VISITA À FRAGATA «RHEINLAND-PFALZ»
Por Miguel Machado • 11 Jun , 2012 • Categoria: 03. REPORTAGEM, 14.TURISMO MILITAR
Depois da visita à fragata “De Ruyter” que apresentamos em Abril último, chegou hoje a vez da “Rheinland-Pfalz”, fragata da Deutsche Marine (Marinha Alemã) que também estava integrada no “Standing NATO Maritime Group One” (SNMG1) no momento da sua visita a Lisboa.

Ao serviço da marinha alemã há quase 3 décadas a F-209 "Rheinland-Pfalz" continua a cumprir as missões de hoje como as ligadas à guerra ao terrorismo.
Comecemos pelo nome, “Rheinland-Pfalz”, é um dos Estados da Alemanha, a “Renânia-Palatinado”, com capital na cidade de Mainz, sudoeste do país, no território da antiga República Federal da Alemanha. Esta fragata, F-209, é o terceiro dos oito navios da Classe “Bremen” (seguindo uma tradição alemã, todas têm nomes de localidades ou estados), foi construída nos estaleiros “Blohm & Voss” (os mesmos das fragatas classe “Vasco da Gama”) e finalizada nos “Bremer Vulkan”, entre 1980 e 1983. Entregue à então designada “Bundesmarine” (Marinha da Alemanha Federal) em 9 de Maio de 1983, passou a estar baseada em Wilhelmshaven onde se mantém.
Esta base naval cuja construção remonta aos tempos da marinha prussiana em 1863, foi posteriormente aumentada mas também gravemente afectada pela 2.ª guerra mundial, para ser reconstruída em 1956/57, tornando-se a maior base naval no Mar do Norte da recém-formada Marinha Federal. Hoje a base alberga cerca de 5.000 pessoas e a cidade de Wilhelmshaven, com cerca de 75.000 habitantes, é o principal porto petrolífero da Alemanha e também o seu mais importante porto de águas profundas.
Trata-se portanto de um navio já com alguma idade mas que continua operacional e a cumprir missões, tendo recebido algum equipamento e armamento adicional como o Radar Táctico Tridimensional e dois canhões de 27mm (bombordo e estibordo).
Aqui ficam imagens da nossa visita ao F-209 “Rheinland-Pfalz” quando atracada no Porto de Lisboa.

O visitante podia facilmente interpretar os diversos sistemas do navio, como o leitor também poderá identificar/localizar as imagens que se seguem.

RAM (Rolling Airframe Missile): defesa aérea e anti-navio de curto alcance. Em segundo plano o radar táctico tridimensional (TRSS 3D/32)

Este tipo de arma que havia caído em desuso nos últimos anos, voltou a ser utilizada contra alvos terrestres no conflito na Líbia. Várias lições aprendidas sobre a regulação deste tiro estão na ordem do dia em várias marinhas.

Vista de bombordo. Dois lançadores sêxtuplos SRBOC (Super Rapid Blooming Offboard Chaff) para defesa contra misseis.

A ponte de comando, radares de defesa aérea e sistemas de guerra electrónica. Note-se ainda o canhão de 27mm...

..."Mauser" MLG (automático) especialmente adequado para as missões "anti-terroristas" e "anti-pirataria" que hoje também preenchem parte das missões destes navios.

Em Lisboa a força da NATO na qual a “Rheinland-Pfalz” se inseria aproveitou para reabastecer e receber bastantes visitas.

Com um comprimento de 130m (mais 14 que as Vasco da Gama - VG) e um deslocamento de 3.900 toneladas (mais 700 que as VG) o navio atinge os 30 nós (menos 2 que as VG) e tem uma guarnição de 203 militares (180 para as VG).

A Policia Naval manteve-se pelo cais enquanto nos navios algumas medidas de segurança estavam em vigor. Mais no navio holandês, menos neste navio alemão.

Um par de horas bem passadas com muita gente a levar foto-recordações (pró facebook!). As 3 partes das "armas" (vulgo, brasão) do navio são os símbolos heráldicos dos três antigos principados da região da Renânia-Palatinado: Trier (com a cruz), Mainz (roda) e Palatinado (leão).
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