Revista em língua francesa nascida do entusiasmo e dedicação de Yves Debay e de um pequeno número de colaboradores, a “Assaut” (Assalto), vai no n.º 70 e 7.º ano de publicação, com um estilo muito próprio, divulgando como poucos o que passa no “terreno”.
Na “Assaut” é dado especial destaque às forças militares francesas, havendo também no entanto muitas reportagens sobre outras forças armadas do mundo, por vezes dos países mais improváveis – neste número por exemplo há um apontamento sobre as Forças Armadas da República da China (Taiwan) – apesar da atenção recair sobre os países da NATO.
A revista aposta muito em extensas reportagens feitas nos teatros de operações da actualidade (Afeganistão, Líbia, etc.), parte importante das quais da autoria de Yves Debay, director, redactor-chefe e grande repórter, mas também de autores bem conhecidos no meio como se pode ver na ficha técnica da revista que reproduzimos.

A “Assaut” tem quanto a nós algumas características que a diferenciam de outras, também de grande qualidade publicadas em França e que felizmente hoje aparecem regularmente à venda em Portugal, como a RAIDS. Aliás Y. Debay foi durante anos e anos repórter da RAIDS e só depois de abandonar esta fundou a “Assaut”, certamente mais a “seu gosto”. De entre essas características sobressai, desde logo alguma “militância”, alguma vontade de intervir e de dar opinião, patente na inclusão de um editorial (Ordre du jour… – Ordem de Serviço), por vezes senão sempre, bastante contundente e não poupando dirigentes políticos e também o “politicamente correcto” da esquerda anti-militar anti-polícia em França. Em alguns números o director também escreve artigos de opinião, extensos, sobre situações que se passam nos teatros de operações, estando sempre, mas sempre do lado de quem combate, com uma ou outra “bicada” na hierarquia. Fruto do seu enorme arquivo fotográfico recolhido durante várias décadas “em operações” não é raro a inclusão de imagens e textos de temas que foram noticias desde os anos 80 do século XX, nomeadamente exercícios e operações dos tempos da guerra-fria. Também a pequena coluna “Philosophons sur…” (Filosofemos sobre…) e “Humour Mili“, uma pequena BD militar de Batisse / Thôt são outras formas de emitir opinião, por vezes bem corrosiva.
Nos artigos sobre unidades francesas que habitualmente publica, estes são extensos, detalhados e incluem quase e sempre uma componente histórica a juntar a alguma actividade de treino operacional a que os repórteres da revista assistiram e é quase e sempre dada atenção aos símbolos/insígnias da unidade.
Além destas reportagens “francesas”, a revista tem uma secção de notícias, com incidência em acontecimentos militares/conflitos e aquisições de materiais, em França e nos Mundo; artigos de análise sobre temas militares em França ou no estrangeiro (especial atenção aos que se passa dos EUA e no Reino Unido); “l’invité du mois“, o convidado do mês, que dedica várias páginas e fotografias a um determinado tipo de armamento, fazendo a sua história (habitualmente uma viatura, peça de artilharia, etc); artigo técnico de Jeff Snoek sobre questões práticas que interessam a quem anda de facto no terreno; artigo sobre “uniformes camuflados do mundo inteiro”; artigo sobre as “tropas aerotransportadas do mundo”, com um pequeno texto e as insígnias usadas em cada país; o “Soldado de hoje”, uma página dedicada a um militar em concreto.

Boa qualidade gráfica, excelentes fotografias quase e sempre dos repórteres mas por vezes também cedidas pelos departamentos de audiovisuais e unidades, fazem da “Assaut” uma revista para se ler e ver, para, como diz o seu subtítulo, “fazer parte da história”.

A revista tem 88 páginas e em Portugal Continental custa 7,00€.

Veja aqui o site da Assaut.