PAÍSES E GRANDES EMPRESAS NA DSEi LONDRES (III)
Por Miguel Machado • 3 Out , 2013 • Categoria: 03. REPORTAGEM, EM DESTAQUE
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A exposição estava organizada em 6 zonas temáticas: Terra; Ar; Mar; Segurança & Forças Especiais; Apoio Médico & Ajuda Humanitária; Sistemas Autónomos. Das muitas observações que se podem fazer, apenas uma, os anos de conflito, primeiro no Iraque e depois no Afeganistão, provocaram em alguns países enorme investimento em investigação e desenvolvimento tendo havido um grande salto qualitativo nos materiais disponíveis para emprego operacional, sobretudo nos equipamentos de protecção, reconhecimento e comando e controlo.
A Estónia foi uma das surpresas pela quantidade e variedade de equipamentos e armamentos que apresentou na exposição. Em primeiro plano um Kombat T98-M/P10 fabricado pelo Combat Armoring Group AS, de Talinn.
Neste terceiro artigo sobre a DSEi 2013, onde nos deslocamos a convite do Grupo MILÍCIA, abordamos pela segunda vez aquilo a que chamamos “Países e Grandes Empresas”. Para além desta panorâmica geral do evento, as áreas temáticas, vamos também transmitir algumas novidades e curiosidades, deixando para um quarto e último artigo as viaturas, assunto que desperta sempre grande curiosidade e teve algumas novidades.
O que se passa com a Estónia e acima referimos na legenda da foto de abertura, não será por mero acaso. Aliás, em entrevista recente à revista Jane’s Defence Weekly (18SET2013), já depois do encerramento da feira, o Ministro da Defesa local, refere que o seu país gasta 2% do PIB com a Defesa uma vez que tais são as orientações da NATO…Diz ainda que as suas forças de reacção rápida (que incluem todos os militares profissionais e reservistas) deverão passar dos actuais 18.000 para 21.000 efectivos e que as suas reservas serão aumentadas de 60.000 militares para 90.000 até 2022. A Estónia tem menos de um milhão e meio de habitantes…Tem as suas particularidades históricas e geográficas, vizinhos poderosos mas quase sem mar, e segue o seu caminho.
Do mesmo modo vários outros países do antigo “Bloco de Leste” continuam activos neste mercado mundial, fabricam e vendem material “consagrado” mas também investem em investigação e desenvolvimento e abarcam áreas de actividade adaptadas aos tempos que correm, por exemplo nos sistemas autónomos e nos de comando e controlo. Bulgária, República Checa, Hungria, Polónia, Sérvia, Eslováquia, são exemplos desta realidade.
Nos chamados países emergentes pontificava a Índia e o Brasil. Coreia do Sul, Japão e Taiwan “representavam” o Oriente e Jordânia e Emiratos Árabes Unidos os países árabes. Israel é um caso à parte, Austrália e África do Sul, ambas também com grandes representações, albergando muitas firmas. A Rússia esteve presente mas, achamos nós, de modo algo discreto para as suas capacidades. Para completar, nesta passagem pela totalidade dos que ali estiveram, falta então a Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, Dinamarca, Finlândia, Estónia, França, Alemanha, Holanda, Itália, Noruega, Portugal, Espanha, Suécia, Suíça, Reino Unidos (País de Gales “à parte”), Turquia e Estados Unidos da América.
Um dos vários países do antigo “bloco de leste” que marcaram presença, a Bulgária, apresentava uma grande variedade de armamento individual e colectivo com várias empresas presentes.
A Sérvia com uma enorme variedade de sistemas de armas de produção nacional (terra, mar e ar), apresentados pela firma estatal que maior relevância tem nesta área de actividade.
Esta empresa com capitais da União Indiana e da Rússia dedica-se à industria aeroespacial tendo sido criada para tornar a Índia auto-suficiente em todos os tipos de misseis de que necessita.
O enorme grupo estatal russo Rostec estava representado por algumas das suas 29 companhias, nomeadamente a Compas ligada à alta tecnologia aeroespacial mas também à utilização militar de “tablets”, por exemplo.
Uma aeronave russa bem conhecida entre nós, o Beriev, com um vídeo promocional que mostrava muitas das suas actividades em território português, apresentadas como muito relevantes no combate a incêndios no nosso país.
Israel também uma autêntica potência global em termos de equipamento militar, com muitas das suas companhias. Aqui a Rafael com diferentes plataformas para lançamento de diferentes versões do míssil Spike.
A empresa turca Roketsan que se dedica ao fabrico de variadíssimos tipos de mísseis e rockets.
A África do Sul continua a ser o maior fabricante africano de material militar e possui uma enorme quantidade de firmas que conseguem assinalável sucesso em termos de exportação.
A Denel é o maior fabricante sul-africano de material militar e tem do seu portefólio uma grande variedade de produtos desde UAV’s a munições de todos os tipos, passando por viaturas blindadas, armas ligeiras e pesadas, manutenção de aeronaves dos mais variados tipos.
A Beretta Defense Technologies com origem no fabricante de armas Beretta é hoje um grupo que inclui várias companhias que fabricam armas mas também ópticas e assessórios, equipando (sobretudo com espingardas e pistolas), exércitos e policias de todo o mundo.
A Jordânia, presente com o King Abdullah II Design and Development Bureau, que desenvolve vários sistemas de armas, sobretudo terrestres, mas também UAV´s.
Os Emiratos Árabes Unidos presentes com várias companhias.
A Austrália, também com várias companhias, país que tem vindo paulatinamente a reforçar de modo muito expressivo as suas capacidades quer para defesa do continente quer para intervenções na sua área de influência e mesmo em missões internacionais onde é presença constante.
O SQ-4 RECON – Micro Unmanned Aerial System, de uma empresa do País de Gales que pesa 198 gramas e pode voar durante 25 minutos….
…e pode ser facilmente transportado. Esta companhia produz uma série de equipamentos para uso por forças militares e policiais em ambientes aquático, terrestre e no ar.
Esta empresa com sede no Reino Unido e escritórios nos EUA e Austrália, fornece mais de 40 países com serviços ligados a um vasto leque de actividades militares que vão da simulação à avaliação directa de determinados aspectos relacionados com as forças empenhadas em acções de combate, passando por aconselhamento e suporte técnico em várias áreas da defesa, segurança e espaço.
Despertaram grande interesse os veículos apresentados pela Defence Consulting Europe, nomeadamente este Diver Delivery Vehicle. Navega à superfície e debaixo da linha de água, foi já entregue às forças Armadas da Suécia, destinado a uma unidade de mergulhadores de um batalhão de fuzileiros.
o “Sub Seal” pode actuar a partir de um compartimento “agarrado” a um submarino de onde sai para cumprir a missão, navegando até cerca de 30m de profundidade. Tem como tripulação um piloto e um navegador e pode transportar 6 militares.
Pela primeira vez desde os anos 60 navios da Marinha de Guerra da Coreia do Sul estiveram no Reino Unido, participando na exposição e assinalando o 60.º aniversário do fim das hostilidades na Guerra da Coreia. Na foto a fragata Dae Jo-Yeong e o navio logístico Hwa Chun.
Os media internacionais fizeram a cobertura do evento, dando naturalmente realce às grandes companhias e sistemas de armas.
Na feira havia disponível uma profusão enorme de revistas e livros de empresas e países, para além dos catálogos oficiais e de uma revista diária elaborada pelo grupo IHS Jane’s, o DSEi Daily. Acima, além desta revista, apresentam-se duas publicações porque, uma tem uma pequena referência ao programa português do Soldado do Futuro (“experimental desde 2008”)e outra, apresenta 5 UAV’s portugueses, 4 da Tekever e um da Spin Works.
A imprensa popular britânica fez uma abordagem ao evento com algumas curiosidades e dando destaque aos manifestantes que como é hábito o contestam, sem sucesso diga-se, para além desta exposição mediática.
As grandes companhias da área da Defesa fazem publicidade aos seus produtos mesmo para o grande público, focando naturalmente o seu contributo para o emprego e a produção de riqueza, além da segurança para a qual contribuem. Fotos captadas em estações de metro.
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