Sempre que alguém pretende abordar este assunto do número de militares portugueses que têm servido em missões expedicionárias nos últimos 20 anos, depara-se imediatamente com o problema das fontes: onde procurar?

Não é fácil saber quantos militares portugueses foram empenhados em missões exteriores nos últmos 20 anos.

O site do EMGFA (http://www.emgfa.pt) divulga informação actual, até com bastante detalhe, missão por missão, e apresenta o quadro global. Neste dia em que se escreve por exemplo, ali está a informação de que em 31 de Março havia 738 militares portugueses em missões exteriores e discriminam-se os locais.
Acrescem ainda em quadros separados: Missões Militares Junto de Representações Diplomáticas; Estruturas da OTAN, UE E ONU; Cooperação Técnico Militar; Cargos Militares Internacionais; Cargos Internacionais NATO; Missões Militares Junto da NATO; Estado-Maior da EU.
Ou seja, em termos de presente, a informação disponibilizada é muito razoável. Mais detalhe, como por vezes é necessário para esclarecer alguma situação particular, então aí terá que se contactar directamente os serviços do EMGFA.
Agora o problema coloca-se para quem desejar saber dados relativos ao passado. Aí o EMGFA não tem informação disponível ao público.
A alternativa é consultar os Anuários Estatísticos da Defesa Nacional, no site respectivo (http://www.mdn.gov.pt), estando disponíveis os relativos aos anos de 2003 a 2008.
Agora aqui surge um novo problema, bem ilustrado na imagem que apresentamos, qual é o critério de “contagem”? É que os dados apresentados por mais do que uma fonte oficial não são coincidentes.
Ou seja, dados anteriores a 2003 não estão disponíveis para consulta pública (que se saiba) e os dados divulgados carecem de algum esclarecimento sobre o modo como foram obtidos: média diária/mensal/anual? Números de militares que partiram? Número de militares em determinadas datas?

Outro dado numérico interessante que se consegue obter no caso da participação em missões da ONU, no site desta organização dedicado às missões de paz (United Nations PeaceKeeping), é aposição relativa de cada país, ano após ano, neste empenhamento internacional.

Já nas missões de âmbito NATO, apenas é possível saber, dados relativos para cada missão e na data actual, ou próximo disso, nos sites da organização e nos específicos das missões (Kosovo – KFOR e Afeganistão – ISAF).

Pela análise do quadro que se apresenta, mesmo que incompleto pelos motivos já referidos, fica a constatação de uma pequena diminuição da participação de militares portugueses em missões expedicionárias, pelo menos de 2005 até à actualidade. Será assim?