ESCOLA DE TROPAS PÁRA-QUEDISTAS ASSINALA 53º ANIVERSÁRIO
Por Miguel Machado • 24 Mai , 2009 • Categoria: 03. REPORTAGEM Print
Todos os anos no dia 23 de Maio, faça chuva ou faça sol, milhares de militares pára-quedistas, a maioria já desligada do serviço activo e muitos com as suas famílias, comparecem em Tancos para assinalar o dia da sua unidade, a “casa-mãe” de todos os pára-quedistas militares portugueses. Batalhão de Caçadores Pára-quedistas, Regimento de Caçadores Pára-quedistas, Base Escola de Tropas Pára-quedistas, Escola de Tropas Aerotransportadas ou, hoje, Escola de Tropas Pára-quedistas, o nome tem mudado em diversos momentos históricos e para cada um tem o seu significado especial mas para todos é o local onde “nasceram” como pára-quedistas militares. Ali enfrentaram o desconhecido e suplantaram os seus medos e receios e, desde sempre voluntariamente, suportaram o rigor da instrução que os tornou soldados aptos a utilizar a terceira dimensão.
Um antigo general americano, A.S. Newman, referindo-se às potencialidades da instrução para pára-quedista e de tudo o que lhe está associado disse um dia: “... salto em pára-quedas testa e enrijece o soldado sob tensão, de uma maneira que somente uma batalha o pode fazer. Você nunca pode estar certo a respeito dos outros. Todavia os pára-quedistas lutarão. Pode apostar a sua vida nisto. Eles, repetidas vezes, encaram o perigo durante o salto e desenvolvem uma autodisciplina que domina o medo. Subconscientemente, todo o pára-quedista sabe disto. É por isso que ele possui aquela extraordinária e arrogante confiança.“
23 de Maio de 2009, foi um dia chuvoso mas muito antes da cerimónia militar ter lugar na parada Alferes Pára-quedista Mota da Costa – o primeiro oficial pára-quedista morto em combate em Angola no ano de 1961 – já havia dificuldade em obter um lugar de estacionamento para tantos carros e autocarros que para ali confluíam dos 4 cantos de Portugal. Este ano assistiu-se de facto em Tancos a uma das maiores concentrações de antigos pára-quedistas para tomarem parte nas festividades do dia da unidade. As imagens que se seguem são da autoria de Alfredo Serrano Rosa e ilustram o que foi um “dia em cheio” para milhares de boinas verdes portugueses.
Uma nota final para relatar um dos momentos deste 23 de Maio. Tendo recentemente falecido um dos antigos comandantes do Regimento de Caçadores Pára-quedistas e figura ímpar na história das Tropas Pára-quedistas Portuguesas, o major-general Rafael Durão, um dos seus irmãos, o coronel “comando” Roberto Durão, fez a apresentação de um poema inédito da sua autoria, a pedido do irmão pára-quedista, para servir de letra a um hino dos pára-quedistas com música do maestro António de Melo. Este poema que os pára-quedistas certamente adoptarão nos seus tradicionais cânticos, ficou desde esta data entregue ao comandante da ETP, coronel pára-quedista Frederico Almendra.
Discurso do comandante da ESCOLA DE TROPAS PÁRA-QUEDISTAS
Leia aqui mais sobre a história do «23 de Maio».
Miguel Machado é
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