EXERCICIO “APOLO 10” NO DISTRITO DE SANTARÉM
Por Miguel Machado • 5 Jul , 2010 • Categoria: 03. REPORTAGEM PrintA Brigada de Reacção Rápida levou a cabo na última quinzena de Junho mais um exercício da série “Apolo”, focalizado este ano nos seus contingentes que ainda este ano serão empenhados no Kosovo e Afeganistão. Alfredo Serrano Rosa acompanhou várias fases do exercício as mostra-nos a sua reportagem fotográfica.
O “Apolo 10” foi um exercício em que toda a Brigada de Reacção Rápida (BrigRR) foi empenhada, envolveu elementos das outras duas brigadas do Exército (Brigada Mecanizada e Brigada de Intervenção), uma Secção de Apoio Geográfico do Instituto Geográfico do Exército, uma Secção de Contra-Informação e Segurança Militar do Centro de Informações e Segurança Militar, meios e pessoal da Força Aérea Portuguesa e ainda uma companhia da Brigada Pára-quedista do Exército Espanhol e elementos do Quartel-General do Corpo de Reacção Rápida da NATO (Allied Rapid Reaction Corps – ARRC).
A BrigRR estava constituída por Comando e Estado-Maior, 1º Batalhão de Infantaria Pára-quedista (Regimento de Infantaria 15), Batalhão de Comandos (Centro de Tropas Comandos), Força de Operações Especiais (Centro de Tropas de Operações Especiais), Grupo de Artilharia de Campanha (Regimento de Artilharia n.º 4), Batalhão Operacional Aero-Terrestre (Escola de Tropas Pára-quedistas), Esquadrão de Reconhecimento (Regimento de Cavalaria n.º 3), Companhia de Engenharia (Escola Prática de Engenharia), Bateria de Artilharia Anti-Aérea (Regimento de Artilharia Anti-Aérea n.º 1), Companhia de Transmissões e Companhia de Comando e Serviços. A BrigMec apoiou com o controlo e arbitragem do exercício e a BrigInt forneceu as forças “de cenário” (aquilo que em tempos se designava por “inimigo”).
A Força Aérea empenhou um Destacamento de Controlo Aéreo Táctico, pessoal de apoio a operações aerotransportadas, aeromoveis e de apoio aéreo próximo. Em termos de aeronaves participaram Alouette-III, EH-101 Merlin, C-295M e C-130H pertencentes respectivamente às Esquadras 552 “Zangões” (Base Aérea n.º 11), 751 “Pumas”, 502 “Elefantes” e 501 “Bisontes” (Base Aérea n.º 6). No total estiveram envolvidos cerca de 1.200 efectivos.
Centrado na região de Tancos, Santa Margarida, Tomar e Santarém foi oportunidade para treinar um sem número de acções típicas das forças de reacção rápida e também aquelas que previsivelmente as unidades a empenhar no Kosovo (1BIPara) e no Afeganistão (1CCMDS) vão encontrar. “Treino, preparação e avaliação” destas unidades, num cenário de crise humanitária, provocada pela violência e conflituosidade interna, que decorre num país fictício, foi o que, em linhas muito gerais, ali se passou.
A BrigRR foi assim empenhada com carácter de urgência num hipotético país em crise, cooperou nesse teatro de operações com forças estrangeiras amigas – a companhia espanhola – planeou e fez operações nesse local, planeou e recebeu o reforço das suas unidades mais “pesadas”, e…mais uma série de acções nas quais a coordenação com o apoio aéreo – como é típico nestas forças – teve um papel muito relevante.
Muitas acções foram planeadas, realizadas e avaliadas, do reconhecimento de longo raio de acção em apoio das operações aerotransportadas, às operações aerotransportadas e aeromóveis, passando pelo reconhecimento especial, acção directa e missões de assistência militar.
Este exercício, como aliás vem sendo hábito hoje em dia em muitos exercícios militares dos três ramos, teve ainda uma forte componente de divulgação, não só direccionada para públicos específicos – a Comissão de Defesa da Assembleia da República esteve em Tancos a ver algumas acções – como para a generalidade da população e muito em particular aos jovens…o recrutamento voluntário a isso motiva. Tiveram especial destaque as actividades em Santarém e a cerimónia final nessa mesma cidade em 26 de Junho.
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