GRANDE GUERRA – 1914 A 1918 (III) UNIFORMES
Por Miguel Machado • 8 Mar , 2011 • Categoria: 05. PORTUGAL EM GUERRA - SÉCULO XX PrintEXPEDICIONÁRIOS PARA ÁFRICA – UNIFORMES
FORÇAS EXPEDICIONÁRIAS PARA ANGOLA E MOÇAMBIQUE: 21 DE AGOSTO DE 1914
Iremos analisar o que as nossas tropas expedicionárias utilizaram a partir da data da mobilização, isto é de 21 de Agosto de 1914. No entanto não deixaremos de citar todos os outros que se poderiam ver nas nossas tropas, na medida em que se utilizavam conjuntamente com o Plano em uso, diversos componentes de outros anteriores, assim como o equipamento e o armamento.
UNIFORME DE CAMPANHA
PRAÇAS E SARGENTOS DAS DIVERSAS ARMAS E SERVIÇOS
CHAPÉU-CAPACETE
De feltro, em mescla cinzenta, gomado. A cimeira, em bico, é de cobre oxidado e roscado no ventilador. Na frente tem um laço Nacional de couro envernizado a vermelho e verde, ficando esta última cor ao centro.
Em 1914 e principalmente a partir de 1917 foi distribuído uma cobertura de cabeça, idêntica à anterior, mas com um ventilador diferente, sem bico.
DÓLMEN DE SERVIÇO
De cotim de algodão cinzento, tendo uma algibeira de cada lado da altura do peito, com fijolas nas partes laterais, abotoando verticalmente, ao meio do peito, por seis botões de unha pretos, cobertos por uma pestana. A gola fecha por intermédio de dois colchetes. As mangas não têm canhões.
As algibeiras são cobertas por uma pestana, que abotoam com botões pequenos cosidos às mesmas. As platinas são do mesmo tecido, do dólmen, direitas e prendem, por intermédio de botões pequenos.
Na altura da cintura e na direcção ao quadril tem, de um e do outro lado, uma presilha com a mesma forma e largura das platinas.
CALÇAS
De cotim de algodão cinzento, com duas algibeiras abertas horizontalmente nas folhas anteriores, O comprimento das calças das tropas apeadas deve ser regulado de modo que a orla inferior diste três centímetros do solo, quando se tome a posição de sentido.
As praças montadas utilizarão a calça mais comprida de modo que a orla assente bem na pua da espora.
CAPOTE – TROPAS APEADAS
De mescla cinzento com duas abotoaduras, cada uma de seis botões grandes de metal amarelo igualmente espaçados e colocados no sentido da altura.
As duas folhas da frente e a das costas são cortadas de uma só peça, e nas costas, a partir da orla inferior, tem, a meio da roda, uma abertura longitudinal, acompanhada de uma pestana interior, tendo três botões pequenos de metal amarelo. Nas costuras da ligação das costas com as folhas da frente têm duas pestanas que dão entrada a duas algibeiras colocadas interiormente. Junto às pestanas e na altura da cintura, tem as presilhas destinadas a dar passagem ao cinturão, com a mesma forma e largura das platinas.
A gola é de mescla e de voltar, apertando por meio de um colchete, nos extremos da mesma aplicam-se os emblemas respectivos.
As platinas têm o mesmo feitio das dos dólmanes de serviço.
As mangas devem ser suficientemente largas para que permitam vestir o capote com facilidade e, o seu comprimento deverá ser tal que o militar, tendo os braços estendidos naturalmente, o extremo da manga chegue à ligação da mão com o antebraço.
O comprimento do capote deve ser regulado para que a orla inferior diste trinta centímetros do solo.
CAPOTE – TROPAS MONTADAS
De mescla cinzenta, tendo as folhas da frente e das costas cortadas de uma só peça. As presilhas são da mesma mescla, bem como a gola que é de voltar tendo os cantos ligeiramente arredondados e aperta por meio de um colchete. Nos extremos aplicam-se os respectivos emblemas.
Pela parte exterior e na altura do segundo botão do guarda-mangas tem uma algibeira que fecha por meio de uma pestana com um botão. Na frente, assim como no guarda-mangas, tem quatro botões grande de metal amarelo iguais aos do capote para as tropas apeadas.
O comprimento do cabeção deve ser tal que a orla fique equidistante do ombro ao cotovelo Nas costas, a partir da orla inferior, tem, a meio da roda, uma abertura longitudinal, acompanhada por uma pestana interior que tem quatro botões pequenos de metal amarelo
O comprimento do capote deve ser regulado para que a orla inferior diste vinte centímetros do solo
GREVAS – TROPAS APEADAS
De mescla impermeável, com dois metros de comprimento e doze centímetros de largura, não devendo cada par pesar mais de trezentas gramas. Numa das extremidades, que terminará em ponta, terá cosido uma fita de lã, da mesma cor, com um metro de comprimento e um centímetro de largura. Colocam-se conforme se vê no modelo.
BOTAS
De cabedal, untadas, com sola dobrada, tacão de meia prateleira e tacheadas.
As botas para as tropas apeadas são da cor natural do couro, para as montadas são pretas.
POLAINAS – TROPAS MONTADAS
De atanado (couro curtido) preto
ESPORAS
De ferro com correia preta
Texto e ilustrações de Manuel Ribeiro Rodrigues / Blog Grande Guerra 1914 A 1918
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