MEDALHA COMEMORATIVA DO CINQUENTENÁRIO DO “MONUMENTO AOS MORTOS EM COMBATE” – 1968 – 2018
Por Miguel Machado • 24 Jun , 2018 • Categoria: 10. DISTINTIVOS, INSÍGNIAS E CONDECORAÇÕES PrintO REGIMENTO DE PARAQUEDISTAS comemora em 3 de julho próximo, o cinquentenário da inauguração do MONUMENTO AOS MORTOS EM COMBATE, marco incontornável do seu património histórico. A Guerra do Ultramar tinha começado em 1961, ano em que as tropas paraquedistas sofreram os seus primeiros mortos em combate, e desde logo o sangue vertido pelos “boinas verdes” começou a ser honrado e lembrado. Em 1968 o monumento de Tancos foi a primeira grande expressão pública desta cultura que se mantém.
Momento ideal para o lançamento desta medalha que agora apresentamos, iniciativa de um grupo de colecionadores de memorabilia das Tropas Paraquedistas – ao qual está ligado o António E. Sucena do Carmo, um dos fundadores do Operacional.pt – que assim homenageiam o monumento mais importante dos boinas verdes portugueses.
De acordo com o dicionário português, “…medalhística é o campo dos eventos ou comemorações por excelência embora remeta a valores monetários pela sua etimologia. É o estudo das medalhas do latim metalla metal, diferenciou-se de óbolo ou moeda na idade média por não ser um objeto de troca comercial. Como medalha, as suas caraterísticas técnicas mais comuns são representadas pelo material utilizado, a forma, o seu peso e as dimensões. Ao seu cunho recorrem instituições seja elas oficiais ou não, e abrangem os mais variados temas com especial incidência para eventos ou acontecimentos que marcam uma data: históricos, políticos, militares, económicos e culturais. A medalha pretende representar um acontecimento, transformando-o em símbolo e constitui um importante documento para a compreensão de uma cultura.”
A MEDALHA COMEMORATIVA DO CINQUENTENÁRIO DA INAUGURAÇÃO DO “MONUMENTO AOS MORTOS EM COMBATE – 1968 -2018”
Tendo sempre presente os elevados custos do projeto, e com a finalidade de a tornar menos dispendiosa e mais acessível aos colecionadores, sem nunca perder de vista a simplicidade e a inovação que sempre acompanharam os PARAQUEDISTAS, optou-se pela seguinte construção:
ANVERSO – em destaque está representada a figura do militar paraquedista em “posição de aterragem” na chegada ao solo, e parte da asa da aeronave de transporte militar Junker JU-52/3mg3e com a Cruz de Cristo esmaltada, principais elementos que integram o conjunto arquitetónico do Monumento. Na orla a legenda “AQUELES EM QUEM PODER NÃOTEVE A MORTE”.
REVERSO – ao centro, um pergaminho, com as seguintes gravações em baixo relevo: um distintivo de qualificação paraquedista e a inscrição “CINQUENTENÁRIO DO MONUMENTO AOS MORTOS EM COMBATE – 3JUL1968 – 3JUL2018”.
Outras caraterísticas da medalha:
– diâmetro: 80 mm;
– espessura: 5 mm;
– peso: 270 gramas;
– material: bronze patinado;
– tiragem: 100 exemplares numerados.
Estamos assim perante uma peça que certamente materializará, para todas as gerações de paraquedistas militares, este ano de 2018, como mais um marco do seu património histórico permanecendo, exposta ou guardada, em memória de todos «AQUELES EM QUEM PODER NÃO TEVE A MORTE».
António Sucena do Carmo
NR (Operacional): Se 1968 ficará na história como o ano da inauguração deste significativo monumento, nunca é demais lembrar que a memória dos paraquedistas mortos no Ultramar português, nunca deixou de ser lembrada. Desde logo no Museu das Tropas Paraquedistas na então Base Escola de Tropas Paraquedistas do Corpo de Tropas Paraquedistas da Força Aérea Portuguesa – hoje Regimento de Paraquedistas – onde os seus nomes e fotografias sempre constaram (aliás a partir de Março de 1988 a revista Boina Verde, pedia mesmo a colaboração de todos no sentido de ser possível obter fotografias em falta de alguns desses militares), e com especial destaque a partir de 1992 quando é criada a Sala da Memória onde repousam em placas de mármore os nomes dos mortos em combate e também as suas fotografias.
Por outro lado a revista Boina Verde do Corpo de Tropas Paraquedistas – hoje revista do Regimento de Para quedistas – iniciou a partir de Março de 1987 a publicação sistemática de todos os mortos em combate, na rubrica “Aqueles em quem poder não teve a morte” que em cada número, durante anos deu a conhecer as fotos e biografias dos “boinas verdes” que caíram no Ultramar.
Em 1986 iniciou-se a publicação da “História das Tropas Paraquedistas Portuguesas” pelo Corpo de Tropas Paraquedistas com o volume dedicado ao Batalhão de Caçadores Paraquedistas n.º 31, tendo-se seguido ao longo dos anos os dos Batalhões de Caçadores Paraquedistas n.º 32, 12 e 21, e todos eles incluem a listagem com os nomes dos mortos em cada uma das antigas Províncias Ultramarinas.
Este Monumento de Tancos que hoje celebramos foi o primeiro marco de uma cultura de memória e honra aos mortos das Tropas Paraquedistas que nunca foi esquecida, antes aprofundada, e em cada cerimónia junto ao Monumento, a cada coroa de flores que antigos e actuais militares paraquedistas ali colocam, a cada toque de silêncio que ali se ouve, os “boinas verdes” caídos no campo de batalha são lembrados pelos seus irmãos de armas.
Miguel Machado é
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