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EXPOSIÇÃO “TESTEMUNHOS DE UM TEMPO” – MISSÃO NO AFEGANISTÃO

Por • 5 Dez , 2014 • Categoria: 04 . PORTUGAL EM GUERRA - SÉCULO XXI, 14.TURISMO MILITAR Print Print

Por ocasião da cerimónia que assinalou o final da participação portuguesa na missão da NATO no Afeganistão, abriu ao público uma exposição subordinada ao título “Testemunhos de um Tempo, Forças Armadas Portuguesas no Afeganistão – International Security Assistance Force“. O Operacional foi ver.

A exposição é essencialmente fotográfica e abrange os 12 anos em que Portugal participou na ISAF.

A exposição é essencialmente fotográfica e abrange os 12 anos em que Portugal participou na ISAF.

A exposição está aberta ao público no Forte do Bom Sucesso, junto à Torre de Belém, um dos locais mais visitados de Lisboa, e onde se enquadra o Monumento aos Mortos do Ultramar. É no interior do Forte e Museu do Combatente, mantido pela Liga dos Combatentes, na sala Aljubarrota, que vamos encontrar esta memória fotográfica dos 12 anos em que os militares portugueses estiveram no Afeganistão.

O Museu do Combatente alberga, além de outras exposições temporárias como uma muito interessante e bem concebida sobre "200 anos de armaria usada em Portugal" e duas sobre a 1.ª Guerra Mundial, também esta sobre o Afeganistão.

O Museu do Combatente alberga, além de outras exposições temporárias como uma muito interessante e bem concebida sobre “200 anos de armaria usada em Portugal” e duas sobre a 1.ª Guerra Mundial, também esta sobre o Afeganistão.

A entrada, com esta alusão ao quartel onde a maioria dos portugueses viveu em Kabul, prometia.

A entrada, com esta alusão ao quartel onde a maioria dos portugueses viveu em Kabul, prometia.

Síntese da participação portuguesa.

Síntese da participação portuguesa.

 

Uma guia de marcha, certamente para o Afeganistão mesmo que não o diga.

Uma guia de marcha, certamente para o Afeganistão mesmo que não o diga.

A exposição é um conjunto de fotografias relativas às diferentes fases da missão, um monitor de televisão – quando lá estivemos passava um filme sobre o destacamento C-130 – e 3 manequins. Parece-nos evidentemente muito pouco para ilustrar tanto tempo de missão. Claro que desconhecemos os meios que foram dados a quem teve a responsabilidade de montar o que ali está. Conhecendo a instituição militar, até não custa a crer que o trabalho desenvolvido, face aos meios e tempo disponíveis, possa ter que ser considerado brilhante! Agora a realidade é que o visitante sai dali com alguma decepção. Não tanto pelo que está – embora aquilo que parece ser o manequim do Exército (não está identificado), esteja numa situação algo ridícula, porque há um ausência total de explicação – mas talvez mais pelo que não está. Não há uma única peça/artigo trazido do teatro de operações, subentende-se que há um manequim de cada ramo porque – para quem conhece – consegue-se identificar que um é da Força Aérea e outro é dos Fuzileiros, não há peças de equipamento nem de armamento. Não há um mapa do teatro de operações…Salvam-se as fotografias, algumas de boa qualidade, e um ou outro detalhe bem concebido (as tabuletas, por exemplo, a lembrar “Camp Warehouse” em Kabul), mas fica a ideia mais de álbum cronológico de recordações pessoais, aleatórias, do que realmente uma ideia do que foi a missão e o esforço pedido aos militares para a cumprirem, com diferentes episódios, que deviam ser explicados ao visitante.

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Temos esperança que os ramos das Forças Armadas, cada um por si nos seus museus uma vez que em Portugal não há um Museu das Forças Armadas, possam dedicar um espaço ao Afeganistão a título permanente.

Temos esperança que os ramos das Forças Armadas, cada um por si nos seus museus uma vez que em Portugal não há um Museu das Forças Armadas, possam dedicar um espaço ao Afeganistão a título permanente.

Estou certo que com mais tempo, nos museus militares dos ramos das forças armadas, o Afeganistão deve ganhar o seu espaço – foram 12 anos, mais de 3.100 militares, 2 mortos e vários feridos – como também deve ser objecto de edição oficial sobre a missão.

As novas campanhas das Forças Armadas Portuguesas já duram há mais anos do que durou a guerra no antigo Ultramar e a sua memória tem que começar já a ser preservada pelas instituições que têm essa obrigação. Este tipo de exposições podem ser o catalisador da recolha de elementos. Os relatórios elaborados diariamente pelos diferentes contingentes – e se a nossa participação foi realmente multifacetada! – devem constituir a base desse trabalho, rigoroso, que transmita aos vindouros o que foi o esforço – mas também, as limitações – do militar português naquelas longínquas paragens, porque o seu país assim o determinou.

Quer ver outra exposição sobre o Afeganistão no Operacional? Clique em: “GUERRA VIVIDA, GUERRA SENTIDA”, UM COMANDO NO AFEGANISTÃO

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