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A LARANJA MACULADA

Por • 11 Abr , 2015 • Categoria: 08. JÁ LEMOS E... Print Print

A leitura desta obra que acaba de ver uma segunda edição, transporta-nos para realidades que sabemos existirem, mas descritas como João Nobre de Carvalho o faz, não podem deixar de impressionar. Coloca-nos perante acontecimentos com elevado grau de verosimilhança, alertando de modo muito claro para um dos cenários terroristas que o Estado Português tem obrigação de considerar e preparar-se para enfrentar.

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Bem sabemos que estivemos a ler uma obra de ficção, mas na realidade nos tempos que correm qualquer pessoa minimamente informada, ao ler A LARANJA MACULADA, pode ter um sobressalto e pensar… “pois é, isto pode mesmo acontecer!

O autor incute na história uma dinâmica e uma trama que convidam à leitura “sem parar”. Os acontecimentos dispersos pela Ásia, Europa e por África que nos são apresentados, com detalhes que sugerem investigação e certamente entrevistas a intervenientes em casos reais – culminam com um desfecho terrível, em Portugal, o tal país que muitos, talvez mesmo a maioria dos portugueses – seus governantes incluídos – sempre vêm afastado das tormentas do mundo actual.

Não vamos nesta pequena apresentação desvendar nada que retire ao leitor o factor surpresa quando a obra lhe chegar às mãos, mas não resistimos a citar aqui “ao de leve”, aspectos no mínimo “deliciosos” das descrições de Nobre de Carvalho, como o modo como um novo director do SIS olha para a sua função e quais as primeiras medidas tomadas, ou as peripécias envolvendo a velha corveta da Armada, único vaso de guerra disponível para a acção, que no momento de largar, fica com um dos dois motores avariados parecendo comprometer toda uma crucial operação das forças especiais da Marinha. Estamos perante uma obra séria e que por vezes dói ler. Logo no primeiro capítulo, a descrição feita sobre o que é a vida para três irmãos no Paquistão, e como o seu dramático destino se decide, ou a fuga para a Europa a partir da Guiné-Bissau, de um jovem casal à procura daquilo que para nós seria de quase escravidão, mas para milhões de seres humanos é um objectivo pelo qual vale mesmo perder a vida, são apenas mais dois exemplos de realidades que sabemos existirem mas nas quais não gostamos de pensar.

Mais uma vez, estamos perante uma obra de ficção. O autor sendo muito fiel em variadíssimos aspectos – quem serviu o Estado Português, nas Forças Armadas ou nas Forças e Serviços de Segurança, não deixará de exclamar muitas vezes, “isto é mesmo assim!” – também se dá a algumas liberdades, como descrições que faz de lugares, dependências hierárquicas ou funcionais, que não sendo reais, nada interferem na história e, para o caso em concreto, uma acção terrorista no mar, acaba por funcionar bem.

Tem muita informação interessante de carácter humano e até geográfico – a história passa-se em três continentes e dentro destes em países tão diferentes como França ou a Somália, o Paquistão ou Portugal, a Guiné-Bissau ou Marrocos, explica-nos até com algum detalhe como funcionam certas acções militares e mesmo dos serviços de informações, nacionais e estrangeiros.

Resistimos a contar mais detalhes do livro. Só podemos recomendar a sua leitura que está na realidade ao alcance de todos. Escrito de modo claro é muitas vezes mesmo pedagógico, não faltando uma série de notas que esclarecem a terminologia técnica, sobretudo naval, a qual não será do conhecimento geral, ficando também assim o leitor mais informado.

Trata-se de uma edição das “Edições Revista de Marinha”, cujo Director, Alexandre da Fonseca (Vide-Almirante), assina uma “Nota do Editor” a esta 2.º Edição (2015) que lemos, o Prefácio (datado de 30JAN2009) coube a José Manuel Castanho Paes (Almirante), tem 190 páginas, formato 15x23cm e ISBN: 978-972-96535-6-8.

A obra está à venda no circuito comercial das livrarias com um preço de capa de 15€; os assinantes da Revista de Marinha poderão adquiri-la, com desconto, por 12€, a que acrescem os portes de correio, solicitando-a através do e-mail revistamarinha@gmail.com ou dos telefones 21 928 1377 (fixo) e 91 996 4738 (móvel).

Quem é o autor?

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Síntese da obra fornecida pela editora:

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