EXERCÍCIO "CAPABLE LOGISTICIAN 2015"

EXERCÍCIO “CAPABLE LOGISTICIAN 2015”

Por Miguel Machado • 30 Jun , 2015 • Categoria: 03. REPORTAGEM

Aproximando-se o exercício NATO – “Tridente Juncture 2015”, em Portugal, fomos ver o que está a ser feitos noutras latitudes para o preparar. Bem-vindos a uma pequena apresentação do que foi o exercício “Capacidades Logísticas 2015” (CL15), na Hungria, pela pena do nosso colaborador Carlos Alberto Merca da Silva.

Realizou-se entre 1 e 19 de Junho na área de treinos do Exército Húngaro “Bakony Combat Training Centre”, arredores da cidade de Veszprém, este exercício que teve como objectivo principal testar e treinar as capacidades logísticas para o exercício NATO- Trident Juncture 2015 (TRJE15). Lá estarei, em Saragoça e em Beja!

Aqui na Hungria houve que identificar fraquezas no planeamento logístico e inoperacionalidades em componentes de padronização, de modo a fazer propostas para futuros acordos de padronização (STANAGs). Em simultâneo existiu a possibilidade para que as nações (V4), (Hungria, Eslováquia, Republica Checa e Polónia) treinarem a integração no European Union Battle Group (EUBG 16/1), a ser formado em Janeiro 2016.

Este exercício, foi uma responsabilidade do “Hungarian General Staff Logistics Directorate” em estreita colaboração com o “Multinational Logistic Coordinnation Centre”, da República Checa, e podemos dizer que teve duas componentes principais, a militar – sem dúvida a mais importante – e a civil, onde empresas mostraram e interagiram com a parte militar na chamada “Smart Energy” um conceito muito mostrado neste CL15, com bom retorno em termos de experiências trocadas e testes de performance em tempo real. Este conceito é relativo a energias renováveis (solar e eólica).

Na componente militar do exercício assistiu-se ao treino de áreas da logística entre diferentes nações, cada uma com os seus meios próprios, de modo a assegurar a sua interoperabilidade e detectar falhas que advenham das diferenças de material e modos de actuação em áreas tão diversas como, hospitais de campanha, munições, combustível, purificação de água, lançamento de carga aérea, e muitas mais, numa maioria de exércitos europeus equipados ainda com muito material típico do antigo “bloco soviético”, com a contribuição dos militares alemães, britânicos e americanos.

No respeitante à “Smart Energy”, participaram catorze empresas privadas e duas agências públicas. Estas soluções estiveram em interacção com a componente militar para aferir as suas capacidades e detectar falhas e melhoramentos possíveis para que a junção das duas componentes possa ser mais eficiente. Houve a possibilidade de ver em acção geradores de ultima geração com uma eficiência cada vez maior, energias renováveis em interacção com os referidos geradores, baterias recarregáveis de grande capacidade, sensores de diversos tipos, software inteligente e cada vez mais direccionado ao pormenor para aquilo que se pretende, luzes LED e sistemas de aquecimento/arrefecimento de tendas.

Destaco somente um programa, que certamente terá interesse num futuro próximo, numa área em constante evolução: baterias e armazenamento de energia, dos EUA – “smart energy soldier power” – um conceito desenvolvido pela empresa Thales, que opera um carregador de baterias universal, tendo múltiplas maneiras de “sugar” energia para carregar baterias flexíveis, múltiplas fichas e sistemas de ligação de várias origens, USB, etc. a serem usadas pelo militar, como a energia solar, de outras fontes de energia e até com o movimento da perna do militar, que pode neste caso gerar até 17 watts. Aqui entra o “net zero warrior systems”, um gerador de 16Kg com saída de 0.9KW, de múltiplas fontes de combustível, ou seja, funciona a “quase tudo” mesmo misturando gasóleo com gasolina e com outros tipos de combustível, como o JP4 para aeronaves.

Existiu também uma parte, que pessoalmente me surpreendeu pela positiva, a apresentação de alguns veículos militares fabricados na Hungria e na Eslováquia.