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VIGIAR E ACTUAR 2009

Por • 11 Abr , 2009 • Categoria: 03. REPORTAGEM Print Print

1-va-2Depois de um longo interregno face a diferentes motivos que este artigo expõe, solicitações cada vez mais exigentes para os militares da Policia Aérea, nomeadamente nos teatros de operações externos, trouxeram de volta o Vigiar e Actuar”. Paulo Gonçalves revela-nos os antecedentes deste exercício, a sua finalidade actual e o que se passa nesta sua nova edição.

Em 1986 a Força Aérea Portuguesa iniciou uma série de exercícios denominados “Vigiar e Actuar”, inspirados na participação portuguesa no “Volant Rodeo” da Força Aérea dos Estados Unidos da América. Tratava-se, nos EUA, de um exercício aplicado à utilização multidisciplinar das aeronaves C-130 Hércules, aberto à participação de países aliados. Nesses anos já longínquos para muitos dos nossos leitores, a FAP participava com regularidade nesse exercício, deslocando militares de várias especialidades e uma aeronave C-130 para os EUA, conseguindo mesmo alcançar os lugares de topo em algumas edições. A título de exemplo, em 1986 arrecadou três importantes troféus (The Best Foreign Team;The Best C-130 Crew; The Best C-130 Shortfield Landings) e em 1992 e 1993 “apenas”, de novo, o The Best Foreign Team!

O "Mais Alto" de Nov/Dez de 1986 assinalou a brilhante participação nacional no exercicio que ano após ano foi ganhando tradição na Força Aérea Portuguesa

O "Mais Alto" de Nov/Dez de 1986 assinalou a brilhante participação nacional no exercício que ano após ano foi ganhando tradição na Força Aérea Portuguesa.

Uma das áreas testadas no “Volant Rodeo”, era a actuação de unidades de protecção da aeronave e tripulações, actividade essa que, no caso da FAP, é desenvolvida pela Polícia Aérea.
Desta forma, em 1986, inspirada na experiência nos “Volant Rodeo” e com o objectivo de dinamizar o treino operacional das Esquadras de Polícia Aérea, surge o Exercício “Vigiar e Actuar” em Portugal.
A Unidade da Força Aérea que acolheu este Exercício foi a então Base Aérea nº3, em Tancos. As condições que aquela Unidade apresentava para o cumprimento da tarefa eram particularmente ajustadas aos objectivos, facto a que não foi estranho a participação de forças militares estrangeiras a partir de 1989 (França, Estados Unidos e Espanha).
A versão original do exercício português compreendia:
– Uma competição constituída por provas de Tiro Real, Pista Táctica, Orientação e Topografia e Pista de Obstáculos;
– Um concurso cinotécnico englobando provas de Obediência e Treino Geral, Pista de Obstáculos;
O sucesso manteve-se até 1993 altura em que aquela infra-estrutura aeronáutica foi transferida para o Exército Português. Nessa data, devido à dificuldade de encontrar uma Unidade com as mesmas características para acolher o referido exercício, o “Vigiar e Actuar” foi suspenso.

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Paralelamente, o fim do Serviço Militar Obrigatório, no inicio dos anos 90 (para a FAP), determinou a redução dos efectivos do Ramo, obrigando os militares a um maior empenhamento nas actividades atribuídas, muitas vezes não restando tempo para o treino e refrescamento operacional.
Em 1995 tentou-se reactivar o Exercício. Contudo, as restrições de pessoal e as dificuldades logísticas selaram esta iniciativa até 2008, altura em que a Força Aérea fez renascer o “Vigiar e Actuar” de uma forma consistente.
13 Anos volvidos desde a última versão do “Vigiar e Actuar”, não será estranho notar que a envolvente operacional da actuação das Unidades de Polícia Aérea é diversa daquela em vigor para 1983. A realidade actual dita a necessidade de Unidades de protecção da Força – UPF – as quais tiveram a sua estreia operacional em 2008, no Afeganistão.
Decidiu-se assim executar um exercício anual, envolvendo equipas de Polícia Aérea, em representação das diferentes subunidades da Força Aérea. Essas equipas, constituídas por cinco elementos (um deles actua – por escala – como reserva), têm de ter uma mulher, um Oficial e um Sargento.

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Na sua forma actual, o “Vigiar e Actuar” tem por finalidade:
– Testar e aferir a capacidade operacional das forças primariamente responsáveis pela segurança interna e defesa imediata das Unidades e Órgãos da FAP, através da avaliação das suas capacidades físicas, técnicas e tácticas, bem como treinar procedimentos logísticos, administrativos e processuais, relativos à movimentação de significativos volumes de efectivos e material;
– Fomentar troca de experiências entre os elementos da Polícia Aérea, a fim de manter a actualização e aperfeiçoamento das diversas capacidades necessárias ao desempenho das actividades afectas à Segurança Militar, desenvolver o espírito de competição, em equipa, promovendo o sentimento de pertença, a inter-ajuda e o espírito de corpo e promover uma postura de superação individual e realização profissional.
O Exercício deste ano decorreu no Campo de Tiro de Alcochete e no Centro de Formação Militar e Técnica da Força Aérea (Ota), entre os dias 30 de Março e 02 de Abril, e foi constituído pelas seguintes provas:
– Orientação e Topografia. Nestas provas, para além de se testarem os conhecimentos nas áreas de orientação e topografia, os militares são também avaliados quanto à sua “endurance” de marcha no campo;
– Combate Táctico. Esta prova procura testar os conhecimentos técnicos de uma equipa de quatro elementos, na defesa e ataque a um objectivo. A Força Aérea recorre a equipamento de “Paint Ball”, para dar realismo ao combate;
– Pista de Obstáculos. Esta prova destina-se a avaliar as capacidades físicas, as capacidades de decisão e o espírito de equipa dos intervenientes. É uma prova cronometrada, que combina a transposição de obstáculos com a corrida em percurso normal;
– Tiro. Destina-se a testar a capacidade e a aptidão para o tiro real em esforço de uma equipa de combate.


4-va-8 O “Vigiar e Actuar 09” foi organizado pelo Gabinete Coordenador de Segurança Militar do Comando Operacional da Força Aérea – COFA – e envolveu 120 militares da Polícia Aérea. A equipa vencedora deste ano foi a Esquadra de Polícia Aérea da Base Aérea de Monte Real.

A equipa vencedora do "Vigiar e Actuar 2009"  posa para a posteridade.

A equipa vencedora do "Vigiar e Actuar 2009" posa para a posteridade.

Nota: As fotos constantes deste artigo foram cedidas pela Força Aérea Portuguesa, com excepção da última que é da autoria de Rui Elvas do http://policia-aerea.blogspot.com/

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