Uma das mais arrojadas acções dos pára-quedistas da Luftwaffe

Autor: Tim Saunders

Editora: Pen & Sword Books Ltd

Colecção: Battleground Europe

Inglaterra, 2005, 208 pp. (£12.99)

(em inglês; ilustrado com fotos coloridas / preto e branco; mapas)

“…Soldados da Frente Ocidental. Chegou a vossa hora. A batalha que hoje se inicia decidirá o destino da Nação Alemã durante os próximos mil anos.” (Ordem do Dia de Adolf  Hitler  de 10MAI40).

Estas palavras ilustram de forma categórica, a importância que o Alto Comando Alemão depositou e atribuiu às unidades pára-quedistas alemãs para romper e aniquilar a mais forte posição defensiva na fronteira germano-belga, situada entre as cidades de Lieja e Maastricht, próximo do Canal Alberto: o Forte Eben-Emael.

Edificada entre os anos de 1931/1935 e com a reputação de impenetrável, esta construção de 6.300 metros quadrados de extensão que dominava o Canal Alberto, a estrada para Maastricht e as duas pontes sobre o Canal Vroenhoven, estava armada com duas baterias de 120mm e dezasseis de 75mm, assim como uma invariável quantidade de metralhadoras pesadas minuciosamente montadas em casamatas construídas em concreto.

O lado mais próximo do Canal Alberto dispunha ainda de armas anti-tanque de 60mm (montadas em suportes de metralhadoras) e uma guarnição de aproximadamente 1.200 homens.

Planeada a invasão e prevendo-se a irrupção pelo denominado sector Roermond – Lieja, e não sendo possível fazer uso das rotineiras tácticas de guerra da época, o Alto Comando Alemão projectou um arrojado assalto com planadores, acção bélica nunca antes executada.

Atribuída a missão principal às unidades pára-quedistas da Luftwaffe, a 10 de Maio de 1940, oitenta e cinco pára-quedistas transportados em nove planadores DFS 230, aterram silenciosamente sobre o forte que bloqueava o Canal Alberto e, consequentemente, impedia o avanço alemão por terra.

Estes 85 militares pára-quedistas foram responsáveis pela imobilização dos 1.200 soldados belgas que integravam a guarnição do forte.

Publicado em 2005, este trabalho é mais um sério contributo para o estudo de uma das mais arrojadas acções militares interpretada pelos míticos pára-quedistas da LUFTWAFFE.

Dividido em onze capítulos e profundamente ilustrado com documentos fotográficos da época, o livro consegue transmitir, numa linguagem acessível para o leitor comum, alguns pormenores técnicos e tácticos, bem como algumas curiosidades históricas que rodeavam o quotidiano deste forte, que nos nossos dias se tornou num local turístico muito visitado.

Curiosidade pouco divulgada nos planos preparativos desta acção foi a construção de uma réplica deste forte, na ocupada Checoslováquia, para que os pára-quedistas alemães pudessem praticar o assalto com perfeição, arrojo e profissionalismo.

A utilização de planadores (modelo DFS 230) teve como objectivo evitar a dispersão por uma área muito extensa.

Recordo que foi nesta acção militar que pela primeira vez foram utilizados os planadores de concepção alemã DFS 230. Para além de silenciosos, os planadores permitiam a colocação de tropas em locais não preparados e evitavam a sua exposição ao fogo inimigo.

Este rústico e fiável planador foi, posteriormente, utilizado na mais espectacular de todas as invasões interpretadas por TROPAS PÁRA-QUEDISTAS: a tomada da Ilha de Creta no ano seguinte.

Este sucesso obtido pelos alemães na utilização de planadores acabou por “contagiar” os aliados que também se dedicaram a desenvolver planadores em grande escala e onde se celebrizaram os modelos HORSA; WACO CG-4 e CHASE XG-20.

A encerrar este livro, o autor reservou as páginas 202 a 207 para sugerir e descrever um “tour” organizado pelo que resta deste histórico forte a quem se disponibilize para o conhecer “in loco”.