“O FUTURO DE NÓS DIRÁ”, O 1.º BATALHÃO DE INFANTARIA MECANIZADO
Por Miguel Machado • 7 Dez , 2014 • Categoria: 08. JÁ LEMOS E... PrintDa fundação do BIMec ao 1.º Batalhão de Infantaria Mecanizado: o Futuro de Nós Dirá, é um trabalho de fundo sobre esta sub-unidade da Brigada Mecanizada que foi, atrevemo-nos a dizer, uma das mais emblemáticas do Exército Português do período do pós-guerra no antigo Ultramar e que hoje continua a inovar.
O leitor tem mais de 250 páginas onde vai encontrar um enorme manancial de informação, muita dela original, mas também outra criteriosamente seleccionada quer de publicações alusivas à unidade quer de edições do batalhão. Não se julgue no entanto que o trabalho tem apenas interesse histórico, longe disso, parte importante é dedicado às actividades do batalhão em anos recentes, até este ano de 2014 no Kosovo onde cumpriu mais uma missão expedicionária. O 1.º BIMec, ou suas sub-unidades, estive 3 vezes na Bósnia-Herzegovina, 4 no Kosovo, 1 em Timor-Leste, e pessoal seu serviu em vários outros teatros de operações, como o Afeganistão, ou em missões de cooperação técnico-militar. Destaque também na obra para os muitos exercícios internacionais em que o batalhão esteve empenhado, dentro e fora das nossas fronteiras.
A obra está recheada de testemunhos de antigos comandantes e oficiais da unidade, de apreciações de visitantes ilustres e é profusamente ilustrada.
O BIMec foi uma unidade criada para a “Guerra-Fria” no rescaldo da guerra no antigo Ultramar e durante muitos anos uma das melhor equipadas do Exército. Os seus M-113 deveriam, juntamente com outros meios blindados da Brigada Mista Independente – prioridade do Exército Português durante muitos anos – ser a principal contribuição nacional para conter, em Itália, as forças do Pacto de Varsóvia em caso de conflito generalizado. E se a hoje Brigada Mecanizada de Santa Margarida era a prioridade do Exército, o 1.º BIMec foi uma das suas principais salas de visita, como bem mostra o seu livro de honra. Com o advento das missões de apoio à paz e humanitárias rapidamente o batalhão se adaptou a esta nova realidade e foi mesmo a primeira unidade de escalão batalhão “não pára-quedista” a ser empenhada, logo em 1997, nas operações nos Balcãs. Muitas outras se seguiram até este ano de 2014 em que voltou ao Kosovo.
O período do actual comando tem maior destaque – 2012/2014 – o que nos dá uma imagem detalhada sobre o que é o 1.ºBIMec na actualidade. Cursos, exercícios, novos equipamentos testados – o UAV LIGHT RAY e a VBR PANDUR por exemplo, têm aqui uma grande visibilidade – reflexões sobre temática de interesse para a unidade e mesmo para escalões superiores. Artigos vários sobre a última missão no Kosovo – alguns dos quais com grande detalhe são, quanto a nós, um dos motivos de interesse da obra. A missão está aqui escalpelizada! Da problemática do comando multinacional às operações, passando pela imprescindível e sensível logística que ninguém dá por ela até falhar, ou o papel dos sargentos nos seus patamares de comando, são informações – e opiniões – só acessíveis neste tipo de obras de carácter oficial, tudo isto com base em relatos de quem viveu aquilo sobre o que escreveu, o que, mesmo sabendo que em trabalhos de carácter oficial à limitações à liberdade de expressão, é um trabalho muito interessante e útil.
Sendo uma obra extensa e multifacetada, não se lê num fôlego, nem a correr. Interessa a quem estuda a história do Exército Português, mas também, talvez até mais, a quem quer saber além do trivial sobre as missões exteriores, concretamente sobre o que se está a fazer nos tempos que correm no Kosovo. Mesmo que não declaradamente, daqui se podem extrair muitas lições aprendidas, tais são as reflexões escritas por quem, de patentes muito diferentes, andou com as “botas no chão”.
Em boa hora o actual comandante, Tenente-Coronel de Infantaria Pedro Brito Teixeira, meteu mãos à obra, deixando este legado para o futuro, mais um do 1.º BIMec, o qual nós aqui disponibilizamos em pdf. para ser descarregado: “Da fundação do BIMec ao 1.º Batalhão de Infantaria Mecanizado: o Futuro de Nós Dirá”
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