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DISTINTIVO DE QUALIFICAÇÃO DO CURSO DE « INSPETOR DE ABASTECIMENTO AÉREO »

Por • 8 Out , 2012 • Categoria: 10. DISTINTIVOS, INSÍGNIAS E CONDECORAÇÕES Print Print

INTRODUÇÃO

O aerotransporte de abastecimentos, armamento e outros tipos de equipamentos para a frente de combate ou para qualquer lugar onde sejam necessários e úteis, é uma atividade pouco divulgada em Portugal. Porém, as Forças Armadas dispõem de uma subunidade, única no seu seio, e com a seguinte missão: preparar, confecionar e recuperar cargas para lançamento em paraquedas. Esta subunidade designa-se por COMPANHIA DE ABASTECIMENTO AÉREO (CAA).

Nascida e desenvolvida por necessidades operacionais nas Tropas Paraquedistas da Força Aérea Portuguesa, a CAA é na atualidade orgânica do Batalhão Operacional Aeroterrestre (BOAT) da Escola de Tropas Paraquedistas (ETP) da Brigada de Reacção Rápida do Exército, onde continua a manter estreita ligação com as Esquadras da Força Aérea que efetuam os lançamentos de carga aérea e cargas suspensas: Esquadra 501 “BISONTES” (Hércules C-130), Esquadra 501 “ELEFANTES” (EADS CASA C-295M), Esquadra 751 “PUMAS” (EH-101) e Esquadra 552 “ZANGÕES” (AL III).

Ao longo dos anos, esta atividade técnico-operacional tem sofrido em todo o mundo um vasto desenvolvimento em missões internacionais, sendo as mais visíveis e conhecidas as do teatro de operações do Afeganistão, onde vários países empregam frequentemente estes meios e técnicas.

Como curiosidade, é importante referir que o abastecimento aéreo tem, também, uma vertente “civil”, ou seja, pode em caso de emergência ou catástrofe nacional rentabilizar os seus meios e cumprir missões de lançamento de todo o género, desde alimentos ou equipamentos vários em socorro de populações isoladas ou necessitadas, em estreita cooperação com as autoridades do serviço de proteção civil.

Esta capacidade de movimentar grandes volumes de meios em qualquer parte do território nacional e com grande rapidez, só possível graças ao trabalho árduo e diário dos homens que integram a CAA, sempre em estreita cooperação com os militares da Força Aérea, contribui de forma ímpar para dotar as Forças Armadas de uma capacidade técnica e operacional digna de ser assinalada.

Esta capacidade técnica, demonstrada pelos efetivos da CAA, está alicerçada na frequência de cursos ministrados na ETP, e específicos para oficiais, sargentos e praças.

Com um historial que a história já regista com orgulho e há mais de três décadas, os paraquedistas militares da CAA seguem o lema: SEGUROS E CONFIANTES, SEMPRE.

É sobre o distintivo que qualifica os militares em «INSPETOR DE ABASTECIMENTO AÉREO», aprovado pelo Despacho Nº166/CEME/11 que se revelam algumas curiosidades heráldicas (1).

Desenho gráfico do distintivo de qualificação do curso de «INSPETOR DE ABASTECIMENTO AÉREO».

Desenho gráfico do distintivo de qualificação do curso de «INSPETOR DE ABASTECIMENTO AÉREO».

SIMBOLOGIA HERÁLDICA DO DISTINTIVO DE QUALIFICAÇÃO DO CURSO DE «INSPETOR DE ABASTECIMENTO AÉREO»

Descrição:

– Três paraquedas pesados – do tipo G11 – abertos, suportando uma carga após um lançamento aéreo, a partir de uma aeronave em voo. Guarnecendo a carga, uma coroa de folhas de louro, frutadas do mesmo, e ligadas nos topos proximais, tudo de prata.

Simbologia e alusão das peças:

– Os PARAQUEDAS PESADOS, abertos, identificam um dos principais métodos usado nesta atividade pelas equipas operacionais do Abastecimento Aéreo: o lançamento aéreo a partir de aeronaves em voo;

– A CARGA é demonstrativa da instrução técnica específica e representativa da atividade geral desenvolvida pela Companhia de Abastecimento Aéreo (CAA).

– A COROA DE LOUROS que guarnece a carga simboliza a singular técnica inspetiva e a capacidade de execução de estudos técnicos inovadores, habilitações inerentes ao curso de «INSPETOR DE ABASTECIMENTO AÉREO».

Os esmaltes significam:

– A PRATA , integridade e firmeza.

Os oficiais e sargentos que integram os efetivos da CAA estão qualificados com o curso de «INSTRUTOR DE ABASTECIMENTO AÉREO» e «INSPETOR DE ABASTECIMENTO AÉREO».

Os oficiais e sargentos que integram os efetivos da CAA estão qualificados com o curso de «INSTRUTOR DE ABASTECIMENTO AÉREO» e «INSPETOR DE ABASTECIMENTO AÉREO». Na foto, um sargento paraquedista e um sargento da Força Aérea numa ação de inspeção.

Depois de preparada e inspecionada, a carga é colocada dentro da aeronave para posterior lançamento.

Depois de confecionada e inspecionada, a carga é colocada dentro da aeronave para posterior lançamento.

O lançamento de cargas a partir de aeronaves em voo proporcionam sempre imagens de grande espetacularidade.

Lançamento aéreo de cargas a partir de uma aeronave HÉRCULES C-130 da Força Aérea Portuguesa.

REGRAS DE ATRIBUIÇÃO DO DISTINTIVO DE QUALIFICAÇÃO DO CURSO DE «INSPETOR DE ABASTECIMENTO AÉREO»

Pré-requisitos:

  • Possuir o Curso de Instrutor de Abastecimento Aéreo;
  • Ter um ano de desempenho/serviço na Companhia de Abastecimento Aéreo (CAA);
  • Ser oficial ou sargento do Quadro Permanente (QP).

Habilitar / objetivo final:

– Ministrar aos formandos os conhecimentos necessários para os habilitar a inspecionar qualquer tipo de carga para lançamento aéreo, transporte aéreo e carga suspensa em aeronaves de asa rotativa. Habilitar, também, os formandos à execução de estudos técnicos para inovações no âmbito geral do ABASTECIMENTO AÉREO.

Versão metálica do distintivo de qualificação do curso de «INSPETOR DE ABASTECIMENTO AÉREO».

Versão metálica do distintivo de qualificação do curso de «INSPETOR DE ABASTECIMENTO AÉREO».

O curso de «INSPETOR DE ABASTECIMENTO AÉREO», em súmula, abrange as seguintes disciplinas: inspeção a paraquedas extratores e sustentadores; inspeção e montagem de libertadores de 5000 Lbs, M1 e M2; inspeção a sistemas de transferência de força 15K, 35K e SL/CS; inspeção de contentores A-22, GC-17, A-21, A-7A e carga SOGA; inspeção de cargas em plataformas; estudo das configurações e caraterísticas da aeronave HÉRCULES C-130 bem como das suas normas de segurança.

Dados técnicos para a confeção / fabrico:

Cores:

– totalmente em “prata velha” e/ou fosca;

Dimensões:

– altura – 5,2 cm X largura – 4,1 cm

Versão metálica:

– o distintivo deve ser produzido a partir de uma liga de cobre (latão ou bronze) com acabamento por “banho de prata-velha oxidada”;

– o cunho deve ser executado a partir de uma escultura (2) para permitir realçar os baixos e altos-relevos que compõem todos os elementos heráldicos da peça;

– a peça estampada com reverso-liso deve ser fixada nos uniformes com três fechos tipo “prego” dispostos em triângulo no reverso para contrariar o seu desalinho nos uniformes.

Versão em pano / baixa visibilidade (uniforme camuflado):

– o distintivo pode ser produzido a negro sob fundo verde oliva e/ou camuflado ou em material vulcanizado nas mesmas cores.

Localização/uso do distintivo:

– de acordo com o Despacho Nº166/CEME/11, o distintivo é usado no lado esquerdo da pala do bolso superior direito dos uniformes.

No abastecimento aéreo, a cooperação técnica com o pessoal da Força Aérea é uma constante.

No abastecimento aéreo, a cooperação técnica com o pessoal da Força Aérea é uma constante.

Flagrante do momento que antecede a extração da carga, visualizado do interior da aeronave.

Flagrante do momento que antecede a extração da carga, visualizado do interior da aeronave.

Em caso de emergência ou catástrofe nacional, as potencialidades do abastecimento aéreo podem ser usadas em proveito das populações.

Em caso de emergência ou catástrofe nacional, as potencialidades do abastecimento aéreo podem ser usadas em socorro de populações isoladas ou necessitadas, em estreita cooperação com as autoridades do serviço de proteção civil.

NOTAS

(1) O texto heráldico publicado neste apontamento foi elaborado e adaptado pelo SCH/PARAQ (R) ANTÓNIO E. S. CARMO.

(2) Com este tipo de fabrico, dificulta-se o processo de falsificação dos distintivos e o seu consequente “sucateamento”, levado a efeito por intermediários/comerciantes, cujo único objetivo é o lucro puro, ignorando a qualidade e beleza heráldica dos distintivos das Forças Armadas.

SUPORTE DOCUMENTAL

– DESPACHO Nº166/CEME/11 de 20OUT;

– PORTARIA Nº254/2011 de 30JUN;

– CARMO, António E. S., «DISTINTIVOS E INSÍGNIAS DAS TROPAS PARAQUEDISTAS PORTUGUESAS», Edição do autor (em preparação);

– Arquivo particular de Miguel Silva Machado & António E. S. Carmo;

– Testemunhos orais recolhidos pelo autor na ETP;

– As fotos ilustrativas das atividades do abastecimento aéreo são da autoria do SMOR/PARAQ (R) Alfredo Serrano Rosa.

– O distintivo é da coleção privada de António E.S. Carmo.



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