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OS 54 ANOS DA ESCOLA DE TROPAS PÁRA-QUEDISTAS (ETP)

Por • 13 Mai , 2010 • Categoria: 09. ONTEM FOI NOTÍCIA - HOJE É HISTÓRIA Print Print

«…os militares dividem-se em dois grandes grupos: os que saltam, e aqueles que jamais conhecerão essa maravilhosa sensação

Tenente-General Pára-quedista (R) Marcel BIGEARD




Existem unidades militares a quem o destino marcou encontro com a história e que apesar de relativamente jovens no seio das Forças Armadas Portuguesas geraram, pela qualidade da sua instrução específica e pelos heróicos actos em combate interpretados pelos homens aí formados, figuras mitológicas que povoam a imaginação dos comuns mortais: a ESCOLA DE TROPAS PÁRA-QUEDISTAS (ETP) é uma delas.

No dia 23 de Maio p.f., esta unidade da Estrutura Base do Exército (desde 1JAN94), sedeada na vila de Tancos, irá assinalar a passagem do seu 54º aniversário com uma cerimónia militar, quiçá a mais participada e concorrida de todas aquelas que a sociedade castrense põe à vista dos portugueses.

Activada (23MAI56) e desenvolvida sob a tutela da Força Aérea, berço do pára-quedismo militar lusitano, para além de organicamente enquadrar e aprontar o Batalhão Operacional Aeroterrestre (BOAT) da Brigada de Reacção Rápida, esta unidade tem como missão principal ministrar «…cursos de formação na área do pára-quedismo militar e qualificações na área aeroterrestre, e participar em estudos técnicos no âmbito da actividade aeroterrestre

Pela relevância da sua missão e singularidade da sua instrução no seio das Forças Armadas, torna-se imperativo tributar os nossos leitores com uma narração sintética do que é o CURSO DE PÁRA-QUEDISMO MILITAR, o período de instrução mais característico e significativo para os pára-quedistas militares.

Pretende-se assim, desta forma, homenagear esta experiência com 54 anos de idade, valendo também, e muito, como testemunho, duma realidade vivida por mais de 44.000 portugueses.

O CURSO DE PÁRA-QUEDISMO MILITAR

O Curso de Pára-quedismo Militar não tem por última finalidade ensinar o homem a saltar em pára-quedas. Essa é a finalidade dos cursos desportivos civis, ministrados nos aeroclubes, onde jovens de ambos os sexos praticam esta actividade desportiva radical.

O Curso de Pára-quedismo Militar tem por finalidade «…ministrar aos instruendos os conhecimentos técnicos indispensáveis à execução de saltos em pára-quedas de abertura automática, com a máxima segurança, e instruções de treino físico militar específico, capazes de garantir as condições físicas indispensáveis ao salto, testando, além disso, a capacidade de resistência a esforços violentos e a fadiga prolongada.

O programa e a conduta da instrução visa, através dos programas parcelares, dos «castigos» estabelecidos, dos cerimoniais e da acção dos instrutores, verificar a resistência física e psicológica indispensável a futuros PÁRA-QUEDISTAS preparando-os para o desempenho das missões atribuídas às tropas aerotransportadas.»

Duas fases distintas e consecutivas, designadas ADAPTAÇÃO e CURSO DE PÁRA-QUEDISMO, com a duração aproximada de 6 semanas constituem, portanto, o tempo mínimo de preparação credível dos instruendos para estarem aptos a executar os seus primeiros 6 saltos, e com eles, obterem a sua qualificação aeroterrestre, expressa na imposição do distintivo de pára-quedista militar (vulgo brevê pára-quedista) e, a almejada mítica boina de cor “verde caçadores pára-quedista”.

Por ser um curso com horários e fichas de instrução regulamentares, ou seja uniforme e estruturado ao longo de décadas, com recurso a flagrantes pontuais e que ilustram diferentes épocas, deixamos os nossos “leitores pára-quedistas” entregues aos momentos mais comuns e carismáticos (parte física e parte técnica) que todos, certamente, irão recordar com orgulho e alguma nostalgia.

Vista aérea da ESCOLA DE TROPAS PÁRA-QUEDISTAS, cadinho onde são formados os «SOLDADOS DA TERCEIRA DIMENSÃO».

Vista aérea da ESCOLA DE TROPAS PÁRA-QUEDISTAS, cadinho onde são formados os «SOLDADOS DA TERCEIRA DIMENSÃO».

Sessão preparatória para "aquecimento" e início da educação física militar.

Sessão preparatória para "aquecimento" e início da educação física militar.

Ginástica calisténica com oito grupos de exercícios todos ritmados. Ficam na memória os exercícios denominados «Pêndulo com rotação», «Metrônomo», «Reza árabe» e «remador».

Ginástica calisténica com oito grupos de exercícios todos ritmados. Ficam na memória para sempre os exercícios denominados «Pêndulo com rotação», «Metrônomo», «Reza árabe» e «Remador».

A ginástica com toros é uma modalidade de trabalho físico apropriada para o desenvolvimento da força, volume e resistência muscular.

A ginástica com toros é uma modalidade de trabalho físico apropriada para o desenvolvimento da força, volume e resistência muscular.

O treino em circuito com aparelhos.

O treino em circuito com aparelhos ou ginástica de aparelhos.

A «Pista de Cordas» tem por finalidade treinar o homem a transpôr obstáculos. A foto regista a transposição do obstáculo denominado «Preguiça».

A «Pista de Cordas» tem por finalidade treinar o homem a transpôr obstáculos. A foto regista a transposição do obstáculo denominado «Preguiça».

Instrução de «rolamentos a pé firme» onde se aprendem as técnicas de aterragem.

Instrução de «rolamentos a pé firme» onde se aprendem as técnicas de aterragem.

«Arnês Suspenso»: neste aparelho são criadas as condições que o pára-quedista pode encontrar durante a descida.

«Arnês Suspenso»: neste aparelho são criadas as condições que o pára-quedista pode encontrar durante a descida.

«Maquete»: aqui ensina-se a posição à porta da aeronave, a saída por patrulha  e as operações durante o voo.

«Maquete»: aqui ensina-se a posição à porta da aeronave, a saída por patrulha e as operações durante o voo.

O salto da «Torre de Saída» vulgarmente conhecida como «Torre Americana».

O salto da «Torre de Saída» vulgarmente conhecida como «Torre Americana».

Na «Torre de Aterragem», também conhecida como «Torre Francesa» treina-se a preparação da aterragem e a familiarização com a chegada ao solo.

Na «Torre de Aterragem», também conhecida como «Torre Francesa» treina-se a preparação da aterragem e a familiarização com a chegada ao solo.

Depois do estudo teórico da descida e manobras de descida, da influência do vento e dos arrastamentos, segue-se a apredizagem da «dobragem sumária».

Depois do estudo teórico da descida e manobras de descida, da influência do vento e dos arrastamentos, segue-se a apredizagem da «dobragem sumária».

Nesta fase do curso já é visível a diferença abismal entre um curso de pára-quedismo militar e um curso desportivo civil.

Nesta fase do curso já é visível a diferença abismal entre um curso de pára-quedismo militar e um curso desportivo civil.

O embarque na aeronave para o salto é um dos momentos mais marcantes para os instruendos.

O embarque na aeronave para o salto é um dos momentos mais marcantes para os instruendos.

Queres conhecer as razões históricas desta data?: «23 DE MAIO»: DIA DA ESCOLA DE TROPAS PÁRA-QUEDISTAS

Aqui podes ver como foi o 23 de Maio de 2009: ESCOLA DE TROPAS PÁRA-QUEDISTAS ASSINALA 53º ANIVERSÁRIO

N.A. : Um agradecimento muito especial ao ALFREDO SERRANO ROSA que do seu arquivo privado disponibilizou as fotografias expostas.

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