DANUBE MONITORS
Por Miguel Machado • 24 Set , 2009 • Categoria: 08. JÁ LEMOS E... PrintHoje apresentamos um assunto pouco falado entre nós, compreensivelmente aliás, uma vez que aborda no essencial aspectos ligados aos navios militares que foram – e são – empregues no rio Danúbio. Tivemos isso sim, uma larga experiência de utilização de navios nos rios das colónias de África, mas isso é assunto que ficará para outra altura.
O “Danube Monitors, from the first to the nuclear age”, da autoria de Cristiani a Craciundiu e Mihai Georgescu, é uma edição da “Modelism International”, de Bucareste, Roménia, em 1995 (?) e tem o ISBN: 973-97497-3-9.
O livro começa por descrever a utilização militar do rio Danúbio desde à 3.000 anos pelos egípcios que lhe chamavam Istros, até ao século XX, passando pelo império romano e por variados povos e línguas que com o rio convivem ou conviveram. Danube para ingleses e franceses, Donau para alemães, Duna para húngaros, Dunarea para romenos, Esma ou Dunai para búlgaros, checos, russos, eslovacos e ucranianos, Dunav para sérvios ou Tuna para turcos.
Um dos objectivos declarados do livro é apresentar as características dos “Monitores” como instrumento de poder naval para dominar o rio e assim criar e preservar uma tradição naval naquela região da Europa.
Aquele que é considerado o primeiro “Monitor” foi construído em 1861 e empregue na Guerra Civil americana pelos “nortistas” contra os “sulistas”. Segundo os autores a necessidade do “norte” obter um navio que se opusesse ao “Merrimak” dos Confederados levou à construção do “Monitor”. Assim nasceu o navio original, “blindado”, servindo no fundo de plataforma para suportar uma torre com duas peças de 280mm. Em todo o caso no livro é defendida a tese que os americanos se basearam em experiências anteriores exactamente no Danúbio e Mar Negro, por austríacos, turcos e franceses.
A história dos “Monitores” não parou ao longo dos séculos XIX e XX e além do Danúbio é falada de passagem a experiência dos americanos nos rios do Vietname.
O livro está dividido nos seguintes capítulos:
Ships of the Russian-Ottoman war (1877-1878)
Ships of the WW I
Monitors of the WW II
Monitors of the nuclear age
Em cada um destes capítulos todos os navios que ali foram empregues são referidos com texto, desenhos e fotografias que facilitam muito o trabalho dos modelistas. Sem constituir capítulos, há um destaque à camuflagem dos navios no rio no período da 2ª Guerra Mundial.
Sendo o livro de meados dos anos 90 do século XX, as últimas informações inseridas referem-se a 1995. A última classe de “Monitores” foi aliás introduzida a partir de 1993, com 4 navios da classe “Mihal Kogalniceanu”, a qual, sinal dos tempos pós-guerra-fria, já contou com cerimónia religiosa (Ortodoxa) e foram abandonadas as designações exclusivamente numéricas do período comunista. Estes últimos navios, segundo os autores, dispõem de capacidade de combate nocturno, com a maior parte dos equipamentos controlados por computador.
O livro apresentado tem capa dura, formato A4, 176 páginas profusamente ilustradas com fotos a preto e branco e muitos desenhos.
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