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PLATAFORMA DE ASSALTO MULTI-USOS

Por • 6 Fev , 2011 • Categoria: 07. TECNOLOGIA, EM DESTAQUE Print Print

Nos tempos que correm, quando menos se espera, crises graves, atentados terroristas, eleições falhadas, golpes de estado, acontecem em países onde residem cidadãos portugueses. Nestas alturas pede-se ao Estado que os salve, que os resgate do “inferno”. Esta tarefa caberá às Forças Armadas ou às Forças e Serviços de Segurança, com ou sem o apoio de aliados. Convém no entanto não esquecer que isto só é possível de executar com pessoal treinado e meios adequados. Fomos ver um desses meios, a Plataforma de Assalto Multi-Usos.

As duas "Plataformas de Assalto" que estão a ser avaliadas. Espera-se que um delas venha a equipar a Brigada de Reacção Rápida.

As duas "Plataformas de Assalto" que estão a ser avaliadas: a "EINSA" (à direita) e a "FRESIA F25". Espera-se que um delas venha a equipar a Brigada de Reacção Rápida.

Em anos recentes, por diversas vezes, os militares portugueses foram empenhados em operações reais em África, na defesa dos nossos cidadãos. Houve ainda ocasiões, umas divulgadas outras não, em que forças e meios foram mantidos em elevado grau de prontidão, perante a iminência de decisão política para intervir.
Isto não é uma particularidade portuguesa e para fazer face a estas situações as Forças Armadas de todo o mundo estão continuamente a reorganizarem-se no sentido de dotarem as suas unidades de equipamentos/meios para desenvolverem as suas capacidades expedicionárias. Dependendo dos recursos e ambições de cada país, assim os meios vão chegando aos utilizadores.
As unidades pára-quedistas portuguesas, em particular, no quadro do cumprimento de missões NEO (Non-combatant evacuation operations) que podem desempenhar por via da sua participação na FRI (Força de Reacção Imediata, organizada pelo Estado-Maior General das Forças Armadas com unidades dos três ramos), têm como tarefa essencial a conquista das chamadas “Cabeças-de-ponte Aérea”. Executada sobre locais como Aeródromos ou Aeroportos, de modo a permitir a entrada de mais forças ou, por exemplo, o resgate de pessoas em perigo nessa região. A grande dimensão deste tipo de objectivos, sempre com uma área de muitos quilómetros quadrados, exige elevada mobilidade da força de assalto. Este “ataque” tem em regra duas fases iniciais: a de Operações de Força Avançada – realizada por Precursores (os militares que saltam antes de todos os outros para preparar as zonas de aterragem/lançamento) – e a fase de Operação de Assalto ao Aeródromo – esta, necessariamente realizada por unidades pára-quedistas, como refere a doutrina NATO (Cf. AJP 3.3.4.3 Tactics, Techniques and Procedures for NATO Air Transport Operations designadas, respectivamente por Advanced Force Insertion e Airfield Operations).
A mobilidade destas forças de assalto é garantida por viaturas especiais que pelas suas características são aerotransportáveis, permitindo a sua projecção na quantidade necessária ao desencadear das operações aerotransportadas atrás referidas. Com este propósito, o Exército Português recorrerá à utilização de dois tipos de viaturas especiais que deverão equipar as suas unidades pára-quedistas, a saber: as viaturas tipo FAV (Fast Attack Vehicle), utilizadas pelos Precursores Aeroterrestres e as PAMU (Plataformas de Assalto Multi-Usos), correntemente em processo de aquisição para dotar o Batalhão Operacional Aeroterrestre em apoio das unidades pára-quedistas da BrigRR (Brigada de Reacção Rápida).

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10-viaturas-pamu-299-copyNeste tipo de operações, necessariamente de carácter conjunto (com forças de vários ramos) e muitas vezes combinado (envolvendo vários países), a aeronave de transporte por excelência da Força Aérea Portuguesa, o Lockheed C-130 H / H-30 Hércules, tem uma capacidade de transporte de 3 FAV ou 6 PAMU.
As PAMU caracterizam-se pela sua capacidade, polivalência e versatilidade, garantindo capacidade de transporte de carga e pessoal em qualquer tipo de terreno e com considerável raio de acção (+ de 400 Km). Possuindo um reduzido peso e volume; tendo sido estudadas tendo em vista o aerotransporte (incluindo o lançamento em pára-quedas), as PAMU permitem o seu acondicionamento por carga de uma viatura sobre outra, sendo por isso viaturas particularmente adaptadas à execução de um largo espectro de missões de natureza expedicionária, seja no apoio a Forças Especiais ou Unidades Regulares de Combate e de Apoio, ou em empenhamentos decorrentes da execução das chamadas Outras Missões de Interesse Público, o apoio à população civil em caso de necessidade, por exemplo catástrofes naturais.

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Com base nos estudos elaborados na BrigRR pela Escola de Tropas Pára-quedistas foram definidos os requisitos técnicos operacionais que foram vertidos pela Direcção de Material Terrestre do Comando Logístico do Exército, no Caderno de Encargos que norteou o respectivo processo de aquisição. As viaturas apresentados a concurso que se situaram dentro das condições requeridas – duas viaturas, a “EINSA” de fabrico Espanhol e a “FRESIA F25” fabricada em Espanha mas de patente Italiana – foram submetidas a uma avaliação que incluiu uma bateria de testes de configuração e desempenho. Uma vez mais a lente da máquina de Alfredo Serrano Rosa esteve presente em Tancos, onde nos documentou em fotografia uma parte dos testes realizados pelo Exército às PAMU.

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