OS PÁRAS EM COMBATE NA RCA, A OPERAÇÃO “SUKULA”
Por Miguel Machado • 6 Set , 2018 • Categoria: 03. REPORTAGEM, 04 . PORTUGAL EM GUERRA - SÉCULO XXI, EM DESTAQUE Print«…Os elementos dos grupos armados tinham posições de tiro ao longo do enfiamento da rua e lateralmente. Disparavam e deslocavam-se para outras posições utilizado os labirintos existentes entre as habitações…lançavam granadas dos telhados… …mal a nossa primeira viatura entrou na rua foi alvejada, respondemos de imediato…». Neste artigo vamos tentar dar uma ideia aos nossos leitores do que foi uma das acções de combate dos paraquedistas da 3.ª Força Nacional Destacada (Conjunta) na MINUSCA em Bangui, a Operação “Sukula”.
Nota prévia: o Operacional tem publicado, de acordo com as nossas possibilidades e informações a que temos acesso, artigos sobre a participação portuguesa na MINUSCA – e na EUTM – desde Julho de 2016, isto é, seis meses antes da partida da 1.ª FND/MINUSCA (ver links no final do artigo). O mesmo se tem passado no Facebook do Operacional, onde pequenas notícias e fotos partilhamos com regularidade, muitas vezes até artigos de órgãos de comunicação social ou comunicados do EMGFA.
Este artigo de hoje é no entanto diferente dos anteriores porque assenta muito numa única operação. Procuramos transmitir pela escrita o que foi esta acção de combate em Bangui, a Operação “Sukula”. Claro que era mais fácil através de um filme e/ou fotografias da acção (há poucas!), mas ainda assim tentamos, pela escrita, dar uma imagem do que são estas situações na RCA de hoje. Este texto foi feito com recurso a várias fontes, a maioria da força, completado com outras informações que estão disponíveis no espaço público. Se alguma coisa estiver errada, ou mal explicada, a responsabilidade é apenas nossa.
Como se perceberá nem todas as imagens que ilustram este artigo se referem à Operação “Sukula”.
3.ª FND/MINUSCA
A 3.ª Força Nacional Destacada (Conjunta) na Mission Multidimensionnelle Intégrée des Nations Unies Pour La Stabilisation en Centrafrique – 3.ª FND/MINUSCA, esteve na República Centro Africana de Março a Setembro de 2018. Com a maioria do seu efectivo de 159 militares oriundos do 1.º Batalhão de Infantaria Paraquedista da Brigada de Reação Rápida do Exército, integrando também militares de outras especialidades do Exército e uma equipa da Força Aérea Portuguesa.
Sob o comando do Tenente-Coronel Paraquedista João Bernardino, a organização da FND foi a seguinte: Comando; Estado-Maior; Destacamento de Apoio (Equipa EOD; Módulo Sanitário; Módulo de Comunicações; Módulo de Manutenção; Módulo de Apoio e Serviços; Módulo de Alimentação); Equipa de Controlo Aéreo Táctico (da Força Aérea); 3 Pelotões de Paraquedistas.
Nas operações de curta duração, regra-geral, apenas os pelotões de paraquedistas reforçados com o módulo sanitário e o TACP eram empregues; nas projecções da força que foram realizadas para áreas rurais longe da Base M’Poko em Bangui, os restantes módulos foram também projectados na sua quase totalidade, fornecendo os respectivos apoios à tropa empenhada a partir de bases tácticas.
A situação na RCA
O comportamento dos militares portugueses, estes e os que os antecederam, tem sido muito elogiado e louvado por várias fontes, militares e civis, de várias nacionalidades. Só para dar um exemplo entre vários possíveis que isto é mesmo assim e ultrapassa as palavras de circunstância em ocasiões festivas, estes paraquedistas que agora regressaram até foram “alvo” de um pedido expresso, escrito – enviado a todos os órgãos de soberania e várias entidades nacionais e internacionais na RCA – da população cristã de uma região onde actuaram (Bambari, em JUN2018), para que ali se mantivessem devido à sua imparcialidade. Sendo certo que as tropas portuguesas onde têm actuado um pouco por todo o mundo, sempre demonstraram imparcialidade, respeito pelas pessoas e profissionalismo, esta foi uma situação inédita na história das missões expedicionárias no pós-Guerra do Ultramar.
Tudo isto não deve iludir a realidade da situação na RCA. Os portugueses da “Quick Reaction Force” (QRF) da MINUSCA são 160 nesta força multinacional com 12.000 militares. A EUTM-RCA, comandada por um oficial-general português, integra 40 portugueses em 150 militares. A complexidade da situação interna no país, a cada vez maior interferência de países como a Rússia e a China em vários domínios da vida política, militar e económica, mostram bem que Portugal não tem, nem de perto nem de longe, capacidade por si só para a “resolver o problema” da RCA, como por vezes pode transparecer em algumas afirmações públicas. Uma coisa no entanto é certa e tem sido provada contingente após contingente, os 200 portugueses no terreno fazem a diferença quando e onde actuam.
Outro aspecto que não nos cansamos de referir nas páginas do Operacional é a questão do material à disposição da força, das viaturas ao armamento. Não só não estamos na realidade equipados com o “estado da arte” do armamento e de algum equipamento como o próprio desgaste provocados pelas sucessivas operações exige medidas para evitar colocar os militares que agora lá estão em situações evitáveis. A 4.ª FND vai usar o material que a 3.ª usou, certamente com alguns melhoramentos, do mesmo modo que a 3.ª usou o da 2.ª e esta o da 1.ª! Naturalmente que muito material pode e deve ser reutilizado, vário outro deve ser renovado e só podemos esperar que isso seja acautelado.
O material moderno não é um capricho, é uma necessidade para conferir aos nossos militares a superioridade tecnológica possível perante um inimigo que nos combate no seu terreno por todos os meios. A eventual introdução no teatro de operações de material de guerra mais moderno e potente por parte de alguns grupos armados, pode “desequilibrar a balança” a nosso desfavor! Como se vê neste artigo os militares procuram com engenho e arte remediar limitações, mas não devemos esperar milagres!
O anunciado reforço do contingente com viaturas Pandur para a 4.ª FND, espera-se antes do final do ano, é certamente uma medida cautelar adequada, mas não se destina a substituir nada que esteja em uso na RCA e que vai ter que continuar a servir.
Operação “Sukula”
Há muito que a situação de segurança no 3.º Distrito de Bangui era caótica. Conhecido como “PK 5”, com cerca de 20km quadrados, grande parte um autêntico labirinto, este é o pulmão económico da capital e o seu controlo pelas autoridades era pouco mais que nulo. Grupos armados (GA) de inspiração islâmica mas actuando também como bandidos que se dedicam a várias actividades ilegais e a extorquir dinheiro, tinham ali liberdade absoluta. Estes GA usam armas automáticas e granadas contra as forças da ordem e contra a MINUSCA, já tendo causado mortos e feridos em ambos.
É este o pano de fundo da operação. Ambiente complexo, havendo necessidade de grande sangue-frio para actuar com firmeza, mesmo com violência, mas sem causar baixas civis neutralizando apenas quem está armado.
Esta operação “Sukula” uma das acções da QRF portuguesa realizada no PK 5 em Março e Abril, teve lugar na noite de 7 para 8 de Abril de 2018, na sequência de outros confrontos, com o objectivo – determinado pelo comando da MINUSCA, às ordens de quem a QRF actua – neutralizar os grupos armados que controlavam o distrito e desafiavam as autoridades.
De assinalar, como se perceberá no artigo, que outras forças da MINUSCA actuaram, embora tenha sido naturalmente a QRF a mais directamente empenhada, afinal de contas é para isso que lá está, para resolver os problemas que outras não conseguem!
Foram criadas duas “forças tarefa” para atacar dois objetivos distintos com o Force Commander da MINUSCA, Tenente-General Balla Keita do Exército do Senegal, a comandar a operação no terreno, tendo a seu pedido duas equipas de paraquedistas portugueses a garantir a sua escolta pessoal.
Como se costuma dizer entre militares, “os planeamentos fazem-se para serem alterados” e, logo aqui, a primeira alteração: à hora H – 02H00 de 08ABR2108, domingo – apenas a força portuguesa estava em posição na chamada “linha de partida” e, por ordem directa de Balla Keita, a QRF lança-se ao assalto sozinha às 02H06!
A noite mais longa dos Páras portugueses na RCA que em boa verdade já se tinha iniciado horas antes na preparação da força e com a distribuição das instruções finais em Campo M’Poko, a base portuguesa em Bangui, estava agora a começar verdadeiramente.
Foi mais uma vez evidente que forças multinacionais integrando contingentes com diferenças assinaláveis nos padrões de treino, conhecimentos técnicos e até grandes diferenças culturais e linguísticas, obrigam a um esforço de coordenação nem sempre fácil e por vezes com resultados sofríveis.
Para já os Páras só contavam com eles próprios e sabiam que os GA estavam preparados para os “receber”. As informações recebidas em dias anteriores indicavam isso mesmo e que havia na posse do inimigo, além das armas automáticas e granadas de mão, os temíveis RPG 7, além de pelo menos uma viatura tipo pick up com uma metralhadora pesada montada na caixa de carga ter sido sinalizada. A confirmar-se, estas armas seriam inimigos terríveis. Perante este quadro de ameaça e com as conhecidas limitações em termos de protecção blindada da força nacional, nas oficinas portuguesas de Campo M’Poko, construíram-se duas estruturas metálicas como “grelha” anti-RPG improvisada que foram aplicadas no pára-brisas de dois HMMWV. Competiu-lhes abrir a coluna durante o assalto para, se fosse caso disso, aguentar com as granadas foguete dos RPG, esperando que o seu rebentamento se desse nas “grelhas” e não …perfurassem a viatura! No fundo desejava-se que estes HMMWV fizessem parcialmente o papel de viaturas Mine-Resistant Ambush Protected.
As restantes forças multinacionais envolvidas mostraram-se insuficientes para a execução de uma operação desta envergadura e naquele ambiente urbanizado, pois não conseguiram isolar a área onde se desenrolou o ataque da QRF, nem evitaram que populares apoiantes dos GA, ou por eles compelidos a isso, ocupassem os eixos de progressão e depois de retracção, o que viria a causar problemas de resolução muito complexa para evitar causar baixas civis.
A QRF atacou e ocupou dois edifícios ocupados pelo inimigo: o primeiro uma Escola e o segundo o Posto de Comando do Grupo Armado; seguiu-se depois a ocupação não prevista inicialmente, de toda uma rua o que implicou o empenhamento da reserva da QRF.
Mal os dois HMMWV da frente entraram na rua onde a acção principal se desenrolou foram recebidos a tiro de armas automáticas e a disparos de RPG – destes nenhum felizmente testou a “grelha” improvisada – depois foram arremessadas contra a QRF granadas de mão defensivas. Os elementos dos grupos armados tinham posições de tiro ao longo do enfiamento da rua e lateralmente. Disparavam e deslocavam-se para outras posições utilizado os labirintos existentes entre as habitações, utilizando estas mesmas habitações para se protegerem e naturalmente a população que por ali vivia.
De acordo com as ordens recebidas e as regras de empenhamento definidas, mal foram batidos pelo fogo os paraquedistas ripostaram – num primeiro momento com tiros de aviso – permitindo à população fugir, abrigar-se, e depois, neutralizando os atacantes detectados. Perante o alerta de disparos RPG temeu-se o pior, mas as duas viaturas da frente deslocavam-se a iam abrindo fogo com as metralhadoras das torres. A primeira viatura sofreu um impacto directo de um projéctil de arma automática no centro do pára-brisas, do lado do condutor, sem consequências.
Segundo o planeamento feito pela QRF ao entrarem na rua os miliares deviam apear ficando apenas o condutor e o “artilheiro” da torre (com a metralhadora a dar cobertura), deslocando-se os mesmos atrás dos HMMWV para poderem controlar as ruelas laterais ao deslocamento.
Segunda alteração ao planeado! Perante o intenso tiroteio – recorda-se que isto passa-se durante a noite – o comandante de batalhão dá ordem para os militares seguirem embarcados até ao “Objectivo 1”, a Escola. Junto aos seus portões o pessoal apeou, efectuou o assalto e, compartimento a compartimento, fez a “limpeza”. Tratava-se de um edifício com piso superior, permitia dominar toda a área circundante, e por isso ali se instalaram atiradores especiais para apoiarem o assalto ao “Objectivo 2”. No recreio ficaram as ambulâncias do módulo sanitário, a viatura Posto de Comando e parte da reserva da QRF que aliás viria a ser empenhada.
A escassos 50 metros o Posto de Comando do GA, “Objectivo 2”.
Os artilheiros nas torres de dois HMMWV cobrem toda a rua e um terceiro avança directo ao objectivo. A força de assalto entra na casa e dois HMMWV ultrapassam o objectivo e isolam-no, protegendo os militares que entraram de eventuais reforços inimigos. Estas deslocações são feitas debaixo de tiroteio, as flagelações vindas um pouco de todo o lado no meio da noite continuam. São mesmo arremessadas granadas de mão ofensivas a partir de alguns telhados das casas circundantes naquele emaranhado de habitações.
O Obj2 foi tomado, a QRF reorganizou-se, e de imediato chega a ordem ao posto de comando que o Force Commander quer “limpar toda esta rua”!
Nova alteração, afinal a “guerra” não acabou, há que reestruturar o dispositivo, chamar a reserva para ter um efectivo minimamente suficiente e…avançar.
Durante o deslocamento da QRF foi havendo contacto – disparos/impactos – quer a partir da frente da coluna quer lateralmente. Uma das casas desta rua tinha sido previamente referenciada como sendo utilizada pelo GA. No sábado de manhã – agora “estamos” na noite de domingo – este edifício havia sido discretamente vigiado por um dos drones da QRF e sabia-se com alguma segurança como era a área. Executado o assalto, foram aqui detidos 4 indivíduos e transportados para a Escola (transformada em Posto de Comando da QRF). Solicitada a presença da polícia local para assumirem a detenção destes suspeitos, tal só veio a acontecer depois do nascer do dia.
A QRF reorganizou-se nos dois objectivos conquistados, os Páras instalaram-se defensivamente. A situação no bairro era de grande agitação e percebia-se que as coisas não iam melhorar. Durante a noite tiveram que executar por diversas vezes disparos para o ar para que os populares se mantivessem em casa, abrigados. Este procedimento foi usado por ordem directa de Balla Keita para se evitar o confronto directo com os populares, com a força portuguesa, disciplinada, a cumprir escrupulosamente o determinado. Foram efectuados centenas de tiros. Ao nascer do dia as pessoas vieram para a rua apoiar os elementos dos grupos armados, confortar as forças da MINUSCA – recorda-se que havia outros contingentes nesta operação, apenas estamos a detalhar a acção dos portugueses nos objectivos referidos. A população em fúria montou barricadas improvisadas com o que tinham à mão e apedrejaram as viaturas da ONU e os capacetes azuis.
A esta hora, dado o volume de forças empenhado na operação e os procedimentos de alguns contingentes, por várias vezes a QRF efectuou contactos com os diversos oficiais de ligação, por haver suspeitas que estava sob fogo amigo! E era também preciso evitar que os nossos militares abrissem fogo contra …outros capacetes azuis!
Nos bloqueios de estradas os populares colocaram objectos pontiagudos com o intuito de furar os pneus e foram detectadas armadilhas com granadas de mão – descavilhadas por cordel como um “arame de tropeçar” – para tentar atingir viaturas em movimento e se possível imobilizá-las. Percebeu-se ainda que os atiradores dos grupos armados dispararam com o mesmo intuito para os pneus das viaturas. Naturalmente que uma viatura imobilizada no meio do bairro…era um problema delicado e obrigava à sua segurança com outras viaturas e pessoal.
A QRF resolveu o problema da coordenação com outros contingentes e com o comando da força multinacional porque colocou oficiais de ligação junto dessas entidades. Dois em dois centros de operações dos diferentes níveis de comando da operação, um no batalhão que devia controlar as ruas adjacentes à nossa área de actuação e vigiar um dos flancos e outro ainda com a polícia local que deveria barrar a entrada principal das ruas onde as forças estavam a actuar, bem como manter limpa e desobstruir a rua principal.
No início do dia quando começaram os confrontos com a população, uma das forças multinacionais abandonou as suas posições antes do previsto e a QRF ficou isolada nas suas posições defensivas. Só houve uma solução para os Páras, abrir caminho à força, com tiros de aviso, uso de granadas de gás lacrimogéneo disparadas com os lança-granadas Cougar sobre a população e abalroar/destruir com as viaturas os bloqueios de estrada.
A QRF articulou-se em duas colunas, uma foi auxiliar a força multinacional onde tinha oficiais de ligação, outra seguiu para Campo M´Poko. Os Páras ainda mantinham duas equipas a garantir a protecção do Tenente-General Balla Keita, destacamento este que também chegou a ser alvejado por disparos de armas automáticas, tendo inclusive uma das suas viaturas tido um pneu furado a tiro.
A QRF voltou a reorganizar-se nessa manhã por volta das 11 horas no Campo M´Poko.
A noite mais longa dos Páras portugueses na RCA, estava terminada. Tempo de balanço!
Um militar português ficou ligeiramente ferido num ombro devido a estilhaço de granada de mão lançada pelos GA (uma das muitas!); um escudo balístico usado por uma equipa de assalto foi atingido por projéctil de arma automática podendo ter evitado ferimentos sérios entre os portugueses; vários HMMWV atingidos por projécteis de armas automáticas, um dos quais no vidro blindado frontal e também vários ficaram danificadas pelos obstáculos e armadilhas que tiveram que ultrapassar, tendo sido necessária intervenção demorada da equipa de manutenção nos dias seguintes à operação para reparar o que era possível reparar neste material imprescindível à missão.
No inimigo não se conseguiram identificar mortos ou feridos e na população civil também não se registaram baixas por acção dos militares portugueses.
4 elementos detidos e entregues às autoridades, vário armamento capturado bem assim como telefones satélite, passaportes e outros documentos e uma viatura identificada como pertencente aos GA totalmente destruída.
Os Grupos Armados no PK 5 foram neutralizados por algum tempo e as forças das Nações Unidas mostraram que podiam entrar no bairro, que tinham iniciativa e alguma capacidade para afrontar os poderosos grupos armados.
Portugal aprofunda empenhamento na RCA
No momento em que este artigo for publicado já a 3.ª FND terá regressado a Portugal e a 4.ª FND, assente no 2.º Batalhão de Infantaria Paraquedista sob o comando do Tenente-Coronel Paraquedistas Fontoura, com uma composição idêntica, estará na RCA a iniciar o seu período de 6 meses de missão. Cada missão é diferente das anteriores mas muitos problemas vão ser os mesmos, os que se repetem desde Janeiro de 2017. A QRF é empregue pelo Comandante da MINUSCA e isso determina as missões que irão ser cumpridas, onde e quando. Sendo quase certo que a 4.ª FND vai actuar em locais onde já actuaram forças anteriores também é bem provável que dada a evolução da situação de segurança, novos locais seja objecto da sua actividade operacional, novas realidades se lhes deparem. Se a 1.ª FND actuou quase e sempre nas áreas rurais, já a 2.ª operou também em Bangui e a 3.ª igualmente tendo mesmo sido empenhada em mais operações que as anteriores. Visto pela estatística parece evidente que a MINUSCA está a usar cada vez mais a QRF portuguesa.
O Major-General do Exército Português Marco Serronha foi oficialmente nomeado 2.º Comandante da MINUSCA esta semana e deverá em breve assumir o cargo em Bangui; desde Janeiro de 2018 que o Major-General Hermínio Maio, também do Exército, comanda a EUTM-RCA, que continua, agora com mais responsabilidades, o mandato foi modificado (em 30JUL2018) e a missão passou a dar “aconselhamento estratégico” não só ao Ministério da Defesa e ao Estado-Maior das Forças Armadas, mas também ao Gabinete do Presidente da República, permitindo aconselhamento na área da cooperação civil-militar, incluindo ao Ministério do Interior e à Gendarmerie, além de manter os aspectos ligados à Formação e ao Treino Operacional das Forças Armadas da RCA.
Há sem dúvida reconhecimento das capacidades nacionais e do profissionalismo dos nossos militares, “do soldado ao general”, mas também sem dúvida um aumento da responsabilidade. Para quem está com as “botas no chão” em primeira linha, são eles que arcam com o esforço, passam por sacrifícios e perigos, mas também para quem está em Portugal e tem obrigação de lhes proporcionar os meios para o cumprimento da missão.
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