LISBOA – PRISTINA EM C-130
Por Miguel Machado • 15 Set , 2010 • Categoria: 03. REPORTAGEM, EM DESTAQUE PrintNo momento em que novo batalhão português parte para o Kosovo – inicia seis meses de missão o 1º BIPara /BrigRR, termina o 2ºBIPara/BrigRR – o “Operacional” lembra aqui através de 24 fotografias, uma viagem Lisboa – Pristina vista por dentro do C-130 da Força Aérea Portuguesa.
Das 08H30 às 16H14, hora de Lisboa, a bordo de um C-130 da Esquadra 501, “Bisontes”, o 2º Batalhão de Infantaria Mecanizado da Brigada Mecanizada iniciava em 2007, também ele, uma missão de 6 meses no Kosovo. Estas fotos ilustram esta viagem, aparentemente mais uma “sem história” na história das missões de paz – até porque correu muito bem! – mas para quem a fez, certamente marcante porque foi o momento de deixar para trás… família, amigos e cada um saberá bem o que mais. Ontem como hoje, em avião militar ou em avião civil fretado, os militares portugueses integrados em forças expedicionárias multinacionais, partem para estas missões via aérea. Bósnia-Herzegovina, Kosovo, Timor-Leste, Iraque, Afeganistão, Líbano, foram ou são os locais para onde e de onde milhares de militares dos três ramos das Forças Armadas e da GNR cumpriram, ano após ano, este ritual.
Estas viagens, das mais curtas como a destinada a Pristina, ou das mais demoradas – e por vezes com escalas – como as que tinham como destino Díli ou agora Cabul, são “mais uma missão” – por vezes com particularidades operacionais delicadas – para as tripulações das aeronaves da Força Aérea, ou uma oportunidade de negócio para as companhias civis, e tempo de introspecção para os passageiros.
Só cada um pode dizer em que ocupa a mente no decurso destas horas. Cada caso é um caso e há milhentas situações que influenciam esse tempo de espera. Para alguns é a primeira missão para outros a primeira vez que voam, ou, ao contrário, são veteranos de vários teatros de operações e de muitas horas no ar. Uns têm a expectativa de uma missão calma outros querem acção. Para alguns é o retorno a um local conhecido para outros a novidade absoluta ou ainda a comparação com outros países e épocas.
Os veteranos – e são cada vez mais nas Forças Armadas Portuguesas – sabem que não há duas missões iguais. Não se pode dizer que quem “viu uma viu todas”. Hoje temos militares que em vários postos e funções das suas carreiras cumpriram missões. Daí naturalmente tiraram vantagens pessoais, mas também contribuíram com o seu trabalho e esforço, por vezes em condições bem difíceis que já nos custaram mortos e feridos – estes últimos infelizmente muitas vezes esquecidos, senão mesmo escondidos – para a melhoria das nossas capacidades militares e do reconhecimento internacional que nos tem sido creditado em várias ocasiões.
Tudo isto e mais uma imensidão de memórias pessoais e familiares acompanham estas horas no C-130, seguro e barulhento, que coloca, ano após ano, missão após missão, militares e toda a espécie de carga, sejam munições, explosivos, armamento ou abastecimentos, correio e pertences pessoais, no local de destino.
Desta vez foi Pristina. Aqui ficam as imagens desta viagem, em jeito de homenagem aos militares dos três ramos das Forças Armadas e das Forças e Serviços de Segurança que têm prestado serviço no exterior do território nacional, e assim iniciaram algures no passado, as suas missões.
Nota: As fotografias estão ordenadas por ordem crescente da hora em que foram captadas. Clicando nas imagens pode ver essa referência. As legendas parece-nos seriam redundantes, cada um fará as suas!
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