O PRINCIPAL DISTINTIVO DAS TROPAS PARAQUEDISTAS PORTUGUESAS(1)
Por Antonio Carmo • 21 Out , 2014 • Categoria: 10. DISTINTIVOS, INSÍGNIAS E CONDECORAÇÕES PrintÉ quase unânime a ideia entre os especialistas em simbologia (a mais universal e fascinante linguagem sintética) e heráldica de que os distintivos / emblemas têm uma importância capital nas organizações militares (e não só), pois uma das suas finalidades básicas é a de «…identificar e distinguir o utilizador».
O distintivo de paraquedista (vulgo brevê paraquedista) é um símbolo com elevado significado e prestígio, padecendo sempre de uma mística muito própria que é comum a todas as unidades militares capazes de fazerem uso da “terceira dimensão”: o ENVOLVIMENTO VERTICAL.
Começo por relevar, em jeito de introdução que no panorama militar internacional todos os distintivos de qualificação paraquedista apresentam dois “elementos heráldicos” unificadores:
– a calote do paraquedas;
– as asas e/ou asa (na posição de voo e/ou na posição de poisar).
A feitura do distintivo português, destinado a simbolizar a especialidade em paraquedismo militar, alicerçou-se, ainda, nos seguintes fatores:
– universalidade das afinidades plásticas para visualmente se poderem associar;
– realce da sua função distintiva / identificadora.
Observados estes postulados, os primeiros países a introduzir oficialmente o uso do distintivo de qualificação paraquedista nos seus uniformes militares foram:
1932 – URSS;
1936 – FRANÇA e ALEMANHA.
Em Portugal, a primeira versão deste símbolo muito especial e acarinhado por todos os militares especializados em paraquedismo, nasceu em 23 de novembro de 1955 através do Decreto Nº40395, ficando assim ordenado:
«CRUZ DE CRISTO envolvida por duas pernadas de louro e ladeada por duas asas abertas, na posição de voo, com 70mm de envergadura, sobrepondo-se a um paraquedas aberto, prateado.»
As duas principais regras de atribuição desta primeira versão do distintivo de paraquedista português eram:
– conclusão com êxito do período de instrução no solo;
– execução de um mínimo de 10 (dez) saltos.
Para demonstrar o valor e o elevado significado deste distintivo para os militares paraquedistas, nada melhor do que transcrever o art. 22º do mesmo diploma (Decreto 40395 de 23NOV55):
«…Os paraquedistas que se recusarem a saltar no espaço com para-quedas quando lhes for determinado, além das sanções militares que devem ter lugar, serão irradiados e perdem o direito aos distintivos, vencimentos e outras regalias que lhes estavam conferidas.»
A saga do distintivo de qualificação paraquedista continuou ao longo de mais de cinco décadas tendo, muito justamente, sido objeto de uma comunicação pormenorizada, ilustrada (II Congresso de Heráldica Militar – 11DEC2012) e, estruturada da seguinte forma:
– FORÇA AÉREA: “NASCIMENTO” E SIMBOLOGIA (1955…);
– EVOLUÇÃO DA COMPOSIÇÃO PLÁSTICA (1961…);
– TRADIÇÃO E MODERNIDADE (1966…);
– O DISTINTIVO DE “ALUNOS PARAQUEDISTAS”;
– LOCALIZAÇÃO NOS UNIFORMES;
– O DISTINTIVO DE PARAQUEDISTA NO EXÉRCITO (1994…).
Aos leitores mais dedicados e interessados pela emblemática militar e, ao público em geral, é agora disponibilizada na íntegra a comunicação, apresentada no II Congresso de Heráldica Militar, sobre o “percurso histórico” do principal distintivo dos paraquedistas militares portugueses, intitulada: «O PRINCIPAL DISTINTIVO DAS TROPAS PARAQUEDISTAS PORTUGUESAS: TRADIÇÃO, SIMBOLISMO E MEMÓRIAS».
(1) – Texto extraído da comunicação apresentada pelo Sargento-Chefe Paraquedista SUCENA DO CARMO no II Congresso de Heráldica Militar, realizado em 11DEC2012 – Lisboa.
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