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23 DE MAIO DE 2012, EMOÇÃO NA ESCOLA DE TROPAS PÁRA-QUEDISTAS

Por • 1 Jun , 2012 • Categoria: 03. REPORTAGEM Print Print

Assinalou-se em Tancos o 56.º Aniversário da inauguração do aquartelamento do Batalhão de Caçadores Pára-quedistas pelo então Subsecretário de Estado da Aeronáutica, Tenente-Coronel Kaúlza de Arriaga. Dia de balanço anual do trabalho realizado mas também de “romagem” por parte milhares de pára-quedistas à sua “casa-mãe”, e este ano também de sentida homenagem aos militares mortos na Bósnia-Herzegovina entre 1996 e 2012.

Saltador Operacional a Grande Altitude (SOGA) do Batalhão Operacional Aeroterrestre, prepara a aterragem. A "dupla" SOGAs do Exército/meios aéreos da Força Aérea, constituem uma capacidade de intervenção única no contexto militar nacional.

Saltador Operacional a Grande Altitude (SOGA) do Batalhão Operacional Aeroterrestre, prepara a aterragem. A "dupla" SOGAs do Exército/meios aéreos da Força Aérea, constituem uma capacidade de intervenção única no contexto militar nacional.

Os cinco militares portugueses que faleceram na Bósnia em 1996 e 2004, foram justamente lembrados no ano em que as Forças Armadas Portuguesas terminaram a missão neste país europeu que ajudaram a estabilizar. Os Primeiro-Cabo Pára-quedista Alcino José Lázaro Mouta, Primeiro-Cabo Pára-quedista Rui Manuel Reis Tavares, Primeiro-Cabo Pára-quedista José da Ressurreição Barradas, Soldado Pára-quedista Ricardo Manuel Borges Souto e Soldado Pára-quedista Ricardo Manuel Pombo Valério, foram condecorados a título póstumo pelo Chefe do Estado-Maior do Exército com a Medalha Comemorativa de Comissões de Serviço Especiais das Forças Armadas Portuguesas. Presentes para receber as respectivas insígnias, familiares de todos estes jovens que pagaram com a vida a decisão de rumar à Bósnia. A homenagem tardava mas fez-se por decisão do general Artur Neves Pina Monteiro e a presença de vários familiares de todos estes jovens – avós, pais, filhos, irmãos – mostrou bem que algo estava em falta e que o gesto, mesmo provocando momentos de dor e muita saudade, foi apreciado.

Os pára-quedistas sempre honraram os seus mortos, quer os que faleceram última guerra que Portugal travou em África, quer os que caíram nas novas missões das Forças Armadas Portuguesas (Angola, Bósnia, Timor-Leste e Afeganistão), quer ainda os que faleceram em outros actos de serviço, nomeadamente saltos em pára-quedas. No Monumento – dos primeiros a ser erigido em Portugal durante a Guerra do Ultramar para homenagear os mortos em combate! – como no Museu e ainda em diversas lápides colocadas nos espaços mais simbólicos da Escola de Tropas Pára-quedistas, está bem patente que assim é e que este culto não se limita a uma cerimónia, a um dia, faz parte da idiossincrasia dos pára-quedistas. Não os Esquecemos!

O “23 de Maio em Tancos” tornou-se ao longo dos anos muito mais que um Dia da Unidade. A conjugação da cerimónia militar com a autêntica romagem de milhares de antigos e actuais para-quedistas militares e (cada vez mais) das suas famílias também, torna este dia único no contexto das Forças Armadas Portuguesas. É preciso ver para crer! A Parada “Mota da Costa” (primeiro oficial pára-quedista morto em combate em Angola – 1961) e o “Pinhal” (zona de instrução da Escola de Tropas Pára-quedistas junto à “torre americana”), complementam-se. Se numa decorre a cerimónia militar que inclui a participação das Associações de Pára-quedistas, no outro assiste-se cada vez mais ao local por excelência para o almoço e a confraternização, que para muitos já começa no dia anterior pois ali pernoitam! É assim um dia a “dois tempos”: o institucional, oportunidade para fazer o balanço do ano e mostrar a todos os visitantes o que é o momento presente da Escola e mesmo das Tropas Pára-quedistas da Brigada de Reacção Rápida do Exército; o da confraternização onde os “boinas verdes” integrados em associações ou individualmente e com as suas famílias, convivem, recordam e mostram que a amizade nascida em Tancos, forjada e testada nos quatro cantos do mundo em operações de combate como em operação de paz, é para durar.
Aqui fica a reportagem fotográfica do Alfredo Serrano Rosa, a qual muito agradecemos e que julgamos dá uma boa imagem do que foi mais este “23 de Maio em Tancos”.

Leia aqui na íntegra a alocução que o Chefe do Estado-Maior do Exército, proferiu na Escola de Tropas Pára-quedistas.

Bem cedo, antes ainda da cerimónia principal a tradicional Cerimónia de Homenagem aos Mortos...

Bem cedo, antes ainda da cerimónia principal, a tradicional Homenagem aos Mortos em Combate...

...já com a presença das Associações de Pára-quedistas.

...já com a presença das Associações de Pára-quedistas.

Coronel Duarte da Costa, comandante da Escola de Tropas Pára-quedistas e Sargento-Chefe António Lopes, Adjunto do Comando.

Coronel Duarte da Costa, comandante da Escola de Tropas Pára-quedistas e Sargento-Chefe António Lopes, Adjunto do Comandante da unidade.

O Guião Heráldico da ETP e Companhia de Guarda de Hinra desfilam em continência perante o Chefe do Estado-Maior do Exército na sua chegada à unidade.

O Guião Heráldico da ETP e Companhia de Guarda de Honra desfilam em continência perante o Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME) na sua chegada à unidade.

O 2.º Comandante da ETP, tenente-coronel Joaquim Batuca, faz a apresentação das Forças na parada "Alferes Pára-quedista Mota da Costa".

O 2.º Comandante da ETP, tenente-coronel Joaquim Batuca, faz a apresentação das Forças, na parada "Alferes Pára-quedista Mota da Costa".

O Chefe do Estado-Maior do Exército, General Pina Monteiro, presidiu à cerimónia, e esteve acompanhado pelo Comandante das Forças Terrestres, Tenente-general Amaral Vieira e pelo comandante da Brigada de Reacção Rápida, Major-General Campos Serafino.

O CEME, General Pina Monteiro, presidiu à cerimónia e esteve acompanhado pelo Comandante das Forças Terrestres, Tenente-general Amaral Vieira e pelo comandante da Brigada de Reacção Rápida, Major-General Campos Serafino.

Nesta data, ano após ano, todos os que um dia foram pára-quedistas sabem que podem vir a Tancos e assitir às cerimónias. Esta é a sua casa e dos sesu familiares e são sempre milhares que ali acorrem.

Nesta data, ano após ano, todos os que um dia foram pára-quedistas sabem que podem vir a Tancos e assistir às cerimónias. Esta é a sua casa e dos seus familiares e são sempre milhares que aqui acorrem.

Os Guiões Heráldicos de todas as unidades pára-quedistas que existiram em Portugal (metrópole e ultramar). A ETP é a herdeira do seu património histórico e moral.

Os Guiões Heráldicos de todas as unidades pára-quedistas que existiram em Portugal (metrópole e ultramar). A ETP é a herdeira do seu património histórico e moral.

O general CME entrega as insignias das condecorações atribuídas a título póstumo, ao pai do Soldado Ricardo Valério, falecido em 2004.

O general CME entrega as insígnias das condecorações atribuídas a título póstumo, ao pai do Soldado Ricardo Valério, falecido em 2004.

Familiares de todos os pára-quedistas falecidos na Bósnia estiveram em Tancos para receber as condecorações a título póstumo. Não os Esquecemos!

Familiares de todos os pára-quedistas falecidos na Bósnia estiveram em Tancos para receber as condecorações a título póstumo. Foi um momento de dor mas de profundo reconhecimento. Não os Esquecemos!

Na parada, além de forças da ETP, os dois batalhões de pára-quedistas da BrigRR também marcaram presença.

Na parada, além de forças da ETP, os dois batalhões de pára-quedistas da BrigRR também marcaram presença.

É gratificante e muito significativo ver que muitos pára-quedistas vêem os seus filhos seguir as suas pisadas - e por isso passam a ter direito a receber neste dia uma insignia, o Grifo (momento da entrega na foto) ...

É significativo que muitos pára-quedistas vêem os seus filhos seguir as suas pisadas - e por isso passam a ter direito a receber em cerimónia pública, no dia 23 de Maio, uma insígnia, o Grifo (momento da entrega na foto) ...

...momento em que tradicionalmente são os seus antigos comandantes que procedem à entrega.

...momento em que tradicionalmente são os seus antigos comandantes que procedem à entrega.

Aproxima-se o toque de "direita volver" que indicia o inicio do desfile...o momento mais aguardado por que está já há horas, debaixo de um sol escaldante, na parada "Mota da Costa".

Aproxima-se o toque de "direita volver" que indicia o inicio do desfile...há que dizê-lo, é sempre um sentimento de alivio para quem está debaixo de um sol escaldante, na parada "Mota da Costa".

Estandarte Nacional da Escola de Tropas Pára-quedistas e Escolta.

Estandarte Nacional da Escola de Tropas Pára-quedistas e Escolta.

Futuros pára-quedistas! Apenas com um par de semanas "de tropa" já mostraram estar à altura do "23 de Maio".

Futuros pára-quedistas! Apenas com um par de semanas "de tropa" já mostraram estar à altura do "23 de Maio".

2.º Batalhão de Infantaria Pára-quedista.

2.º Batalhão de Infantaria Pára-quedista do Regimento de Infantaria n.º 10 da Brigada de Reacção Rápida.

1.º Batalhão de Infantaria Pára-quedista do Regimento de Infantaria n.º 15 da Brigada de Reacção Rápida

1.º Batalhão de Infantaria Pára-quedista do Regimento de Infantaria n.º 15 da Brigada de Reacção Rápida.

Parte do armamento da BrigRR ainda foi adquirido no tempo da Brigada de Pára-quedistas Ligeira (BRIPARAS) da Força Aérea, como os sistemas "Milan"...

Parte do armamento da BrigRR ainda foi adquirido no tempo da Brigada de Pára-quedistas Ligeira (BRIPARAS) da Força Aérea, como os sistemas "Milan"...

...os as MG 7,62mm...

...os as MG 7,62mm...

...e os morteiros 60mm "long range" e as espingardas "Galil" 5,56mm. A necessidade de renovação de algum armamento começa a ser desejável.

...os morteiros 60mm "long range" e as espingardas "Galil" 5,56mm. A necessidade de renovação / melhoramento de algum armamento começa a ser evidente.

São várias as Associaçõies de Pára-quedistas que marcaram presença em Tancos e algumas com uma organização invejável!

São várias as Associações de Pára-quedistas que marcaram presença em Tancos. Parte destas associações levam a cabo nas suas regiões acções de divulgação das tropas pára-quedistas para ajudar no recrutamento.

Salto de abertura automática para a pista do Aerodromo Militar de Tancos - "do outro lado da estrada" - a partir de um C295M da Esuadra 502 da Força Aérea Portuguesa.

Salto de abertura automática para a pista do Aeródromo Militar de Tancos - "do outro lado da estrada" - a partir de um C295M da Esquadra 502 da Força Aérea Portuguesa.

Muitas mas muitas destas fotos podiam ser aqui publicadas...mas tivemos que escolher uma. As gerações mais novas também não falham...

Muitas mas muitas destas fotos podiam ser aqui publicadas, mas tivemos que escolher uma. As gerações mais novas também não falham...

...seguindo as mais velhas, que comparecem já com outra logistica!

...seguindo as mais velhas, que comparecem já com outra logística!

Coincidências nominais: dois pára-quedistas de apelido Pinto, um tomou parte no 1.º salto em Combate das Tropas Pára-quedistas Portuguesas (Quipedro/Angola 1961), outro redator da Revista Boina Verde que acaba de publicar um artigo sobre esse histórica ocasião!

Coincidências do 23MAI12: dois pára-quedistas de apelido Pinto, debatem um artigo na revista "Boina Verde", um tomou parte no 1.º salto em Combate das Tropas Pára-quedistas Portuguesas (Quipedro/Angola 1961), outro é redactor na revista que acaba de publicar um artigo sobre esse histórica ocasião da autoria de António Sucena do Carmo (também publicado aqui no "Operacional") .

Leia aqui na íntegra a alocução que o Chefe do Estado-Maior do Exército, proferiu na Escola de Tropas Pára-quedistas

Pequeno vídeo de alguns momentos do desfile e dos saltos em pára-quedas.


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