G-28 & MG-5 NA UNIDADE DE PROTEÇÃO DA FORÇA (II)
Por Miguel Machado • 21 Out , 2015 • Categoria: 07. TECNOLOGIA PrintOlhamos agora para a metralhadora HK MG-5 7,62mm, arma que já foi apresentada em Portugal no ano transacto e está hoje ao serviço na Unidade de Protecção da Força (UPF). O Operacional esteve em Alcochete para ver novamente a MG-5 ser usada por militares e polícias portugueses e apresentamos ainda aos nossos leitores a nova viatura táctica ligeira (blindada) da UPF, que aliás pode usar esta nova metralhadora.
Aproveitando a recente apresentação em Portugal da HK G-28 7,62mm, a Defmat, Lda e a UPF criaram as condições necessárias para que os militares e polícias envolvidos neste dia passado no Campo de Tiro da Força Aérea, em Alcochete, pudessem usar de novo a metralhadora HK MG-5 7,62mm. E foram muitos dos presentes que o fizeram! Por outro lado a UPF mostrou as suas novas viaturas tácticas ligeiras (blindadas), capacidade surgida no âmbito de um empenhamento internacional e que agora se concretizou.
HK MG-5 7,62mm
Portugal como é sabido mantém hoje ao serviço metralhadoras ligeiras da empresa alemã Heckler & Koch (parte fabricadas noutros países sob licença), como as HK-21 e MG-3 (sucessora da MG-42), ambas em calibre 7,62mm ou, mais recentemente, a HK MG-4, em calibre 5,56mm. Para o calibre 7,62mm, apesar de muitas MG-3 continuarem fiáveis, foram construídas há décadas – desenhos e capacidades datadas – a sua substituição deve ser encarada. O debate sobre os calibres (7,62mm vs 5.56mm) no caso das metralhadoras ligeiras acaba sempre por fazer pender as opiniões para as vantagens do 7,62mm (excepto em missões muito especificas) e a fábrica alemã, depois de anos e anos de estudos e testes, tem vindo a comercializar, finalmente, uma nova metralhadora ligeira, a HK MG-5.
Como é norma nos tempos que correm a arma apresenta várias versões, construídas a partir da “standart” com grande parte dos componentes comum a todas elas, o que torna alterações de configuração muito rápidas. Naturalmente se a opção de uma força for dotar-se de várias configurações, esta modularidade de concepção acaba também por trazer claras vantagens económicas, permitindo adquirir menos “armas completas”, mas apenas mais componentes diferentes.
A HK dispõe actualmente de 3 versões, a MG5 (peso, 11,6Kg), a MG5 A1 (10,1Kg) para uso com sistemas de controlo remoto e a MG5 A2 (10,4Kg) designada “infantaria”, por ser mais leve devido a terem sido retirados alguns componentes e adaptados outros (por exemplo o punho). A arma pode usar três canos diferentes – curto (460mm); normal (550mm) e longo (663mm) e mais componentes para finalidades especificas, como diferentes contentores porta-munições, diferentes apoios de ombro/mecanismos de disparo e, claro, miras ópticas, e mais uma série de acessórios que se podem adaptar às calhas “Picatinny”.
Das várias características referidas pelo fabricante assinale-se que a arma foi concebida para ser operada apenas por um militar, o cano muda-se em segundos (sem o uso de luvas!) e funciona nas mais rigorosas condições de clima e terreno. A cadência de tiro varia entre os 640 e os 800 tiros por minuto, consoante regulação efectuada num selector (ver diagrama da arma). Esta característica permite configurar o ritmo de fogo pretendido em função do emprego operacional em determinada função ou missão (permite ainda calcular e saber com precisão o número de munições necessárias para, por exemplo, bater um determinado alvo dando tempo para que tropas se desloquem, envolvam ou tomem posições).
A alimentação de munições é feita por fita (o mecanismo de tracção é muito eficaz/potente), e regra-geral usa-se um pequeno contentor para colocar fitas de 100 munições (facilita a operação sem municiador, por exemplo em movimento ou ambientes arborizados) mas pode naturalmente ser alimentada por fitas maiores. A ejecção dos invólucros é para “baixo”.
Viatura Táctica Ligeira (Blindada)
Estas VTLB Nissan foram adquiridas pela Força Aérea para a UPF devido à necessidade que surgiu no decurso de uma missão expedicionária com um Destacamento Aéreo em África. Como tantas vezes acontece, nem tudo o que se passa numa operação é realmente como previsto, as coisas por vezes evoluem rapidamente nos teatros de operações e nem sempre no sentido da acalmia! Mais uma vez assim foi, surgindo por questões de segurança a necessidade de conferir protecção ao pessoal e meios da Força Aérea envolvidos, nomeadamente através de escoltas. As viaturas que as fotos mostram receberam uma blindagem no compartimento de condução, incluindo vidros à prova de bala, chapa blindada no compartimento de carga e também alguma protecção inferior contra explosivos. Foi um trabalho executado quer no estrangeiro numa firma especializada quer em Portugal. Claro que houve um “compromisso” entre o peso, a potência e a protecção. Não se procurava um Mine Resistant Ambush Protected ou coisa parecida, tinha que ser algo que conferisse protecção mas também velocidade, flexibilidade de emprego, componentes fáceis de adquirir no mercado civil em locais distantes, entre outros aspectos, sendo certo que agora, para o tipo de missões a que se destinam, a UPF está mais capacitada do que antes.
A viatura tem reparo para uma arma, por exemplo, a MG-3 ou a MG-5 como as fotos ilustram, pode fazer tiro em 360º, sendo a rotação executada manualmente pelo “artilheiro”.
Leia a primeira parte desta reportagem em G-28 & MG-5 NA UNIDADE DE PROTEÇÃO DA FORÇA (I)
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