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MONOCLE, MARCHING ORDERS: A GLOBAL SURVEY OF FLASHPOINTS AND FIGHTING FORCES

Por • 25 Ago , 2012 • Categoria: 08. JÁ LEMOS E... Print Print

A edição Setembro 2012 desta revista mensal com “quartel-general” em Londres, é dedicada à “coisa militar” numa perspectiva global. Tem de tudo um pouco, mesmo o mais inesperado. Esta abordagem à temática é uma lufada de ar fresco, merece ser lida!001-monocle-capa
A Monocle é desde logo muito bem conseguida do ponto de vista do design. Consegue conjugar belas imagens com muita informação. Esta, em vários “formatos”, para quem gosta de ler mais e para quem gosta de ler menos. Conjuga reportagem, entrevista, noticias, curiosidades, opinião, ensaio, enfim uma edição para ler de ponta a ponta e guardar.
Estamos perante uma revista para ajudar o público em geral – não se destina a especialistas embora em alguns artigos se aprofundem temas até ao detalhe – a compreender o que é hoje, nos quatro cantos do planeta e nas mais diversas vertentes, a vida militar e muito do que lhe está relacionado. Da indústria à comunicação, da formação à arte, da geoestratégia à opinião política e mais um sem número de aspectos, alguns bem inesperados. Vamos tentar dar uma imagem do que quem comprar a revista pode ler.

O índice inclui mais de 40 artigos, elaborados em 17 países e 21 cidades principais (EUA – Nova Iorque; Arlington, VA; Washington, DC; Colômbia- Bogotá; Brasil – Brasília; Reino Unido – Farnborough; Londres; Noruega – Kristiaansand; Suécia – Estocolmo; Finlândia – Helsínquia; Alemanha – Berlim; Holanda – Gorinchem; Suíça – Berna; Japão – Hiroshima; Okinawa; China – Hong-Kong; França – Paris; Bélgica – Bruxelas; Vaticano; Israel – Tel Aviv; África do Sul – Joanesburgo) e mais uma série de países e localidades para pequenos textos ou artigos de opinião, onde até uma pequena referência a Portugal pode ser encontrada: a Pousada de Cascais…porque se localiza em antigas instalações militares.

E esta é das características deste número da Monocle, aborda a questão militar pelos mais diversos e inesperados prismas: da comida que os militares utilizam ao que vários jornalistas que cobrem conflitos transportam consigo em reportagem; da utilização de animais em conflitos ao longo da história à reutilização de casas das bases dos EUA em Okinawa por famílias japonesas;  do clube de Londres que um repórter de guerra (filho de militar) fundou à fabricação de camuflados “multicam”; das características de diversos equipamentos militares ao trabalho em estaleiros navais holandeses; do relato do dia-a-dia na Somália relativamente pacificada a uma emboscada (na primeira pessoa) em Kabul; da utilização de “contractors” a diversas rádios militares que funcionam em muitos países (falta a nossa Radio Lages!); do trabalho numa revista militar alemã ao interesse chinês no relacionamento com a Islândia ou uma entrevista com o secretário-geral da NATO…e podia continuar na descrição de um sem-número de temáticas que a leitura da revista proporciona.

Vamos assim ficar pela capa da revista. Como seria de esperar é um bom ponto de partida para perceber o núcleo central da abordagem ao tema, os artigos mais “fortes”. A imagem maior pertence a um recruta da escola de oficiais do exército norueguês (tradução nossa), onde os repórteres da Monocle foram para perceber como se seleccionam os futuros oficiais do Exército da Noruega (em tradição livre, Cérebro versus Músculo). Sobre esta foto, as seguintes 5 frases sobre as realidades do soldado de hoje:
– “Pele espessa”, frequentemente mal-amado no seu país e no estrangeiro;
– “Ombros largos”, carrega o fardo de más políticas;
– Emocionalmente consciente, muitas vezes desempenha assistente social para companheiros e adversários;
– Tecnologicamente evoluído, a guerra é cada vez mais digital;
– Compreende o mundo, já não se fica pelo seu país.

E a foto em causa serve ainda de “porta-voz” dos militares que servem na “frente” pedindo:

– Mais apoio dos seus concidadãos;
– Boas informações sobre a realidade que vão encontrar nas operações exteriores;
– Melhores equipamentos/armamentos para as missões de longa duração;
– Bons cuidados médicos e apoio social no regresso ao seu país;
– Menos burocracia mais agilidade de procedimentos.
Como se vê, só esta foto e respectivas “legendas”, encerram muitas realidades que quem “lá anda” ou “andou”, bem pode subscrever.
As outras três grandes reportagens que merecem honras de fotos na primeira página é uma dedicada a cada elemento, terra, mar e ar:
– No quartel-general do Exército Brasileiro em Brasília, muito focada na arquitectura (Oscar Niemeyer’s) mas lembrando os mais de 222.000 efectivos do Exército (mais 280.000 reservistas), 59.600 na Marinha e 77.454 da Força Aérea;
– O que é a guarda costeira do Japão – com 12.000 homens, mais de 400 navios, 27 aviões e 46 helicópteros – e muitas das suas acções, algumas de combate;
– Um porta-aviões americano nos mares da China com 5.500 militares a bordo e 70 aviões e helicópteros, tudo muito à volta do renovado interesse americano no Pacífico.

Vários mapas e diagramas ajudam à compreensão de alguns dos temas. Muito mais haveria escrever sobre a Monocle de Setembro de 2012, deixamos o índice abaixo, com a nota que muitas das pequenas noticias, apontamentos, não são aqui referidos.

Tem formato 20X26,5cm, profusamente ilustrada, também com muita publicidade, 250 páginas, custa 8,30€ e encontra-se em muitos pontos de venda em Portugal.

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