ALGUMAS ACÇÕES DA ARMADA EM ÁFRICA – MOÇAMBIQUE
Por Miguel Machado • 6 Out , 2011 • Categoria: 05. PORTUGAL EM GUERRA - SÉCULO XX PrintManuel Ribeiro Rodrigues apresenta-nos um pequeno mas curioso artigo com algumas acções pouco conhecidas da Armada Portuguesa em águas de Moçambique. Mais um capítulo da participação portuguesa na Grande Guerra.
Em 16 de Dezembro de 1915, zarpou para Moçambique o cruzador Adamastor para prestar serviço naquelas paragens, cooperando com a esquadra britânica do Cabo nas operações de guerra do Leste Africano Alemão, e auxiliando as nossas tropas em acção no norte da então Província Ultramarina.
Cooperavam com o Adamastador, nos serviços de campanha, a pequena canhoneira Chaimite e os vapores auxiliares Luabo, Pebane e Pungue, tendo-se previamente tomado posse dos navios mercantes alemães fundeados nas nossas águas, não havendo, por essa altura, notícias de navios inimigos na nossa zona marítima.
Encontrando-se o Adamastor e a Chaimite na foz do rio Rovuma, procedendo ao abastecimento dos nossos postos militares, organizou-se uma esquadrilha de embarcações a vapor e a remos para se proceder ao reconhecimento do rio, a fim de as forças do exército em operações naquele local poderem atravessar para a outra margem. Em 27 de Janeiro de 1916, tendo o cruzador e o posto português de Namaca, na margem direita, previamente bombardeado as posições inimigas da margem oposta, e supondo-se estas abandonadas, as embarcações aproximaram-se então da margem alemã, quando de improviso um fogo nutrido e incessante de metralhadoras as colheu, sendo mortos 1 guarda-marinha e 10 praças; feridos 1 guarda-marinha, 1 sargento e 7 praças; prisioneiro o 1.º Tenente Matos Preto, comandante da Chaimite, que só foi restituído à liberdade, em 29 de Novembro de 1917, quando as forças alemãs, acossadas pelos ingleses, se desfizeram dos prisioneiros de guerra.
Durante a campanha esteve o Adamastor colaborando nas operações, percorrendo os postos da costa oriental, de Natal a Zanzibar, com excepção do tempo em que reparações o retiveram em Lourenço Marques.
Estacionou por mais tempo junto ao comando das forças do exército, em Porto Amélia e depois em Mocímboa da Praia (a) , com a sua guarnição enfraquecida por um serviço duro e pela acção do clima, que em terra produzia muito mais vitimas do que as balas inimigas
(a) Em Setembro de 1916 fez diversos bombardeamentos contra território inimigo para facilitar a passagem do Rovuma pelas nossas tropas, nomeadamente a Artilharia de Montanha (vide artigo já editado a esse respeito)
Este artigo foi previamente publicado no blog Grande Guerra – 1914 a 1918 de Manuel Ribeiro Rodrigues
Outros artigos deste autor no Operacional:
A ARTILHARIA DE MONTANHA EXPEDICIONÁRIA A MOÇAMBIQUE EM 1916
GRANDE GUERRA – 1914 A 1918 – EMBLEMAS E DISTINTIVOS
GRANDE GUERRA 1914-1918: ANGOLA, MARCHA PARA NAULILA, 1914
GUERRA EM MOÇAMBIQUE: 1916 – TESTEMUNHOS
GRANDE GUERRA – 1914 A 1918 (V) UNIFORMES (III)
GRANDE GUERRA – 1914 A 1918 (IV) UNIFORMES (II)
GRANDE GUERRA – 1914 A 1918 (III) UNIFORMES
GRANDE GUERRA – 1914 A 1918 (II)
GRANDE GUERRA – 1914 A 1918 (I)
Miguel Machado é
Email deste autor | Todos os posts de Miguel Machado