Foi hoje dia 11 de Outubro de 2013, anunciada oficialmente pelo Ministério da Defesa de Portugal a venda de 12 aeronaves F-16 MLU à Roménia. Concretiza-se assim um processo previsto na Lei de Programação Militar de 2006, e que se traduzirá num resultado líquido positivo de 78 milhões de euros para o Estado Português.

A Força Aérea Portuguesa manterá a prazo 30 F-16 MLU.

A Roménia pagará, segundo o Ministério da Defesa Nacional de Portugal, 186 milhões de euros, mas destes o nosso país investirá 108 milhões na preparação dos aviões e na formação de pessoal romeno. Destes 108 milhões, 40 serão gastos em empresas portuguesas, disse o Ministro da Defesa Nacional em declarações públicas. Em comunicado o Ministério da Defesa Nacional informou que “a entrega das aeronaves terá início em 2016 (noticias na Roménia referem 2015…), por forma a que a Roménia possa atingir o Initial Operational Capability já em 2017, com a ajuda e suporte da Força Aérea Portuguesa e também da USAF”.

Em Julho último, baseados em notícias da imprensa especializada internacional e romena, havíamos aqui falado no Operacional neste negócio e os valores em causa eram muito superiores (628 milhões de euros), donde se admite que o diferencial (mais de 400 milhões de euros), serão gastos na Roménia e EUA. Notícias de hoje na Roménia referem-se a um “negócio de 600 milhões de euros, 100 dos quais já pagos esta semana”.

Embora este negócio tenha sido apresentado como muito vantajoso para Portugal, essa afirmação carece no mínimo de ser explicada uma vez que estas aeronaves foram compradas e têm sido modernizadas em Portugal com custos elevados (mais de 500 milhões de euros para as 40 aeronaves). Parece assim que o valor previsto na LPM de 2006, 180 milhões (líquidos) para os mesmos 12 aviões, isso sim teria sido um bom negócio. Terá sido, como no caso das fragatas “João Belo”, o possível.

Os F-16 “Fighting Falcon” de Monte Real irão substituir na Força Aérea Romena os Mig-21 “Fishbed” que servem na base aérea de Fetesti.

Como curiosidade refira-se que esta mesma semana a Roménia recebeu o 6.º C-27J“Spartan” (avião de transporte tácticontipo C-295M) novo, num programa de 7 que está a custar 216 milhões de euros e que é mais um passo na modernização da força aérea deste país que também já conta com aeronaves C-130.

Na Lei de Programação Militar de 2006, previa-se a venda destes 12 F-16 por 180 milhões de euros e de mais equipamento militar considerado excedentário ou obsoleto. Até ao momento foi possível vender 2 fragatas da classe “João Belo” ao Uruguai por 13 milhões de euros (previstos na LPM 30 milhões). Helicópteros Puma e AL III e aviões C-212, permanecem disponíveis para serem alienados.

A Força Aérea Portuguesa dispunha de 39 aviões F-16, nem todos operacionais. Sabendo-se que para esta venda vão ser adquiridos aos EUA 3 células F-16 para serem modernizadas em Portugal, parece assim que a FAP, a prazo, ficará com 30 F-16 operacionais.

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