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A EXPERIÊNCIA DA COMUNICAÇÃO SOCIAL NA BÓSNIA E HERZEGOVINA EM 1996

Por • 17 Mai , 2016 • Categoria: 11. IMPRENSA Print Print

No âmbito das comemorações do 20.º aniversário da participação portuguesa na missão da Implementation Force da NATO (IFOR/NATO) na Bósnia e Herzegovina, vai realizar-se em 02 de Junho, na Academia Militar / Amadora a conferência em título, seguida da sessão de lançamento do  livro “Bósnia 96, XX Aniversário da Missão”.

 

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Conferência

Trata-se de uma actividade promovida pela Brigada de Reacção Rápida do Exército Português, aberta ao público, para a qual basta uma simples inscrição via e-mail (ver cartaz), estando especialmente dirigida a quem se interesse pelo papel da comunicação social portuguesa na cobertura desta operação em concreto, com jornalistas a acompanhar de facto as tropas no terreno, dos seus ensinamentos e das missões que se seguiram nos últimos 20 anos.

Entrada livre, carecendo apenas de inscrição para: lopes.jmc@mail.exercito.pt /Tlm 916101098

O painel que vai debater este tema, centrado no inicio da missão nos primeiros meses de 1996 e na realidade então vivida, é composto por jornalistas que cobriram no terreno esta actividade das tropas portuguesas. Pretende-se que a reflexão se estenda depois a outras missões que estes profissionais da informação tenham conhecido, e à evolução verificada desde então, bem assim como a sua percepção para o interesse do tema junto da opinião pública portuguesa.

O moderador convidado é Carlos Santos Pereira, 65 anos de idade, 35 de jornalista com ampla experiência na região balcânica onde esteve várias vezes ao serviço da RTP, Diário de Notícias, Público e TSF. Tem carreira académica ligada ao ensino da comunicação, nomeadamente na área da Defesa e Segurança, é autor de vários livros onde se aborda quer a problemática dos Balcãs quer da comunicação em áreas de conflito. Rússia/URSS e Europa de Leste e balcânica antes e depois da queda do Muro de Berlim, as relações Leste-Oeste e Norte-Sul, a Guerra Civil de Espanha, a Guerra Colonial e a Descolonização, completam a sua actividade de investigação nos últimos anos. Colabora regularmente com a instituição militar como conferencista em algumas destas suas áreas de interesse.

Pela televisão usará da palavra Aurélio Faria, jornalista da SIC, 50 anos de idade 28 de profissão, que cobriu por várias vezes as operações militares portuguesas quer na Bósnia em 1996 quer em outros locais como o Kosovo e Timor-Leste e fez muito recentemente um programa da série “Perdidos e Achados”, intitulado “Bósnia 96”, exactamente sobre a efeméride que este ano assinalamos. Tem outras reportagens sobre militares portugueses, e está há muito ligado ao “internacional”. Foi enviado da SIC a locais como a Líbia, Sara Ocidental, Sérvia, Curdistão, Paquistão, para cobrir situações de conflito, mas também esteve em “missão de risco” no não menos perigoso, Evereste!

A imprensa, os jornais que acompanharam a missão inicial na Bósnia, está representada pelo jornalista Carlos Varela, 58 anos de idade, 31 de profissão, na altura ao serviço do “Correio da Manhã” e que hoje trabalha no “Jornal de Noticias”. Tem ampla experiência de reportagem com forças militares e policiais em Portugal, onde cobre quer a actividade operacional quer a situação política ligada a estas áreas, e acompanhou também a actividade operacional dos militares portugueses em Moçambique, Kosovo e da GNR no Kuwait. Ao longo dos anos segue com muita regularidade as questões ligadas às forças de segurança e à justiça.

Na altura um dos jornalistas da Antena 1 – Rádio Difusão Portuguesa – no terreno foi Ricardo Alexandre, 45 anos de idade, 26 de profissão, que mais tarde também cobriu vários conflitos ao serviço da RTP e RDP em países como a Líbia, Irão, Afeganistão, Ucrânia, Timor-Leste, ou regiões como a Palestina e as zonas tribais do Paquistão. Em diferentes momentos esteve em vários países dos Balcãs, da Bósnia ao Kosovo, passando pela Sérvia, tendo dedicado muita atenção a esta região e assim continua hoje. Tem vários livros publicados, a Bósnia e os países circundantes são uma das suas principais áreas de interesse, sobre a qual versa a sua dissertação de Mestrado «Era Uma Vez a Jugoslávia: Media, Elites Intelectuais e Nacionalismo».

BÓSNIA 96, XX ANIVERSÁRIO DA MISSÃO

Terminada a conferência terá lugar o lançamento do livro “Bósnia 96, XX Aniversário da Missão”, reedição da obra publicada pelo Exército em 1997 que agora chega ao mercado livreiro com a chancela da “Fronteira do Caos Editores”, com ligeiras alterações e melhoramentos. Oportunamente este livro será objecto de apresentação no Operacional, mas desde já aqui fica o projecto da capa e três excertos: do General Gabriel Augusto do Espírito Santo que determinou a sua execução em 1997, do General Carlos Jerónimo que despachou a sua reedição em 2016, e do General Frederico José Rovisco Duarte sob cujo comando o Exército procede agora, com a editora Fronteira do Caos, à concretização da publicação:

Do Prefácio à 1.ª Edição – General Espírito Santo

(…) Para o Exército esta foi uma missão importante e a recordar no seu historial donde se poderão extrair ensinamentos vários para o planeamento e para a execução. Recordo o planeamento logístico, nos seus aspectos de aprontamento de equipamentos, de transportes, de sustentação semanal, de acordos com as autoridades militares italianas. Todas as Direcções Logísticas e de Administração de Pessoal do Exército provaram a grande capacidade de planeamento e de execução.

Recordo também as permanentes adaptações às exigências do teatro de operações e às condições operacionais para cumprir com grande eficiência, a missão que estava atribuída. Mas a maior palavra de louvor e apreço vai para todos os militares, Quadros e Tropas, que executaram a Operação.

À capacidade de comando demonstrada pelos Quadros, a disciplina e espírito de missão evidenciados, ao espírito de sacrifício que representou percorrer mais de 2 milhões de quilómetros, em itinerários difíceis e em condições meteorológicas adversas, fazer patrulhamentos e contactar populações que da suspeita inicial chegaram à amizade.

É esse esforço que esta publicação pretende traduzir. Como homenagem e reconhecimento do Exército a todos os que contribuíram para a operação da IFOR e um estímulo e exemplo para todos os militares do Exército que estão ou venham a estar empenhados neste tipo de missões para a paz no globo, para prestígio de Portugal e para a honra das suas Forças Armadas.

Do Prefácio à Reedição – General Carlos Jerónimo

(…) O ajustamento doutrinário que foi necessário efetuar para as Operações de Apoio à Paz, o que à época constituía um paradigma recente, foi facilitado pela natureza do Soldado português. Um Soldado inteligente, generoso, abnegado, disponível para realizar sacrifícios e com a natural aptidão dos portugueses para gerar empatia e estabelecer laços de amizade e cooperação com povos de tradições e costumes distintos dos nossos (…)

Este documento evoca e dá testemunho da prestação de homens e mulheres do Exército Português, em proveito da política externa de Portugal, com o apoio dos outros ramos das Forças Armadas e da sociedade civil portuguesa. Uma empresa em proveito de uma causa nobre, a procura da paz, um esforço que foi realizado com sacrifício e baixas, quatro mortos e treze feridos, a quem esta obra presta também homenagem e que atestam da perigosidade das operações. Foi uma missão coroada de sucesso, realizada em circunstâncias particularmente difíceis, e que continuou a tradição da excelência da participação portuguesa em missões internacionais. (…)

Da Nota de Abertura à Reedição – General Rovisco Duarte

 “(…) Muitos dos que serviram nessa missão integram, agora, a nossa sociedade, enriquecidos pela experiência do contacto com culturas diferentes da nossa, pela vivência e superação de circunstâncias adversas, pela satisfação de ter servido na prossecução de um ideal nobre, por terem realizado algo de invulgar e extraordinário, fora da vivência do cidadão comum. São desafios que continuam a ecoar junto do melhor da nossa juventude que, saindo da sua zona de conforto, escolhe servir Portugal e os portugueses, no Exército. Igualmente, muitos dos militares que participaram nessa missão continuam ainda ao serviço, valorizados pela experiência de servir e comandar em situações difíceis, pela necessidade de executar e coordenar operações complexas e sensíveis com forças congéneres e com as partes em conflito.

(…) é com orgulho que enaltecemos e honramos todos os militares que participaram na missão de 1996, na Bósnia, e os que, em dezenas de missões, em anos subsequentes, no exterior do território nacional, deram o seu melhor em prol da paz e segurança internacionais e reiteramos que o Exército Português, em todos os momentos e circunstâncias, continuará a ser um baluarte da defesa nacional, pronto a servir Portugal e os Portugueses, na defesa da perenidade da Nação e na procura de um mundo mais seguro e mais pacífico.”

Projecto da capa da reedição do livro Bósnia 96.

Projecto da capa da reedição do livro Bósnia 96.

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