APOIO MILITAR DE EMERGÊNCIA A MOÇAMBIQUE
Por Miguel Machado • 21 Mar , 2019 • Categoria: 03. REPORTAGEM, 04 . PORTUGAL EM GUERRA - SÉCULO XXI, EM DESTAQUE PrintA Força de Reacção Imediata (FRI) do Estado-Maior General das Forças Armadas foi activada em 20MAR2019 para nesse mesmo dia iniciar uma operação de resposta à emergência civil que se vive na região da Beira, em Moçambique, após a passagem do ciclone “Idai”. Horas após a decisão política um C-130 da Esquadra 501 da Força Aérea Portuguesa descolou de Lisboa, já na madrugada de 21MAR, para uma viagem de 8.000 quilómetros. Assim se percebe porque temos que ter, sempre, militares e meios em elevado estado de prontidão.
Sob o comando do Coronel Paraquedista Almeida Sobreira, comandante da FRI, foi constituído um “módulo” desta força, configurado para “apoio a situação de catástrofe”, composto por 35 militares, a maioria do Corpo de Fuzileiros da Marinha, mas também 11 do Exército, 3 do Estado-Maior da FRI/EMGFA e 2 da Guarda Nacional Republicana.
Segundo o EMGFA «…A prioridade dos 35 militares da Marinha e do Exército, que serão transportados na aeronave C-130 da Força Aérea, será salvar vidas. Os militares portugueses estão preparados para realizar ações de busca e salvamento nas vias fluviais e prestar apoio médico de emergência. Serão empregues fuzileiros com botes e dois “drones”, equipas do Exército com capacidade de intervenção médica de emergência e de apoio de engenharia. Vão ser igualmente projetados equipamentos de comunicações satélite e transportados medicamentos, material clínico e de tratamento… …os binómios cinotécnicos da GNR incluem dois tractores e dois cães»
Hoje ainda está previsto a projecção de uma segunda aeronave C-130, com meios humanos e materiais de diversas organizações. A missão de apoio militar de emergência está a ser coordenado em estreita ligação com a ANPC.
O C-130, sendo um avião de transporte táctico tem sido muitas vezes empregue em Portugal em missões de carácter estratégico, como esta, em que seria mais adequado um outro tipo de aeronave. No inicio das operações de paz e humanitárias nos anos 90 ainda se levantou a possibilidade da Força Aérea Portuguesa, à semelhança de várias outras na Europa – e como ela própria já teve nos anos 70 – ser equipada com aeronaves de transporte “tipo comercial” para este tipo de missões, e apoio às Forças Nacionais Destacadas. As limitações económicas fizeram cair esse projecto e as opções são o fretamento de aeronaves civis para missões planeadas com antecedência e os C-130 para as emergências.
Dados oficiais sobre efectivos empenhados na missão:
Marinha:
25 fuzileiros, 12 botes, 2 “drones”, sistemas de comunicações satélite e comunicações rádio militares;
Exército:
1 Oficial da arma de Engenharia, uma Equipa Médica com 2 médicos, 1 farmacêutico e 3 enfermeiros, com competências na área da Cirurgia Geral e Emergência Médica e Medicina Militar, uma Equipa de Apoio de Serviços com 3 militares; equipamento de comunicações via satélite, diverso material logístico para montar um “aquartelamento” e uma Farmácia de Apoio às Missões com diversos medicamentos, material de tratamento, material clínico, material de reanimação e outros equipamentos. De assinalar que parte deste pessoal agora empenhado, integra a Componente Terrestre da FRI, estava num exercício neste momento, o “Belerofonte 19”, da Brigada de Reação Rápida. O 1.º Batalhão de Infantaria Paraquedista desta brigada do Exército constitui na actualidade a maioria do efectivo da Componente Terrestre da FRI / EMGFA.
Nesta primeira aeronave também seguiram já várias paletes de rações de combate que darão uma autonomia mínima de 15 dias à força.
Força Aérea:
Duas tripulações e duas aeronaves C-130 da Esquadra 501, “Bisontes” da Base Aérea n.º/ Montijo.
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