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GIBRALTAR: O CANHÃO DAS 100 TONELADAS

Por • 10 Ago , 2015 • Categoria: 07. TECNOLOGIA, 14.TURISMO MILITAR Print Print

A localização geográfica de Gibraltar e a história determinaram que esta disputada península, a escassos 14 quilómetros de Marrocos, se tornasse numa autêntica fortaleza, para o que também muito contribuiu o seu singular relevo. Como sempre na história da guerra, defesas e ameaças procuraram suplantar-se, e em 1882 a arma mais potente de então, o canhão de 100 toneladas, foi ali instalado pelos britânicos para fazer face a armas idênticas dos navios italianos, rivais no Mediterrâneo nesse final do século XIX. Um bom exemplo de Turismo Militar, que devia ser seguido para as nossas baterias de artilharia de costa.

O "Victorian Supergun" um dos dois canhões de 100 toneladas do século XIX que chegou aos nosso dias. Curiosamente, quer este em Gibraltar quer o de Malta, estão conservados e são pontos de atracção turística.

O “Victorian Supergun” um dos dois canhões de 100 toneladas do século XIX que chegou aos nosso dias. Curiosamente, quer este em Gibraltar quer o de Malta, estão conservados e são pontos de atracção turística.

A península de Gibraltar, território ultramarino britânico desde 1704, tem uma história de guerra que vem de muito antes, dos tempos em que os espanhóis a conquistaram aos mouros em 1462, e mesmo de períodos anteriores uma vez que já em 711 antes de Cristo os exércitos do Islão por ali passaram, depois de atravessarem o Mediterrâneo em Tarifa no assalto à Península Ibérica. As primeiras fortificações identificadas datam deste período “mouro”, e remontam aos anos de 1068 e 1160. Desde então até meados do século XX, várias guerras e muitos períodos de tensão passaram por este ponto estratégico entre a Europa e África – uma das colunas de Hércules da mitologia grega era precisamente o rochedo de Gibraltar, e a outra Ceuta. As armas de Espanha que a sua bandeira nacional ostenta hoje, incluem ambas…

Gibraltar tem uma localização estratégica entre a Europa e África e a baía defendida pelo canhão de 100 toneladas, também tinha. Cobria toda a baía de Algeciras

Gibraltar tem uma localização estratégica entre a Europa e África e a baía defendida pelo canhão de 100 toneladas, também tinha. Cobria toda a baía de Algeciras. A Parson Lodge Battery nada tinha a ver com o “Supergun”, completava a defesa da baía de Rocia, curiosamente a única natural da península, na qual esteve fundeado o HMS Victory depois da batalha de Trafalgar (21OUT1805), com o corpo de Nelson a bordo em transito para o Reino Unido.

Diagrama ilustrando o alcance do canhão de 100 toneladas.

Diagrama ilustrando o alcance do canhão de 100 toneladas.

A "Napier of Magdala Battery" vista dos arredores de Algeciras.

A “Napier of Magdala Battery” vista dos arredores de Algeciras.

Turismo militar

Quem visita Gibraltar e gosta de temática militar não só tem muito para visitar, como pode seleccionar entre várias épocas, perfeitamente distintas. Todo o território foi fortificado, muito em especial a cidade em si, alguns pontos estratégicos na costa e vários no “rochedo”. Este foi, sobretudo em duas épocas – 1779/83, o “grande cerco” e 1940/45, “2.ª guerra mundial – perfurado em muitos quilómetros, constituindo abrigos, depósitos de carácter logístico – alguns ainda em uso hoje – postos de comando e posições para armamento. Para se fazer uma ideia, note-se que a toda a península tem cerca de 6 km de comprimento, 1 km de largura e 426m de cota máxima, e só na 2.ª guerra mundial escavaram-se 52 km de túneis! Neste período mais de 150 armas pesadas, entre artilharia de costa e antiaérea, de vários calibres para diferentes alcances, defendiam a colónia.

Mais próximo da época que vamos abordar neste artigo, ainda no século XIX, mas depois da instalação do “canhão de 100 toneladas”, numa reforma total da defesa de Gibraltar com a introdução de canhões com culatra, que aliás o tornou, ao das 100 ton. obsoleto, os britânicos dispunham de 42 peças de artilharia de costa na península. A título de comparação, a defesa de Lisboa e Setúbal nos anos 50, dispunha de 36 peças de artilharia de costa, mas de uma cidade à outra, pela costa, são mais de 70 km!

A bateria está hoje pintada de branco e arranjada de modo a permitir e favorecer a visita. Durante a 2,ª Guerra Mundial a bateria recebeu 4 peças anti-aéreas de 3,7", uma das quais (a verde na foto), ainda permanece no local.

A bateria está hoje pintada de branco e arranjada de modo a permitir e favorecer a visita, deixando de parte a camuflagem original. Durante a 2,ª Guerra Mundial a bateria recebeu 4 peças anti-aéreas de 3,7″, uma das quais (a verde na foto), ainda permanece no local.

O nome da bateria, “Napier of Magdala Battery”, em honra do barão Napier of Magdala (1810-1890), Marechal de Campo Robert Cornelis, engenheiro militar e governador de Gibraltar de 1876 a 1882. A sua construção decorreu de Dezembro de 1878 a Março de 1884, no local onde antes estavam as 2.ª e 3:ª Baterias de Rosia (nome da baía onde se encontra)

A exposição tem toda a informação disponivel sobre o canhão e a bateria, em três língua, inglês, espanhol e francês.

A exposição tem toda a informação disponivel sobre o canhão e a bateria, em três língua, inglês, espanhol e francês.

Um dos painéis da exposição ilustra bem as dimensões do canhão e a sua composição.

Um dos painéis da exposição ilustra bem as dimensões do canhão e a sua composição.

Túnel de acesso ás torres de carregamento. Toda a bateria está muito bem mantida.

Túnel de acesso ás torres de carregamento. Toda a bateria está muito bem mantida. A sua recuperação em Setembro de 2013 foi executada graciosamente por um pelotão do 154 (Scottish) Transport Regiment do Exército Britânico.

Entrada de uma das torres de carregamento.Aqui chegavam, vindas do piso inferior, os projécteis e cargas. Daqui, através de uma "escotilha" (ver foto seguinte) eram introduzidas no cano do canhão pela sua boca.

Entrada de uma das torres de carregamento. Aqui chegavam, vindas do piso inferior, os projécteis e cargas. Daqui, através de uma “escotilha” (ver foto seguinte) eram introduzidas no cano do canhão pela sua boca.

Torre de carregamento vista do interior. Ao lado de fora desta escotilha era encostada a boca do canhão.

Torre de carregamento vista do interior. Ao lado de fora desta escotilha era encostada a boca do canhão.

Boca do canhão encostada a uma das torres de carregamento. E assim se carregavam as munições e cargas, quer de um dos lados, quer do outro.

Boca do canhão encostada a uma das torres de carregamento. E assim se carregavam as munições e cargas, quer de um dos lados, quer do outro.

Um dos batentes originais que empurrava a carga e munição para o interior do cano e era propulsionado a força vapor. Note-se que as munições chegavam a pesar 900 kg.

Um dos batentes originais que empurrava a carga e munição para o interior do cano e era propulsionado a força vapor. Note-se que as munições chegavam a pesar 900 kg.

A mesma abertura da torre de carregamento (toda em ferro) vista do exterior. A grade foi é recente e destina-se a protecção.

A mesma abertura da torre de carregamento (toda em ferro) vista do exterior. A grade foi é recente e destina-se a protecção.

Os “Victorian supergun” em Malta e Gibraltar

Se em Malta arma igual é designada por “O maior canhão do Mundo”, em Gibraltar, é identificado como “100 ton gun, Victorian Supergun”, expressões “turísticas”, destinadas naturalmente a chamar a atenção. O canhão foi realmente construído durante o reinado da rainha Vitória (1819-1901), à data da sua construção o “tubo” deste modelo seria realmente o mais pesado alguma vez construído, com 103,64 toneladas e um calibre de 450 mm, e ainda o maior alguma vez construído com este tipo de carregamento: pela boca.

É curiosa a história que levou o Reino Unido a instalar quer em Malta quer em Gibraltar estas enormes peças de artilharia. No fundo um episódio de autêntica “corrida aos armamentos” e “dissuasão” nos finais do século XIX. Em 1874 a marinha italiana em processo de modernização, encomenda a uma firma inglesa, a Armstrong & Co quatro destas peças para equiparem cada um dos seus novíssimos e ultramodernos couraçados, os “Duilio” e “Dandalo”. Os testes de fogo da primeira arma, realizados em Itália depois do transporte do primeiro protótipo desde Inglaterra, com grande publicidade, foram devastadores. De tal modo que Sir William George Armstrong (o fabricante) e dois outros ingleses envolvidos na criação e construção da arma, foram condecorados pelo rei de Itália.

Embora Itália estivesse em paz com o Império Britânico o protagonismo que a marinha deste país assumia no Mediterrâneo foi olhada como uma potencial ameaça pelos ingleses, tanto mais que Gibraltar e Malta estavam na rota para a Índia, via canal do Suez (aberto em 1869).

Enquanto a Royal Navy iniciava a construção de navios capazes de rivalizar com os italianos (o HMS “Inflexible”) O Ministério da Guerra Britânico enviou a Malta e Gibraltar o seu inspector-geral das fortificações que em relatório concluiu que embora estes pontos de apoio estivessem bem fortificados e armados, a sua artilharia de costa tinha menos alcance e menor capacidade de perfuração que os novos navios italianos iriam adquirir. Sugeriu assim a instalação de armas idênticas (100 toneladas) em ambas as colónias, para defesa dos respectivos portos principais. O Grande Porto de Valletta, recebeu dois, um de cada lado da entrada, de modo a ter os sectores de tiro com sobreposição suficiente para evitar eventual tentativa de forçar a entrada. Os sapadores britânicos iniciaram a construção das baterias de Malta em 1878 e fizeram a sua entrega à artilharia em 1884. Mais 2 anos de trabalhos de acabamentos e adaptações e a bateria foi dada como operacional em 1886.

Em Gibraltar chegaram em Dezembro 1882 e Março de 1883, um foi colocado na bateria onde hoje ainda de encontra – “Napier of Magdala Battery”, em honra do barão Napier of Magdala (1810-1890), Marechal de Campo Robert Cornelis, engenheiro militar e governador de Gibraltar de 1876 a 1882) – e outro na “Victoria Battery”, sobre a base naval (onde hoje está o quartel dos bombeiros, junto ao ponto de partida/chegada do teleférico), umas centenas de metros a norte, e em 1898 foi substituir o da “Napier of Magdala Battery”, devido a uma avaria neste seu congénere durante um exercício de fogo real que o inutilizou.

O “nosso” Victorian Supergun demorou 21 dias para percorrer cerca de 400m e foi finalmente colocado em posição a 23 de Julho de 1883 e fez fogo pela primeira vez, para exercício, em 1884. Os “100 ton” de Gibraltar (aliás como os de Malta) tiveram uma vida operacional relativamente curta uma vez que o da “Victorya Battery” foi como se viu substituir o da “Napier of Magdala Battery” logo em 1898 e este último foi considerado obsoleto em 1906. Nunca entraram em combate, quis a história que o seu tempo de serviço fosse em paz. Foi um “salto tecnológico” na artilharia, a generalização dos canhões de carregamento “pela culatra” que ditou a retirada de serviço destas armas, de “carregar pela boca”.

Com uma vida útil calculada para 120 disparos, após o que teria que ser revista, a artilharia britânica procedia apenas a cerca de 4 disparos por ano de modo a treinar as guarnições. Além das preocupações com o desgaste também o preço era uma limitação. Cada disparo custava o equivalente ao salário diário de 2.400 soldados!

O canhão da “Napier of Magdala Battery” foi ainda assim importante na sua época, tanto mais que como nota T. Vallejo num texto de 1999 distribuído na bateria, «…quando foi instalado dadas as suas capacidades, substituí cerca de 16 canhões que estavam instalados nas duas baterias da baía de Rosia… …tinha 7 vezes o alcance destas armas e dominava toda a área da baía de Algeciras…»

A escadaria e protecção de madeira foi colocada agora para permitir a deslocação dos visitantes. A torre de carregamento Sul.

A escadaria e protecção de madeira foi colocada agora para permitir a deslocação dos visitantes. A torre de carregamento Sul à esquerda.

A torre de carregamento Norte e o apoio para o cano do canhão durante as operações de carregamento.

A torre de carregamento Norte e o apoio para o cano do canhão durante as operações de carregamento.

O " chariot" no qual o cano estava assente rodava pelo eixo da arma em cima de duas rodas metálicas.

O ” chariot” no qual o cano estava assente rodava pelo eixo da arma em cima de duas rodas metálicas.

Quando fazia fogo o recuo do cano era de cerca de 1,8m!

Quando fazia fogo o recuo do cano era de cerca de 1,8m!

O cano encostava à parte posterior do "charriot".

O cano encostava à parte posterior do “charriot”.

Nesta plataforma onde se encontra o canhão apenas permaneciam os militares (3?) que o disparavam, através de um sistema de fios eléctricos ligados às cargas pela pequena abertura na parte posterior do cano. Todos os outros permaneciam no sub-solo.

Nesta plataforma onde se encontra o canhão apenas permaneciam os militares (3?) que o disparavam, através de um sistema de fios eléctricos ligados às cargas pela pequena abertura na parte posterior do cano. Todos os outros permaneciam no sub-solo.

Foto de jornal (Gibraltar Chronicle) relativa ao primeiro disparo do "Supergun" em 1884.

Foto de jornal (Gibraltar Chronicle) relativa ao primeiro disparo do “Supergun” em 1884.

Características e funcionamento

A maior parte das instalações da bateria são subterrâneas e à superfície apenas operavam os militares que disparavam a arma. Isto era feito através de um sistema eléctrico, o que era inédito na época, em substituição da tradicional mecha. No subsolo estavam os paióis, o complexo sistema de vapor que accionava o sistema de carregamento e os carris através dos quais as munições eram transportadas. A arma era carregada pela boca, ora virando para a esquerda ora para a direita o cano, onde, enterradas, funcionavam duas torres metálicas de carregamento e duas câmaras de municiamento através das quais, cargas de pólvora e munições, eram mecanicamente introduzidas no cano. Este sistema duplo permitia fazer fogo com uma maior cadência de tiro – 1 disparo cada 6 minutos – que as mesmas armas nos navios italianos – 1 tiro cada 20 minutos.

A guarnição da arma era composta por 23 artilheiros, divididos em 3 secções, uma manejava a arma e duas operavam os sistemas de carregamento de munições, uma de cada lado da arma.

O sistema de vapor demorava 3 horas a ficar operacional o que atendendo à velocidade dos navios de então e aos alcances da arma, não era considerado problemático. Caso o sistema vapor não funcionasse era possível operar o sistema manualmente, neste caso eram necessários 40 homens e 4 horas de trabalho para que a pressão necessária para mover a peça fosse atingida.

O “Armstrong & Co.” disparava 4 tipos de projécteis de 450mm. O “normal” (High Explosive) pesava 2,000 lbs (910Kg) e podia penetrar uma chapa de ferro com 20 polegadas (50,8cm), ou seja, conseguia, esperava-se, perfurar sem problema os maiores navios de guerra da época. Tinha um alcance máximo (duvidoso) de cerca de 8.000 metros, sendo certeiro até aos 5.000, o que ainda assim cobria toda a baía de Algeciras. As outras munições destinavam-se a perfurar maiores espessuras de ferro (24,9 polegadas), a designada “Palliser Round”; anti-pessoal, com 2.000 bolas de chumbo, a “Case Shot”; e a “Shrapnel”, também anti-pessoal, com 920 bolas de chumbo. Estes projecteis eram propulsionados por cargas de mais de 200Kg de pólvora negra.

Ainda hoje é um mistério como se procedia à direcção de tiro da arma, supondo alguns autores que a direcção de tiro era garantida por oficiais numa posição retirada e mais elevada que transmitiam as ordens por telefone – uma outra novidade que tinha sido inventada em 1876 – enquanto no interior da bateria toda a comunicação era feita por tubos acústicos e toques de clarim.

A bateria estava pintada de castanho, situada numa falésia a cerca de 50 m de altura em relação ao mar, havia vegetação na área e plantaram-se muitos “cactus prickly pear” (cujos picos se transformavam numa defesa contra a infantaria) estando assim garantida a sua camuflagem, sendo difícil a sua localização a partir do mar.

Ilustração da época mostrando os vários tipos de munições, as suas dimensões e colocação no cano de carga e projéctil.

Ilustração da época mostrando os vários tipos de munições, as suas dimensões e colocação no cano de carga e projéctil.

Detalhe do projéctil perfurante o qual era suposto perfurar um navio de guerra, de alto abaixo!

Detalhe do projéctil perfurante o qual era suposto perfurar um navio de guerra, de alto abaixo!

Outra curiosidade da exposição, um suposto facto em que ninguém acredita mas é sempre referido em todas as edições sobre a arma e está mesmo presente na bateria. O modo como se resolveu um incidente de tiro: o artilheiro mergulha no cano para amarrar um cabo ao projéctil!

Outra curiosidade da exposição, um suposto facto em que ninguém acredita mas é sempre referido em todas as edições sobre a arma e está mesmo presente na bateria. O modo como se resolveu um incidente de tiro: o artilheiro mergulha no cano para amarrar um cabo ao projéctil!

Hoje a bateria está literalmente "encaixada" entre construções civis, o que aliás é uma constante em grande parte de Gibraltar e não pode ser de outro modo dado o pouco espaço disponivel. Parte da Península é uma Reserva Natural.

Hoje a bateria está literalmente “encostada” a construções civis, o que aliás é uma constante em grande parte de Gibraltar e não pode ser de outro modo dado o pouco espaço disponivel. Parte da Península é uma Reserva Natural.

Durante a 2.ª Guerra Mundial a Bateria recebeu 4 destas peças anti-aéreas de 3,7". Esta permanece em exposição e dos locais das outras ainda restam alguns vestígios (espaldões em cimento armado), bem assim como trincheiras para metralhadoras pesadas/ligeiras que deviam defender a baía de Rosia em caso de desembarque.

Durante a 2.ª Guerra Mundial a Bateria recebeu 4 destas peças anti-aéreas de 3,7″. Esta permanece em exposição e dos locais das outras ainda restam alguns vestígios (espaldões em cimento armado), bem assim como trincheiras para metralhadoras pesadas/ligeiras que deviam defender a baía de Rosia em caso de desembarque.

A bateria fotografada em Agosto de 2015. Sobre a esquerda fica a baía de Rosia que na sua outra extremidade tem a Bateria de Parson Lodge (ver mapa no inicio do artigo) outra importante estrutura de defesa da costa, por alguns aliás considerada dos mais importantes pontos estratégicos da ilha. Foi desactivada em 1956 pelo Exército Britânico e restaurada, mas não está (ainda?) acessível a visitas.

A bateria fotografada em Agosto de 2015. Sobre a esquerda fica a baía de Rosia que na sua outra extremidade tem a Bateria de Parson Lodge (ver fotografias aéreas no inicio do artigo) outra importante estrutura de defesa da costa, por alguns aliás considerada dos mais importantes pontos estratégicos da ilha. Foi desactivada em 1956 pelo Exército Britânico e restaurada, mas não está (ainda?) acessível a visitas.

O "Victorian Supergun" que nunca entrou em combate mas serviu de elemento de dissuasão, presta hoje outros serviços a Gibraltar. contribuindo para a preservação da sua história e cultura. Um bom exemplo de Turismo Militar.

O “Victorian Supergun” que nunca entrou em combate mas serviu de elemento de dissuasão, presta hoje outros serviços a Gibraltar, contribuindo para a preservação da sua história e cultura.

A visita

Todos os mapas e guias turísticos de Gibraltar referem o 100 Ton Gun, a entrada custa 1 Libra (1,3€), e a há informação suficiente quer em painéis quer em folhas informativas distribuídas (a pedido!). Trinta a quarenta minutos são suficientes para ver a bateria.

Um bom exemplo de Turismo Militar, que devia ser seguido para as nossas baterias de artilharia de costa, parte delas deixadas anos e anos num estado deplorável, sendo cada vez mais urgente garantir que a bateria da Fonte da Telha, não tenha o mesmo destino. É das únicas no mundo – e única na Europa – deste calibre que continua em bom estado (parece que há outra na África do Sul) e tem atraído a curiosidade e interesse de estudiosos desta temática em todo o mundo, com artigos e reportagens já publicadas sobre o local.

 

Bibliografia:

“The Fortifications of Gibraltar 1068-1945”, Darren FA & Clive Finlayson, Illustrated by Adam Hook, Osprey Publishing Ltd, London, 2006.

“Strong as the Rock of Gibraltar”, Quentin, Hughes & Migos Athanassios, Exchange, 1995.

Documento Ernest P. (Tito) Vallejo, Julho1999

http://www.visitgibraltar.gi/ton-gun

Veja no Operacional o artigo sobre o canhão de 100 toneladas que está em Malta: O MAIOR CANHÃO DO MUNDO

 

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