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SÃO JACINTO ASSINALA DIA DA UNIDADE

Por • 24 Fev , 2016 • Categoria: 01. NOTÍCIAS Print Print

No próximo dia 18 de Março, o Regimento de Infantaria 10, unidade que garante a continuidade da presença militar na península de S. Jacinto (Aveiro), comemora o seu dia festivo e, em simultâneo, o 20.º aniversário da partida para a Bósnia do 2.º Batalhão de Paraquedistas, o mesmo que nesse dia vai receber o seu Estandarte Nacional para mais uma missão expedicionária: Kosovo.

 península de S. Jacinto nos anos 90 numa excepcional fotografia de Alfredo Serrano Rosa em dia de saltos de abertura manual para a então Base Operacional de Tropas Pára-quedistas n.º 2 e Aeródromo de Manobra n.º 2. A área militar está delimitada a traço azul (sem rigor, apenas para dar uma ideia do espaço), incluindo o Destacamento do Forte da Barra junto ao Porto de Aveiro. A presença militar neste local remonta ao final da 1.ª Guerra Mundial, tendo-se assinalado no passado dia 15 de Março o seu 95.º aniversário e dia festivo do Regimento de Infantaria N.º 10 do Exército.

A península de S. Jacinto nos anos 90 numa excepcional fotografia de Alfredo Serrano Rosa em dia de saltos de abertura manual para a então Base Operacional de Tropas Pára-quedistas n.º 2 e Aeródromo de Manobra n.º 2. A área militar está delimitada a traço azul (sem rigor, apenas para dar uma ideia do espaço), incluindo o Destacamento do Forte da Barra junto ao Porto de Aveiro. A presença militar neste local remonta ao final da 1.ª Guerra Mundial, no dia 18 de Março assinala-se o 98.º  aniversário da unidade, hoje o Regimento de Infantaria N.º 10 do Exército Português.

O programa das festividades começa já dia 11 de Março com um desfile militar na Avenida Dr. Lourenço Peixinho na cidade de Aveiro, e encerra-se no dia 18, na “Base” de S. Jacinto, com a tradicional cerimónia militar (ver abaixo o programa completo).

Convite Dia RI 10 2016

Entre o Atlântico e a Ria de Aveiro, S. Jacinto militar, o Regimento de Infantaria N.º 10. Em breve, escolas, empresas e associações que procuram a unidade para ali efectuarem diferentes actividades, têm agora no "Espaço Memória" mais um motivo de interesse.

Entre o Atlântico e a Ria de Aveiro, S. Jacinto militar, o Regimento de Infantaria N.º 10.

Este ano os actos oficiais têm significado acrescido, por dois motivos principais: porque se comemoram 20 anos que desta mesma unidade, designada ao tempo Área Militar de S. Jacinto, partiu para a missão da NATO na Bósnia e Herzegovina (IFOR/NATO), o então 2.º Batalhão de Infantaria Aerotransportado e o Destacamento de Apoio de Serviços – num total de mais de 900 militares; porque, coincidências da história, este mesmo batalhão, agora 2.º Batalhão de Infantaria Paraquedista, vai nesta cerimónia receber o seu Estandarte Nacional para rumar mais uma vez aos Balcãs, agora ao Kosovo onde integrará a força da NATO ali em acção, a KFOR.

Estandarte Nacional
O envio de forças expedicionárias do Exército para missões nos teatros e operações onde já se encontram contingentes nacionais é um processo contínuo e que obedece a um ciclo pré-definido. Em condições normais a cada seis meses nova força substitui a que se encontra em operações. Ao mesmo tempo em Portugal uma outra inicia a fase de preparação para, passados seis meses, rumar ela ao estrangeiro.
Um dos momentos que antecedem a partida e marcam, com algumas excepções, o final da preparação do contingente que vai avançar para uma missão no exterior do território nacional, é a cerimónia de entrega do Estandarte Nacional. E pode-se perguntar porque assim é? Na realidade não só muitas das unidades expedicionárias são constituídas “ad-hoc” para a missão, ou seja, são criadas apenas para esse fim e extintas no seu final, como outras existentes não dispunham de estandarte nacional, por tal não estar previsto para tal tipo de unidade. Simplificando, pode dizer-se que até ao inicio das missões de paz dos anos 90, só tinham estandarte nacional as unidades tipo Regimento ou aquelas que tinham “quartel próprio”. Os batalhões, integrados em regimentos ou brigadas à luz dos regulamentos vigentes não tinham direito ao seu uso.
Claro que sendo essas unidades expedicionárias (batalhões, companhias ou mesmo simples equipas/destacamentos) projectadas para um país estrangeiro e estando a actuar integradas em forças multinacionais (ou mesmo isoladas) teve toda a pertinência dotar-se essas unidades com os símbolos nacionais.
Assim nasceu nos nossos tempos a cerimónia de entrega do Estandarte Nacional que vai acompanhar a força e do mesmo modo a cerimónia de “devolução” à chegada. Para algumas unidades esta última cerimónia assinala o seu fim e para outras, apenas mais uma missão cumprida.

No Exército a Bandeira Nacional, sob a forma de estandarte nacional, é quadrada, partida e cosida em proporções iguais (Decreto n.º 43/79 de 22 de Maio)

No Exército a Bandeira Nacional, sob a forma de Estandarte Nacional, é quadrada, partida e cosida em proporções iguais (Decreto n.º 43/79 de 22 de Maio)

O Estandarte Nacional do 2.ºBIAT em Vitkoviće - Goražde, Agosto de 1996. Foi a primeira missão do batalhão, desde então já esteve também em Timor-Leste, Afeganistão e Kosovo, onde vai regressar em Abril.

O Estandarte Nacional do 2.ºBIAT em Vitkovice/Gorazde/Bósnia e Herzegovina, Agosto de 1996. Foi a primeira missão expedicionária do batalhão, desde então este Estandarte Nacional já esteve também em Timor-Leste, Afeganistão e Kosovo.

“Portas abertas” em S. Jacinto

Neste dia 18, uma sexta-feira, o comando do Regimento de Infantaria 10, informa que a unidade tem as “portas abertas” a todos os antigos militares e civis da unidade, não é necessário convite para entrar e assistir quer aos actos oficiais na parte da manhã quer à jornada prevista para a parte da tarde, a qual será dedicada a actividades de convívio entre os pára-quedistas das várias gerações e seus familiares, nomeadamente os que serviram Portugal na Bósnia e Herzegovina.

Neste dia a SIC televisão estará em S. Jacinto para dar continuidade ao trabalho de reportagem em curso,  destinado a um programa evocativo da primeira missão na Bósnia da autoria, curiosamente, por um jornalista – Aurélio Faria – também ele “veterano”, como tantos outros colegas de profissão, deste teatro de operações. Esta primeira missão na Bósnia foi também, entre outras coisas, uma oportunidade para muitos jornalistas portugueses – inicialmente apenas da imprensa nacional mas depois muitos da imprensa regional também por ali passaram –  tomarem contacto com aquela realidade de forças portuguesas em operações depois da guerra em África (1961-1975). O que o país soube da missão nesse ano de 1996 foi o resultado do trabalho dos profissionais da informação. 

Aurélio Faria (à direita) e Carlos Santos em Gorazde, Fevereiro de 1996, acompanhando as forças do 2.ºBIAT que tinham "rompido o cerco" à cidade.

Aurélio Faria (à direita) e Carlos Santos em Gorazde, Fevereiro de 1996, acompanhando as forças do 2.ºBIAT que tinham “rompido o cerco” à cidade. Dois dos mais de 20 jornalistas que passaram pela Bósnia e Herzegovina para acompanhar as forças portuguesas nos primeiros 6 meses de missão.

Kosovo

Os anos passam e a missão no Kosovo, em termos de duração da participação portuguesa com unidades de escalão batalhão, já ultrapassa a da Bósnia e Herzegovina (1996-2007 com batalhões, depois até apenas 2012 com elementos destacados). Na realidade Portugal enviou uma unidade escalão batalhão para a KFOR em 1999, retirou-a em 2001, voltou a enviar em 2005 e…continua, a cada seis meses, a rodar a Força Nacional Destacada. Sendo certo que hoje a unidade portuguesa integra pessoal húngaro, portanto o nosso efectivo é reduzido (na ordem dos 180 militares, ver organograma) a realidade também é que o comando da força é português. 

A KTM - Reserva Táctica do Comando da KFOR que pode actuar em todo o território do Kosovo e mesmo na Bósnia e Herzegovina.

A KTM – Reserva Táctica do Comando da KFOR que pode actuar em todo o território do Kosovo e mesmo na Bósnia e Herzegovina a partir de Pristina a sua base.

O Operacional tem publicado muitas reportagens sobre as várias missões no Kosovo, e ainda sobre a preparação das forças em Portugal. Abaixo deixamos um conjunto de links que permitirão a quem tenha interesse, uma boa panorâmica do que têm sidos estes anos de empenho de Portugal na manutenção da paz naquela região da Europa.

As missões no Kosovo e a sua preparação no Operacional:

RECEPÇÃO EM BRAGA AOS CONTINGENTES VINDOS DA LITUÂNIA E DO KOSOVO

KOSOVO: OPERAÇÃO “SOLIDARIEDADE”

NO KOSOVO PELA SEGURANÇA DA EUROPA

SITREP 1.ºBIMEC / KOSOVO 2014

AVALIAÇÃO DA PRONTIDÃO PARA O COMBATE DO 1.º BIPARA

PÁRAS & PANDUR TREINAM PARA O KOSOVO

PRONTOS PARA O KOSOVO!

KOSOVO: PORTUGUESES IMPULSIONAM NOVO CONCEITO DE EMPREGO TÁCTICO

KOSOVO: PORTUGAL REDUZ EFECTIVOS MAS MANTERÁ COMANDO DA “RESERVA TÁCTICA”

KOSOVO: 1ºBATALHÃO DE PÁRA-QUEDISTAS INICIA MISSÃO

1BIPara/FND/KFOR RUMO AO KOSOVO

PORTUGUESES EM DESTAQUE NA KFOR (KOSOVO)

KOSOVO: AS OPERAÇÕES DE CERCO E BUSCA

KOSOVO: BATALHÃO PORTUGUÊS NA KFOR TV

KOSOVO: A ÚLTIMA MISSÃO DA CHAIMITE

LISBOA – PRISTINA EM C-130

EXERCICIO “APOLO 10” NO DISTRITO DE SANTARÉM

AGRUPAMENTO MIKE

Leia também no Operacional, sobre S. Jacinto:

DE S. JACINTO PARA O KOSOVO EM NOME DE PORTUGAL

ESPAÇO MEMÓRIA, EM SÃO JACINTO

REGIMENTO DE INFANTARIA N.º 10, O Espaço e a Memória

NOVOS CONTINGENTES PARA KOSOVO E AFEGANISTÃO

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