DISTINTIVO DE QUALIFICAÇÃO DO CURSO DE «OPERAÇÕES AEROTERRESTRES»
Por Antonio Carmo • 2 Jul , 2012 • Categoria: 10. DISTINTIVOS, INSÍGNIAS E CONDECORAÇÕES PrintINTRODUÇÃO
O Curso de «OPERAÇÕES AEROTERRESTRES» não sendo o “mais conhecido” fora do universo aeroterrestre é, indiscutivelmente, um dos mais importantes para todos aqueles oficiais e sargentos que decidem servir, uma vez habilitados com o Curso de Paraquedismo Militar, nas unidades paraquedistas da Brigada de Reação Rápida (BRR).
Com objetivos gerais bem definidos, o Curso abrange disciplinas que vão desde o estudo das Operações Aeroterrestres, Aeronaves, Lançamentos, Material, Segurança Aeroterrestre, Documentos Aeroterrestres e Outros, Armamento (caraterístico das subunidades paraquedistas), Cargas, Planeamento de Exercícios, bem como um conhecimento relativo sobre o Treino Físico Militar das Tropas Paraquedistas.
É sobre o distintivo que qualifica os oficiais e sargentos com o Curso de «OPERAÇÕES AEROTERRESTRES», aprovado pelo Despacho Nº 166/CEME/11, e ministrado na Escola de Tropas Paraquedistas (ETP) que se revelam algumas curiosidades históricas e heráldicas(1).
SIMBOLOGIA HERÁLDICA DO DISTINTIVO DE QUALIFICAÇÃO DO CURSO DE «OPERAÇÕES AEROTERRESTRES»
Descrição:
– Dois mosquetes de ouro em aspa carregados de um paraquedas de prata aberto, ao centro e brocante, o Escudo das armas nacionais, assente sobre a esfera armilar de ouro; rodeada esta de duas vergônteas de loureiro cruzadas e atadas nos topos inferiores por um listel do mesmo.
Simbologia e alusão das peças:
– O PARAQUEDAS convencional aberto é o símbolo falante do «soldado da terceira-dimensão» e identifica uma das principais técnicas de infiltração no Teatro de Operações: o salto em paraquedas;
– O ESCUDO NACIONAL é uma referência às Forças Armadas, cadinho de onde provêm os candidatos ao Curso de «OPERAÇÕES AEROTERRESTRES»;
– OS MOSQUETES passados em aspa fazem alusão à primeira arma de fogo portátil usada na Europa, e simbolizam o carater militar do Curso;
– AS VERGÔNTEAS DE LOUREIRO aludem aos dois fatores fundamentais que sustentam o Curso de «OPERAÇÕES AEROTERESTRES»: o estudo lúcido, e o indiscutível mérito técnico-tático das operações aerotransportadas, de transporte e desembarque aéreo.
Os esmaltes significam:
– O OURO, nobreza e poder;
– A PRATA, integridade e obediência.
REGRAS DE ATRIBUIÇÃO DO DISTINTIVO DE QUALIFICAÇÃO DO CURSO DE «OPERAÇÕES AEROTERRESTRES»
ALGUNS PRÉ-REQUISITOS E OBJECTIVOS:
– Este curso é destinado a oficiais e sargentos especializados em paraquedismo do Quadro Permanente (QP) / Regime de Contrato (RC), após términus do Curso de Paraquedismo; oficiais e sargentos especializados em paraquedismo do Regime de Contrato, oriundos de Praças logo que regressem à Brigada de Reação Rápida; e a todos os oficiais e sargentos do QP/RC especializados em paraquedismo colocados na BRR habilitados com o Curso de Paraquedismo.
Após a conclusão, o curso habilita este universo de oficiais e sargentos com os seguintes conhecimentos técnico-táticos e outros:
– Conhecimentos gerais de operações aerotransportadas, de transporte e desembarque aéreo e segurança aeroterrestre;
– Conhecimentos para o aperfeiçoamento da sua integração na doutrina aeroterrestre em utilização na Brigada de Reação Rápida (BRR) e ao planeamento e execução de operações aerotransportadas ao nível e de escalões subordinados;
– Preparação dos quadros para a execução das funções de Chefe de Transporte, Chefe de Grupo de Salto, de Comandante de Patrulha e de responsável pela Operação de Zonas de Aterragem de Aeronaves de Asas Rotativas;
– Dar a conhecer a todos os formandos a panóplia de armamento e equipamento em uso nas unidades paraquedistas da BRR;
– Dar a conhecer a todos os formandos a organização e funcionamento das subunidades orgânicas da BRR.
DADOS TÉCNICOS PARA O FABRICO DO DISTINTIVO DE QUALIFICAÇÃO DO CURSO DE «OPERAÇÕES AEROTERRESTRES»
Cores:
– totalmente “dourado sem brilho”; exceto a calote do paraquedas que é prateada.
Dimensões (previstas):
– altura – 4 cm X largura – 6 cm
– Esfera armilar/diâmetro: 1,5 cm
Versão em metal: o distintivo deve ser produzido a partir de uma liga de cobre (latão ou bronze) com acabamento por “banho dourado-fosco” com reverso-liso (a calote é revestida por material prateado), e o “cunho” deve ser executado a partir de uma escultura (2) para permitir realçar os baixos e altos-relevos e outros contornos que compõem todos os elementos heráldicos da peça; é fixado nos uniformes com dois fechos tipo “prego” (do tipo norte-americano), dispostos verticalmente no reverso para contrariar o seu desalinho quando fixado nos uniformes.
Versão em pano / baixa visibilidade (para uso nos uniformes operacionais): o distintivo pode ser produzido a negro, bordado, sob fundo verde oliva e/ou camuflado ou em material vulcanizado nas mesmas cores, confecionado em cloreto de polivinil (PVC) pelo processo de modelagem a quente sobre um retângulo imitando tecido de padronagem camuflada ou verde oliva e/ou ainda em metal de cor totalmente escura (preta) sem brilho.
NOTAS
(1) A autoria do concepção/esboço do distintivo de qualificação do Curso de «Operações Aeroterrestres» deve-se ao seguinte militar: Major Paraquedista MAIA MARTINS (ETP). O texto heráldico (ainda sujeito a ajustamentos) aqui publicado foi elaborado e adaptado pelo SCH/PARAQ (RES) ANTÓNIO E. S. CARMO.
(2) Com este tipo de fabrico, dificulta-se o processo de falsificação dos distintivos e o seu consequente “sucateamento”, levado a efeito por intermediários/comerciantes, cujo único objetivo é o lucro puro, ignorando a qualidade e beleza heráldica dos distintivos das Forças Armadas.
(*) Foram introduzidos aperfeiçoamentos no desenho gráfico pelo Mestre J. Colaço. A matriz do desenho original aprovado foi mantida.
SUPORTE DOCUMENTAL
– Despacho Nº166/CEME/11 de 30JUN;
– Portaria Nº254/2011 de 30JUN;
– CARMO, António E. S.., «DISTINTIVOS E INSÍGNIAS DAS TROPAS PARAQUEDISTAS PORTUGUESAS», Edição do Autor (em preparação);
– Arquivo particular de Miguel Silva Machado & António E. S. Carmo;
– Testemunhos orais recolhidos pelo autor na ETP.
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