«LOS PARACAIDISTAS»
Por Antonio Carmo • 21 Out , 2009 • Categoria: 08. JÁ LEMOS E... Print
«LOS PARACAIDISTAS»
Autor: Major de Infantaria Jorge Ortega Gaitan
Editora: Editorial Palo de Hormigo
Colecção: FIN DE SIGLO
Guatemala, 1997, 326 pp. (USD$11,30), Guatemala
(28 fotos a preto e branco; mapas; insígnias)
«…Todas as unidades do Exército têm espírito de corpo. Umas mais que outras. Mas o espírito de corpo dos pára-quedistas é como um distintivo que se respeita; é um credo.»
É com esta eloquente observação que o autor do livro, o Major de Infantaria JORGE ORTEGA GAITAN, transporta para o cidadão comum a história das TROPAS PÁRA-QUEDISTAS das Forças Armadas da Guatemala.
Seguindo a tendência universal, este livro preencheu uma lacuna na “biblioteca do pára-quedista”, revelando aspectos essenciais da história do pára-quedismo militar e da sua evolução neste país da América Central.
Publicado e posto a circular em 1997, o livro compõe-se em seis capítulos.
No primeiro capítulo o leitor faz uma interessante viagem pelo esforço que desenvolveram os “pioneiros”, assim como pela deslocação a Fort Benning, Geórgia/EUA, onde estes foram receber formação aeroterrestre para formarem a designada Esquadra de Resgate Aéreo da Força Guatemalteca. Concluída a formação pára-quedista em 29MAI48, regressaram à Guatemala onde se apresentaram oficialmente à Nação em 20OUT48.
Esta pequena unidade de resgate aéreo poderá ser considerada o embrião das Tropas Pára-quedistas da Guatemala, embora na localidade de Puerto de San José, Escuintla, se organizasse um destacamento também pertencente à Força Aérea Guatemalteca.
No segundo capítulo são abordadas as questões relativas à formação de uma unidade experimental já reconhecida oficialmente (PELOTÃO DE PÁRA-QUEDISTAS DO EXÉRCITO DA GUATEMALA), dos primeiros distintivos para os militares pára-quedistas e dos lançamentos em pára-quedas massivos.
Curiosa é a justificação institucional que se escreve no “Acordo Governativo” para a criação do primeiro distintivo oficial para as unidades pára-quedistas:
«…Guatemala, 25JUL62.
Por razões tácticas estabeleceu-se no Exército da Guatemala, unidades de PÁRA-QUEDISTAS, como orgânicas dos Comandos e à data não existe nenhum distintivo para o pessoal que integra estas ditas unidades.
Portanto, com fundamento no art. 19 do Acordo Governativo de 21 de Julho de 1945 e com as faculdades que lhe confere o Inciso 4º do art. 168 da Constituição, resolve:
Art. 1º: Estabelecer o distintivo para as unidades pára-quedistas no Exército da Guatemala, que terá a forma de panóplia, bordado em tela, de 6,5 cm de altura por 5,5 cm na sua maior largura e terá as cores e figuras que indica o modelo; e deverá usar-se de forma regulamentar.
O Ministério da Defesa Nacional, Enrique Peralta Azurdia.» (Pág.108)
No terceiro capítulo são passados em revista aspectos referentes à história das Forças Especiais Pára-quedistas, assim como da 2ª COMPANHIA DE “FUSILEROS PARACAIDISTAS”.
Como curiosidade histórica, recordamos que as unidades pára-quedistas guatemaltecas, durante a sua evolução orgânica e respectiva reorganização geográfica ao longo dos anos 60 e 70, ocuparam quase sempre antigas infra-estruturas onde outrora foram treinados os homens que integraram o 1º Batalhão de Pára-quedistas da Brigada de Assalto 2506 que invadiu a República de Cuba, em 17ABR61, para derrubar o Governo Revolucionário do Dr. Fidel A. Castro Ruz. (ver artigo publicado no «operacional.pt» com o título INVASÃO DE PLAYA GIRÓN (CUBA): O 1º BATALHÃO DE PÁRA-QUEDISTAS DA BRIGADA DE ASSALTO 2506)
No quarto capítulo, e de uma maneira muito original são divulgados pormenores dos acidentes e incidentes a que este tipo de tropas se sujeita durante as sessões de saltos em pára-quedas e em exercícios de natureza variada.
A encerrar, algumas páginas muito especiais, totalmente dedicadas a depoimentos de todos aqueles que participaram no esforço de guerra durante o conflito armado interno.
O livro, escrito no idioma de Cervantes, não tem grandes luxos gráficos e as fotografias nem sempre apresentam a qualidade desejável. Porém, para os apaixonados e coleccionadores deste tipo de bibliografia, o mais é importante é o seu conteúdo que acaba por fazer esquecer este senão, proporcionando informação valiosíssima sobre estes “HOMENS DAS GRANDES ALTURAS E DOS VENTOS FORTES”, cuja missão é «…manter o estado de prontidão ideal para entrar em combate em qualquer lugar da República, em tempo mínimo de reacção por ser uma força estratégica e táctica à disposição do Alto Comando do Exército, como parte de uma disciplina que implica “VALOR, DETERMINAÇÃO e CORAGEM”…».
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