A Força Aérea Portuguesa assinalou este ano o 59.º aniversário da sua criação oficial, com os eventos principais centrados na Base Aérea N.º 1 em Sintra, em 1, 2 e 3 de Julho de 2011. Usando expressões de hoje podemos dizer que em 1952 o poder politico racionalizava assim uma parte das Força Armadas, acabando com duplicações na aviação militar.
A Base Aérea N.º 1 e o Museu do Ar receberam os principais eventos do "Dia da Força Aérea" em 2011.
No actual contexto nacional todas estas actividades de divulgação dos ramos das Forças Armadas sofreram cortes significativos e a Força Aérea não foi excepção. Já começa a ser um lugar-comum referir o facto, mas não há como fugir desta realidade que aqui foi particularmente notada na quase ausência de actividade aérea. Mesmo assim, embora sem atingir os números de outras ocasiões, muitos visitantes acorreram à Base Aérea N.º 1 e bem assim como às outras unidades da Força Aérea espalhadas pelo território nacional que estiveram abertas ao público, tendo o ramo divulgado que calculava em 16.000 o número de visitantes recebidos.
Por outro lado a aposta da Força Aérea em diversas actividades de divulgação de âmbito nacional, quer através da televisão e rádio quer das redes sociais – ver aqui site oficial dedicado ao evento – permitiu atingir audiências muito significativas.
No dia 2 de Julho de 2011, no qual decorreu a Cerimónia Militar comemorativa com presença do Ministro da Defesa Nacional, as declarações de Pedro Aguiar Branco sobre a manutenção de Portugal no projecto do avião militar brasileiro KC-390, foram o tema central das referências da imprensa generalista ao Dia da FAP.
Quem se deslocou a Sintra não deu o seu tempo por mal empregue porque a Força Aérea mesmo com alguma parcimónia, não deixou de colocar à disposição dos visitantes alguns dos seus meios aéreos e terrestres mais significativos e, sobretudo através das actividades típicas da Policia Aérea, proporcionar a assistência a várias demonstrações. Por outro lado sendo hoje a Granja do Marquês a casa do excelente Museu do Ar, este completou o manancial de informação aeronáutica – militar e civil – a que todos os que lá fomos pudemos ver.
No domingo de manhã os Epsilon ainda voaram alguns minutos mas...
... as condições atmosféricas em Sintra rapidamente terminaram com a pouca actividade aérea prevista.
A Esquadra 101 - "Roncos" e os seus Aerospatiale Epsilon-TB 30 estão sediados na Granja do Marquês, junto à Academia da Força Aérea e ao Museu do Ar.
A Esquadra 501 "Bisontes" da Base Aérea n.º 6 (Montijo) apresentou um dos dois Lockheed C-130 Hercules que já se encontram pintados com o novo padrão adoptado para estas aeronaves. Progressivamente todos os 6 "C" da FAP vão abandonar o camuflado que os "vestia" desde a chegada a Portugal e ficar assim.
O EADS C-295 M da Esquadra 502 "Elefantes" da Base Aérea N.º 6 (em primeiro plano) está em pleno serviço em Portugal (Arquipélagos incluídos) e mesmo em missões internacionais, nas duas versões, a Táctica e a de Patrulha Marítima (VIMAR). O C-212 (em segundo plano) ainda resiste!
Cokpit do C-212-100 1655 da Esquadra 401"Cientistas" da Base Aérea N.º 6, um dos dois desta série ainda em operação.
A bordo do 16105 conferem-se os milhares de horas de voo cumpridas desde a sua chegada a Portugal após o final da guerra em África. A "401" opera ainda dois "Aviocar" série 300.
Um Dassault/Dornier Alpha-Jet da Esquadra 103 "Caracóis" da Base Aérea N.º 11 (Beja), aqui com a pintura usada pela última patrulha "Asas de Portugal". Junto às aeronaves, pilotos e/ou outros militares da FAP, submetiam-se com notável boa disposição e paciência a verdadeiros "inquéritos", sobretudo pelos jovens visitantes.
O F-16 15 100, veterano de muitas exposições, continua a ser uma das principais atracções e Sintra não foi excepção.
Algumas das aeronaves do Museu do Ar que têm estado expostas ao sabor dos elementos, problema de muitos museus congéneres um pouco por todo o mundo, já começam a mostrar esses efeitos.
O P2V-5 Neptune que serviu na FAP a partir de 1960 em missões de luta anti-submarina e vigilância marítima, cumprindo ainda algumas missões no Ultramar.. Em 1978 foi retirado de serviço e só dez anos depois a Força Aérea recebeu o sucessor, o P3P-Orion. Ao fundo, à direita um P-3 CUP+, sucessor do Orion.
Um P-3 CUP+ do total de 5 que a Força Aérea recebeu e cuja modernização está em curso. Estas aeronaves, bem como as anteriores P3-P Orion, estão atribuídas à Esquadra 601 "Lobos" da Base Aérea N.º 11.
Em Junho de 2011 um Lockheed Martin P-3C CUP+ da Força Aérea Portuguesa terminou uma missão de combate à pirataria, no Índico, operando a partir das Ilhas Seychelles e na qual efectuou 245 hora de voo.
SA330 Puma e C-212-100 Aviocar, "velhas glórias" com lugar de relevo na história da Força Aérea Portuguesa.
Sudaviation - SE 3160 Alouette III da Esquadra 552 "Zangões" da Base Aérea n.º 11, já levam mais de 45 anos de serviço e continuam a cumprir a sua missão.
Os Agusta-Westland EH-101 Merlin da Esquadra 751 "Pumas" da Base Aérea N.º 6, operando no Continente e Arquipélagos, tem demonstrado as suas capacidades efectuando regularmente missões de Busca e Salvamento no Mar antes impensáveis. Em paralelo são usados para missões tácticas em cooperação com a Marinha e Exército.
As "Condor" da Policia Aérea, veteranas da Bósnia e Kosovo (com os grupos de controlo aéreo táctico) serviram para "miúdos e graúdos" tomarem contacto com uma viatura blindada.
As viaturas empregues pelas comunicações tácticas da Força Aérea e pelos Grupos de Controlo Aéreo Táctico (nomeadamente o HMMWV 1165A1/B3 em primeiro plano, idêntico aos usados no Afeganistão) estiveram disponíveis para serem vistas "em detalhe".
Pessoal com experiência operacional estava disponível para esclarecimentos aos visitantes o que constitui sem dúvida um aspecto importante nestas ocasiões.
A Área de Reconhecimento e Inactivação de Engenhos Explosivos do Centro de Treino de Sobrevivência da Força Aérea, conta com robots...
...mas muitas missões continuam a ter que ser efectuadas directamente pelo homem.
O Museu do Ar com uma organização do espaço ligeiramente diferente do habitual para acolher o Dia da Força Aérea proporcionou a muitos visitantes...
...o contacto com aeronaves históricas, militares e civis, sendo evidente o seu excelente estado de conservação.
Parabéns a todos os militares e civis que trabalham na Força Aérea e... até breve!
Em 1952 o "Estado Novo" decidiu acabar com duplicações na área da aviação e determinou aquilo que hoje se comemora em 1 de Julho: o nascimento da Força Aérea Portuguesa como Ramo independente das Forças Armadas.