HOMENAGEM A LELLO PORTELA
Por Miguel Machado • 28 Jun , 2015 • Categoria: 05. PORTUGAL EM GUERRA - SÉCULO XX PrintIniciam-se neste último fim-de-semana de Junho, as celebrações do 63º Aniversário da Força Aérea Portuguesa. Herdeiros dos pergaminhos e pedigree da Aeronáutica Militar e da Aviação Naval, os militares da Força Aérea nestas ocasiões recordam e honram solenemente a história e os aviadores do passado.
O arranque da aviação militar Portuguesa teve lugar em plena Primeira Guerra Mundial, com todas as consequências de falta de apoio aliado que a época implicava. A aviação militar Portuguesa não conseguia obter as aeronaves de combate que necessitava, pela que a solução foi de incorporar aviadores nas esquadrilhas Francesas.
O Alferes Alberto Lello Portela, em 1916, fez parte do pequeno grupo inicial de militares portugueses que foram a Inglaterra triar o brevet de piloto militar. Seguidamente, Lello Portela seguiu para França onde incorporou a esquadrilha SPA-124, “Jeanne d’Arc”, antiga esquadrilha “Lafayette”, com Base em La Noblette, voando um avião de combate Spad 13-C1.
Para exteriorizar o seu patriotismo, Lello Portela pintou a fuselagem do seu Spad com uma larga lista diagonal branca, onde inseriu as cores Nacionais e, no dorso da aeronave, exibia as cinco quinas. Combateu durante um ano, onde fez 22 missões e obteve 3 vitórias confirmadas em combates aéreos e 1 balão inimigo abatido.
Após o Governo Português ter decido retirar as Forças Portuguesas do conflito, os 31 aviadores Portugueses destacados em França receberam ordens para regressar a Portugal. Contudo, 13 deles decidiram continuar a combater sob o estatuto de voluntários.
Já no final da Guerra, Lello Portela foi o último aviador Português a regressar à Pátria. Foi promovido a capitão por mérito, obteve 3 citações do Exército Francês, entre as quais uma em Ordem do IV Exército, e recebeu a condecoração francesa de Legião de Honra. Anos mais tarde, retirado da vida militar, Lello Portela foi Governador Civil de Lisboa.
Numa altura em que se comemora o Centenário da Aviação Militar Portuguesa, fica a homenagem a um grande aviador Luso, que combateu voando na Flandres com as cores de Portugal. Sobreviveu a um dos piores conflitos, onde a expectativa média de vida para um piloto eram 93 horas de voo.
Paulo Gonçalves, 28JUN2015
Miguel Machado é
Email deste autor | Todos os posts de Miguel Machado