DISTINTIVO DE QUALIFICAÇÃO DE «DOBRADOR DE EQUIPAMENTO AÉREO»
Por Antonio Carmo • 4 Abr , 2012 • Categoria: 10. DISTINTIVOS, INSÍGNIAS E CONDECORAÇÕES PrintINTRODUÇÃO
O Curso de «DOBRADOR» é, indiscutivelmente, um dos mais importantes que a ESCOLA DE TROPAS PARAQUEDISTAS (ETP) ministra aos seus soldados especializados em paraquedismo.
Com um objetivo final bem definido, esta especialidade abrange disciplinas que vão desde o domínio das técnicas de dobragem dos paraquedas de abertura automática, paraquedas de reserva, paraquedas de emergência e paraquedas de abertura manual, passando pela manutenção dos paraquedas, e sem esquecer os seus dispositivos de segurança: de indicação altimétrica e de abertura barométrica.
É sobre o distintivo que qualifica os soldados paraquedistas em «DOBRADOR DE EQUIPAMENTO AÉREO», aprovado pelo Despacho Nº166/CEME/11 que se revelam algumas curiosidades heráldicas(1).
SIMBOLOGIA HERÁLDICA DO DISTINTIVO DE QUALIFICAÇÃO DE «DOBRADOR DE EQUIPAMENTO AÉREO»
Descrição:
– uma calote de um paraquedas de abertura manual, aberta; sobreposta à sinistra uma calote de um paraquedas convencional de abertura automática, aberta; abraçando os cordões de suspensão das duas calotes, uma tira extratora com mosquetão fechado, tudo de prata.
Simbologia e alusão das peças:
– As CALOTES dos paraquedas, abertas, simbolizam a atividade de dobragem;
– A TIRA EXTRATORA COM MOSQUETÃO FECHADO é demonstrativa da importância da instrução específica do «DOBRADOR DE EQUIPAMENTO AÉREO», cuja missão é dobrar, manter e inspecionar os paraquedas para e após as reparações, e representativa da atividade de manutenção.
Os esmaltes significam:
– A PRATA , integridade e obediência.
REGRAS DE ATRIBUIÇÃO DO DISTINTIVO DE QUALIFICAÇÃO DE «DOBRADOR DE EQUIPAMENTO AÉREO»
Pré-requisitos:
- Possuir o Curso de Paraquedismo Militar;
- Ser Soldado.
Habilitar / objectivo final:
– Habilitar os instruendos – soldados paraquedistas – com os conhecimentos técnicos para as funções inerentes ao cargo de soldado «DOBRADOR».
Dados técnicos para a confecção / fabrico:
Cores:
– totalmente em “prata velha” e/ou fosca;
Dimensões:
– altura – 5 cm X largura – 4,9 cm
Versão metálica:
– o distintivo deve ser produzido a partir de uma liga de cobre (latão ou bronze) com acabamento por “banho de prata velha-oxidada”;
– o cunho deve ser executado a partir de uma escultura(2) para permitir realçar os baixos e altos relevos que compõem todos os elementos heráldicos da peça;
– a peça estampada com reverso-liso deve ser fixada nos uniformes com dois fechos tipo “prego” dispostos horizontalmente (ou três dispostos em triângulo) no reverso para contrariar o seu desalinho nos uniformes.
Versão em pano / baixa visibilidade (uniforme camuflado):
– o distintivo pode ser produzido a negro sob fundo verde oliva e/ou camuflado ou em material vulcanizado nas mesmas cores.
Localização/uso do distintivo:
– de acordo com o Despacho Nº166/CEME/11, o distintivo é usado no lado esquerdo da pala do bolso superior direito dos uniformes.
NOTAS
(*) Conforme informação recolhida junto da Companhia de Equipamento Aéreo (CEA), a autoria do esboço/desenho que deu origem a este distintivo é da autoria do seguinte militar: SOL/PARAQ/RC 02486598 P. RIBEIRO.
(1) O texto heráldico (oficioso e ainda sujeito a ajustamentos) aqui publicado foi elaborado e adaptado pelo SCH/PARAQ (RES) ANTÓNIO E. S. CARMO.
(2) Com este tipo de fabrico, dificulta-se o processo de falsificação dos distintivos e o seu consequente “sucateamento”, levado a efeito por intermediários/comerciantes, cujo único objetivo é o lucro puro, ignorando a qualidade e beleza heráldica dos distintivos das Forças Armadas.
SUPORTE DOCUMENTAL
– DESPACHO Nº166/CEME/11 de 20OUT;
– PORTARIA Nº254/2011 de 30JUN;
– CARMO, António E. S., «DISTINTIVOS E INSÍGNIAS DAS TROPAS PARAQUEDISTAS PORTUGUESAS», Edição do autor (em preparação);
– Arquivo particular de Miguel Silva Machado & António E. S. Carmo;
– Testemunhos orais recolhidos pelo autor na ETP.
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