum dos três processos tipificados, muito embora, como os leitores irão observar, contenha um pouco de cada um deles.

Porém, pretende-se que seja um trabalho fruto de muito entusiasmo e, especialmente dedicado aos amantes da história e simbologia afecta às unidades especiais (foi publicado pela primeira vez, uma edição do autor – António E. S. Carmo – em 2007, com o título «A GUARDA PRESIDENCIAL DA ANP») independentemente das suas origens, causas ideológicas, acções bélicas ou outras de carácter politico-partidário.

Aos leitores com posições politicas mais radicais sobre a problemática do Médio-Oriente, relembro que a ANP é a instituição estatal semi-autónoma, estabelecida como parte dos “Acordos de Oslo” (Agosto/Setembro de 1993), responsável pela governação de partes da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. Ainda conforme os mesmos “Acordos de Oslo”, a ANP é responsável, também, pela administração dos assuntos de segurança e civis nas áreas urbanas e, somente civis, nas áreas rurais.

O actual Presidente da ANP é, MAHMUD ABBAS, um militante oriundo da facção Al-Fatah, eleito depois da morte do seu líder histórico e primeiro Presidente: o Eng. YASSER ARAFAT.

«OLP»: CONSTITUIÇÃO E OBJECTIVOS POLITICOS

Com a finalidade de formar um estado independente numa área territorial denominada PALESTINA, um grupo de movimentos políticos e paramilitares árabes-palestinianos organizou-se sob a sigla OLP: ORGANIZAÇÃO DE LIBERTAÇÃO DA PALESTINA (Munazzamat al-Tahrir al-Filastiniyyah).

Criada em 1964, na cidade do Cairo (Egipto) sob os auspícios do Presidente Gamal Abdel Nasser teve, como seu primeiro presidente, um advogado de origem palestiniana, Dr. Ahmed Shukeiri, e a intenção política de representar um Governo para os refugiados palestinianos saídos da Guerra Israelo-Árabe de 1948.

Paralelamente foi formado, também, o seu “braço armado” que se auto-intitulou: EXÉRCITO DE LIBERTAÇÃO DA PALESTINA (ELP).

Esta organização política e paramilitar foi, desde sempre, integrada por várias facções e/ou movimentos, dos quais destaco os mais representativos(1): AL- FATAH ou FATAH; FRENTE POPULAR DE LIBERTAÇÃO DA PALESTINA (FPLP); FRENTE DEMOCRÁTICA DE LIBERTAÇÃO DA PALESTINA (FDLP); FRENTE DE LIBERTAÇÃO DA PALESTINA (FLP); UNIÃO PALESTINIANA DEMOCRÁTICA (UPD) ou FIDA; PARTIDO DO POVO PALESTINIANO (PPP); AL-SAIQA; FRENTE DE LIBERTAÇÃO ÁRABE (FLA); FRENTE PELA LUTA POPULAR PALESTINIANA (FLPP) e FRENTE ÁRABE PALESTINIANA (FAP).

Em 1967, depois da derrota humilhante imposta pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) aos estados árabes, naquela que ficou conhecida como a “Guerra dos Seis Dias”, o Dr. Ahmed Shukeiri renuncia ao cargo de líder da OLP, permitindo assim que outras facções armadas se destacassem na resistência ao “invasor sionista”.

Factores como a aparente desorganização, tanto na vertente política, como na vertente militar, e a ausência do apoio decisivo do Egipto e da Síria (debilitados pela “Guerra dos Seis Dias” e/ou Operação “FOCUS”), levaram as chefias militares israelitas a lançar uma ofensiva no interior da Jordânia para liquidar, definitivamente, as forças mais aguerridas do Movimento de Libertação Nacional da Palestina e o seu principal líder: a AL-FATAH(2) e o Presidente YASSER ARAFAT.

Fixados os objectivos, (21 de Março de 1968) as FDI empenham uma unidade especial, várias unidades de infantaria apoiadas por blindados e lançam um assalto ao acampamento militar palestiniano da AL-FATAH, situado nas proximidades de um pequeno aglomerado populacional jordano chamado AL KARAMEH (em língua árabe significa “HONRA”).

Surpreendidos pela encarniçada resistência, os militares israelitas ainda conseguem cercar o acampamento, mas as Forças Armadas Reais da Jordânia enviam reforços (carros de combate e artilharia) e mudam o desfecho final da batalha, obrigando as FDI a retirarem sem cumprirem os objectivos previstos.

Terminada a batalha que a história baptizou como a “BATALHA DE AL KARAMEH”, surgiram as histórias, as lendas e os mitos e, com ela, “nasce” a maior autoridade guerrilheira no imaginário da resistência palestiniana: o líder da Al-Fatah, Eng. YASSER ARAFAT.

Para a história das acções armadas palestinianas, esta é (ainda hoje) considerada a primeira vitória sobre as Forças de Defesa de Israel (FDI), pois estas foram obrigadas a retirar desordenadamente e sem uma vitória retumbante no campo de batalha: nenhum território novo foi ocupado; nenhuma ponte, aeroporto ou estrada foi destruída; nenhuma figura de topo palestiniana foi assassinada; nenhum paiol ou armazém de armamento e munições foi capturado ou destruído.

A 3 de Fevereiro de 1969, reforçado o seu prestígio nos meios palestinianos devido à sua forte liderança durante a presidência da Al-Fatah e pelo comportamento militar demonstrado na Batalha de Al-Karameh, o Eng. YASSER ARAFAT, ganha a liderança dos destinos políticos e militares da ORGANIZAÇÃO DE LIBERTAÇÃO DA PALESTINA (OLP), sendo eleito Presidente do Comité Executivo.

A partir de então, a sua figura envergando o uniforme verde-oliva e o emblemático “keffieh” branco e preto, projectam-no na cena internacional, tornando-se a sua “imagem de marca”.

Anos 70: YASSER ARAFAT, líder dos guerrilheiros fedayins da AL-FATAH. (Foto "Passia")

Anos 70: YASSER ARAFAT, líder dos guerrilheiros fedayins da AL-FATAH. (Foto "Passia")

«FORÇA-17»: ENVOLVENTES HISTÓRICAS

Em 1970 intensificaram-se as acções de guerrilha sobre o território israelita, a partir das zonas fronteiriças da Jordânia. Porém, o Rei Hussein ibn Talal  opunha-se a tal tipo de acções, pois desejava estabelecer (secretamente) contactos com o Estado de Israel.

Sucedem-se os espectaculares sequestros de aeronaves de passageiros das Companhias Aéreas EL AL e PAN AMERICAN. Esta última, depois de ser desviada para uma pista adjacente ao aeroporto do Cairo, é dinamitada em directo e perante as televisões que aí se instalaram para cobrirem, em directo, os acontecimentos.

O Rei Hussein ibn Talal da Jordânia não estava disposto a aceitar o seu território como plataforma para este tipo de acções terroristas. Contudo, hesitava em tomar uma posição proibitiva, pois grande parte da sua população é de origem palestiniana.

Por fim, em 17 Setembro de 1970, irritado com a crescente influência palestiniana no seu reino, declara a «Lei Marcial», e lança as suas unidades especiais contra os campos de refugiados palestinianos, provocando o conhecido “Setembro Negro”, onde famílias inteiras palestinianas são dizimadas pela artilharia jordana, saldando-se o número de mortos e feridos em cerca de 10 mil (a maioria população civil indefesa).

Os sobreviventes refugiam-se no Líbano, e os jovens guerrilheiros que testemunharam o massacre, adoptam o nome daquele mês como «…símbolo de luta, resistência e vingança».

Os inimigos passam, agora, a ser todos os países europeus que não protestaram contra o massacre, os EUA pela sua “política imperialista” e por armar os “sionistas“, e os jordanos pela “traição contra os povos árabes“.

Agudizado o conflito entre os palestinianos e as Forças Armadas Reais da Jordânia (apoiadas pelos EUA e Israel) que quase se tornou numa guerra civil, Yasser ARAFAT vê-se obrigado a transferir, para o Líbano, as principais estruturas politicas e militares da OLP.

No meio desta atribulada situação, alguns membros mais radicais e inconformados da AL-FATAH, dão vida a uma das mais misteriosas organizações de todo este conflito: o grupo “SETEMBRO NEGRO”.

Depois de algumas tentativas frustradas para alertar o mundo para a questão palestiniana, quase sempre boicotadas pela imprensa anglo-saxónica, o grupo “SETEMBRO NEGRO”, o mais activo na época, realiza a sua maior acção terrorista para efeitos propagandísticos: a 5 de Setembro de 1972, os atletas israelitas presentes nos Jogos Olímpicos de Munique são feitos reféns por oito homens armados.

Iniciadas negociações directas com o “comando palestiniano”, uma série de erros, acumulados com a inexperiência da polícia alemã(3), levaram a um desfecho violento e ao massacre dos atletas israelitas.

No final da fracassada operação de resgate foram abatidos cinco palestinianos do grupo “SETEMBRO NEGRO”.

Para acabar com este tipo de acções terroristas e vingar os mortos do “Massacre de Munique”, o Estado de Israel reage, autorizando os seus eficientes Serviços Secretos (MOSSAD – acrónimo em hebreu de “le-MODIIN ule-TAFKIDIM MEYUHADIM” – INSTITUTO PARA AS INFORMAÇÕES E OPERAÇÕES ESPECIAIS) –  a planear uma série de operações encobertas com o objectivo de liquidar todos os terroristas do grupo “SETEMBRO NEGRO”, bem como algumas figuras influentes da OLP. As principais foram:

– Operação “IRA DE DEUS” (de 16OUT72 a JUN73);

– Operação “PRIMAVERA DA JUVENTUDE” (10ABR73).

Iniciada na noite de 9 de Abril de 1973 pelas forças especiais da unidade SAYERET MATKAL, liderada pelo Tenente-Coronel Ehud Barak (26 anos depois converteu-se em Primeiro-Ministro de Israel), a Operação “PRIMAVERA DA JUVENTUDE” liquida, nas suas próprias casas, Muhammad Youssef Al-Najjar, Kamal Adwan e Kamal Nasser (porta-voz oficial da OLP). No mesmo dia, os escritórios da OLP em Beirute são, também, bombardeados pela Marinha israelita.

Esta operação não termina aqui. Outros alvos humanos, criteriosamente escolhidos no continente europeu, são alvejados mortalmente nos meses seguintes (4).

O primeiro Presidente eleito da ANP revelou, ao longo dos seus 75 anos de vida, uma invulgar capacidade para resistir às situações mais dramáticas. (Foto de arquivo)

O primeiro Presidente eleito da ANP revelou, ao longo dos seus 75 anos de vida, uma invulgar capacidade para resistir às situações mais dramáticas. (Foto de arquivo)

NASCE A «FORÇA-17»

Os êxitos alcançados pelos operacionais da MOSSAD e outras unidades militares especiais israelitas, fizeram emergir muitas das fragilidades na segurança pessoal dos principais membros da OLP e, até do seu Presidente Yasser Arafat.

Perante estas perdas humilhantes, a AL-FATAH decidiu activar um corpo especial de segurança pessoal para o seu Presidente, outras figuras de topo e diplomatas da OLP (5).

Para a criação desta unidade especial são envolvidos os guerrilheiros mais experientes e estabelecidos critérios muito rígidos de recrutamento (privilegiando sempre os oriundos da organização AL-FATAH), instrução e treino (6). Alguns dos seus membros receberam treino específico em países considerados “apoiantes da causa palestiniana” como a Síria (7), Líbia e o Iraque e, em determinado momento (1981-82), receberam assessoria directa de conselheiros militares da República Democrática Alemã que se deslocaram ao Líbano.

Mais tarde, a “FORÇA-17” passou a desenvolver, em acumulação, acções de reconhecimento e segurança interna (inteligência) e, embora nunca reconhecido oficialmente, planeou alguns atentados contra objectivos e figuras políticas israelitas.

ORIGEM DA DESIGNAÇÃO DA UNIDADE

Os argumentos para justificar o nome da unidade – “FORÇA-17” – não são sólidos, existindo muitas reivindicações e origens para tal designação.

O mais coerente prende-se com o facto de o número “17” constituir os dois últimos dígitos ( 1 e 7) do número de telefone do primeiro comandante da unidade. Outra reivindicação com carácter mais histórico, refere-se à designação adoptada como uma homenagem aos «17 heróis» que se destacaram na histórica BATALHA DE KARAMEH.

Porém, o mito mantém-se e, outras duas justificações são referidas para sustentar esta designação: uma versão afirma que o número advém do facto do escritório da unidade, na cidade de Beirute, ficar localizado no nº17 da Rua Faqahani; outra, veiculada nos meios mais radicais palestinianos, justifica o nome pelo facto de existir uma unidade da polícia libanesa, o “ESQUADRÃO-16”, cuja missão era hostilizar constantemente os guerrilheiros palestinianos. Assim, em tom irónico dizia-se que ao “ESQUADRÃO-16”, os palestinianos opunham a “FORÇA-17”.

Destas versões aqui apresentadas, nenhuma é reconhecida oficialmente.

Distintivo de identificação oficial da «FORÇA 17». (Col. do autor)

Distintivo de identificação oficial da «FORÇA 17». (Col. A. Carmo)

MISSÃO PRINCIPAL: PROTECÇÃO FÍSICA DO PRESIDENTE

Embora a missão principal da “FORÇA-17” fosse zelar pela segurança física e pessoal do Presidente da OLP, Yasser Arafat, muitos dos seus membros planearam e executaram algumas acções terroristas.

As mais proeminentes foram atribuídas ao “GRUPO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS”, cujo fundador foi o Coronel ABDALLAH ABD EL LABIB, também conhecido como “Coronel HAWARI”.

Estudiosos deste fenómeno afirmam que a missão deste grupo era servir como “braço armado clandestino” da AL-FATAH na Europa, sem contudo comprometer directamente a liderança da OLP e de Yasser Arafat, pois os atentados terroristas executados por este grupo do “Coronel HAWARI” foram, quase sempre, vivamente condenados pela OLP.

O mais espectacular foi a explosão de um engenho, em Abril de 1986, a bordo de uma aeronave da TWA que matou quatro passageiros e feriu dez.

Ao longo de toda a sua vida, YASSER ARAFAT, ou melhor, MOHAMMAD ABDEL RAUF ARAFAT al-QUDWA al-HUSSEINI mostrou possuir uma invulgar capacidade para resistir às situações mais dramáticas, sobrevivendo incólume a mais de 50 atentados e inúmeras conspirações internas.

Este impressionante currículo (indiscutivelmente) só foi possível com o permanente apoio e serviços fiéis dos 3.500 membros da sua unidade de protecção pessoal – a “FORÇA-17” – que zelou pelos seus 75 anos de vida.

Sem o ser, as acções desta unidade com carácter militar mais vincado deram-se, em 6 de Junho de 1982, quando tiveram de combater as FDI no âmbito da Operação “PAZ NA GALILEIA”: para além da segurança física do Presidente YASSER ARAFAT, os seus efectivos desenvolveram operações defensivas típicas das unidades militares.


Pormenor de um desfile das forças policiais da ANP: em primeiro plano efectivos da «FORÇA 17». (Foto de arquivo)

Pormenor de um desfile das forças policiais da ANP: em primeiro plano efectivos da «FORÇA 17». (Foto de arquivo)

ALI HASSAN SALAMÉ: O PRIMEIRO COMANDANTE DA “FORÇA-17”

O fundador e primeiro Comandante da “FORÇA-17” foi ALI HASSAN SALAMÉ (ABU HASSAN).

Nascido em 1943 na cidade palestiniana de Qula (distrito de al-Ramla), era oriundo de uma família abastada. Escolarizado na Alemanha, recebeu instrução militar no Egipto e na ex-URSS.

Pelo seu domínio da língua alemã e sólidos conhecimentos militares, foi um dos operacionais envolvidos no massacre dos Jogos Olímpicos de Munique (1972).

No final dos anos setenta, a sua figura popularizou-se no seio da juventude palestiniana, e o seu gosto por mulheres, festas e carros de luxo, valeram-lhe o apelido de “O PRÍNCIPE VERMELHO” por parte da MOSSAD.

Em 1978 casou-se com uma celebridade libanesa: Georgina Rizk – “Miss Universo-1971″.

Liderou os efectivos da “FORÇA-17” entre os anos 1973 e 1979.

Em 22 de Janeiro de 1979, foi assassinado pelos operacionais da MOSSAD que colocaram uma bomba, com controlo remoto, numa viatura estacionada que explodiu à passagem da sua, em pleno centro de Beirute.

Após a sua morte foi substituído no comando da unidade pelo Coronel MADMOUD NATOUR (ABU TAYEB), que durante muitos anos foi “guarda-costas” pessoal de YASSER ARAFAT.

Esta figura manteve-se no comando da “FORÇA-17” até 1994, ano em que, ao abrigo dos “Acordos de Oslo”, é prevista a sua extinção, ou seja, a activação da “GUARDA PRESIDENCIAL” (al-Amn al-Ri’asah) e/ou “SEGURANÇA PRESIDENCIA.

ALI HASSAN SALAMÉ: fundador e primeiro Comandante da «FORÇA 17». (Foto de arquivo)

ALI HASSAN SALAMÉ: fundador e primeiro Comandante da «FORÇA 17». (Foto de arquivo)

(Continua em «FORÇA 17»: A UNIDADE DE ELITE DA AUTORIDADE NACIONAL PALESTINIANA / Parte II – Conclusão)

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