VISITA AO N.R.P “BARTOLOMEU DIAS”
Por Miguel Machado • 21 Jun , 2010 • Categoria: 03. REPORTAGEM PrintAproveitando a activação da EUROMARFOR para a participação no “SWORDFISH” de 2010, o maior exercício realizado regularmente pela Marinha Portuguesa, o Operacional fez uma visita ao N.R.P. “Bartolomeu Dias”. Aqui deixamos um registo sobre este novo Navio da Republica Portuguesa e algumas imagens dos outros meios navais da força naval europeia que escalou Lisboa.
Cais de Santa Apolónia em Lisboa
Manhã de Sábado no Cais de Santa Apolónia, 4 navios da EUROMARFOR, à disposição do público para visita. Dirigimo-nos ao “Bartolomeu Dias” e fazemos aquilo que se pode chamar uma visita guiada, ou seja, é-nos apresentado o navio quase e só exteriormente – excepto a ponte de comando que também foi vista – mas com bastante detalhe e tudo o que perguntamos é esclarecido. Naturalmente não se pretende aqui dar opinião técnica sobre este meio naval, apenas apresentar os seus principais componentes e sistemas de armas. Desde logo notar que não sendo o “último grito” da tecnologia, o facto de ter sido adquirido à Real Marinha Holandesa não lhe retira a modernidade e o valor acrescentado que veio trazer para o cumprimento das missões que Portugal necessita. Alguns dos seus sistemas são mesmo mais modernos que os da Classe “Vasco da Gama”.
O NRP “Bartolomeu Dias”, ex- Van Ness, na Marinha Portuguesa
Em 16 de Janeiro de 2009 a Marinha recebeu na Holanda, em Den Helder, o primeiro de dois navios que Portugal adquiriu a este país em 2006. Tratou se da fragata F833 “Van Ness” da classe classe “Karel Doorman”, agora designada F333 Navio da República Portuguesa “Bartolomeu Dias”, unidade inaugural desta nova classe da Marinha Portuguesa, que chegou a Lisboa em 30 de Abril de 2009. Seguiu-se a 15 de Janeiro de 2010, também na Holanda, a entrega da outra unidade desta classe, a F834 “Van Gallen”, que é hoje a F334 NRP “D. Francisco de Almeida” e que está em Portugal desde Março de 2010.
Das oito “Karel Doorman” que a Holanda construiu nos finais dos anos 80 apenas duas se mantêm ao seu serviço. As restantes foram vendidas à Bélgica (2) e ao Chile (2). As destinadas a Portugal estavam a navegar com pavilhão holandês desde 1994, têm valências de guerra anti submarina, guerra anti superfície e guerra anti aérea, podem embarcar os helicópteros Lynx da Marinha Portuguesa e apresentam compatibilidade operacional e uniformidade logística com as fragatas da classe “Vasco da Gama”.
Na Marinha estas novas unidades navais substituíram as duas últimas da classe “João Belo” que foram vendidas à Marinha do Uruguai em 2008 (“Comandante João Belo” e “Comandante Sacadura Cabral”) e uma que vai ser afundada em Portimão para servir de museu subaquático (“Comandante Hermenegildo Capelo”). No Uruguai as fragatas “Comandante João Belo” e “Comandante Sacadura Cabral” foram baptizadas “Uruguay” e “Cte. Pedro Campbel”, respectivamente.
Recorda se que durante um anterior governo português estava prevista e foi amplamente divulgada a intenção de substituir o “João Belo” por 2 navios provenientes dos EUA. A FFG 12 USS George Philip e a FFG 14 USS Sides, da classe Oliver Hazard Perry, que chegariam a “custo zero”, mas com a condição imposta pelos EUA da sua reparação e modernização (eram navios construídos nos finais dos anos 70 e entregues à US Navy em 1980 e 1981 e parados desde 2003) ser feita em estaleiros deste país.
A compra das fragatas à Holanda importou em cerca de 240 milhões de euros e a venda ao Uruguai terá resultado num encaixe de cerca de 13 milhões de euros.
O aumento oficial do “Bartolomeu Dias” ao efectivo dos navios da Marinha Portuguesa deu se em 16 de Janeiro pela portaria n.º 189/2009, do Ministro da Defesa Nacional, de 14 de Janeiro, publicada no Diário da República de 10 de Fevereiro de 2009.
EUROMARFOR
No cais de Santa Apolónia juntamente com a “Bartolmeu Dias” estavam: navio patrulha oceânico “Comandante Bettica” da Marinha Italiana; fragata “Méndez Núñes” da Marinha Espanhola; fragata “Montcalm” de França.
Embora nesta reportagem ocasionalmente apareçam estes navios, numa próxima reportagem vamos apresentá-los com mais detalhe, sobretudo a fragata espanhola. Mais afastado dos olhares dos visitantes o submarino que participa no “SWORDFISH 10”.
Esta Força Marítima Europeia (EUROMARFOR) foi activada em 17 e Junho, exactamente a bordo da fragata que hoje apresentamos, e o seu comando é exercido até Setembro de 2011 pelo Vice-almirante José Saldanha Lopes, Comandante Naval da Marinha Portuguesa.
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