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EM PARIS NO MUSEU DO AR E DO ESPAÇO (I)

Por • 17 Out , 2010 • Categoria: 03. REPORTAGEM, 14.TURISMO MILITAR Print Print

O “Operacional” esteve em Paris e aterrou em Le Bourget, no musée de l’air et de l‘espace. Esta reportagem mostra hoje uma pequena parte do enorme acervo museológico que ali está em permanência disponível. Na segunda parte veremos as áreas dedicadas ao período entre-guerras, ao Espaço e aspectos de uma exposição temporária: “Les Ailes 14-18”.

Aviação militar (Dassault Etendard IVM), civil (Boeing 747-128) e espaço de lazer (aqui o restaurante e cafetaria "l’Hélice") são motivos para uma demorada visita a Le Bourget.

Aviação militar (Dassault Etendard IVM), civil (Boeing 747-128) e espaço de lazer (aqui o restaurante e cafetaria "l’Hélice") são motivos para uma demorada visita a Le Bourget.

Nos arredores Norte da capital francesa, com bons acessos por transportes públicos, escassos quilómetros a sudoeste do Aéroport de Paris-Charles de Gaulle, encontramos este enorme museu, instalado num dos locais mais intimamente ligado à história da aviação francesa, Le Bourget. Em parte do antigo aeroporto internacional (incluindo toda a antiga aerogare de passageiros), o qual havia sido inicialmente um campo de aviação militar construído no decurso a 1ª Guerra Mundial, encontra-se desde 1973 o museu do ar e do espaço.

O primeiro aeroporto comercial  de Paris-Le Bourget alberga desde 1973 o Museu do Ar e do Espaço, bem servido por transportes público e tem amplos parques de estacionamento para viaturas particulares.

O primeiro aeroporto comercial de Paris-Le Bourget alberga desde 1973 o Museu do Ar e do Espaço, bem servido por transportes público e tem amplos parques de estacionamento para viaturas particulares.

Grande parte da colecção visitável está “debaixo de telha” ao abrigo dos elementos, mas começamos a visita pelo exterior onde se podem ver uma vintena de aviões militares e civis, alguns de grandes dimensões e ainda maquetas à escala de dois foguetões, os Ariane 1 e 5.
Nesta área destaque natural para o “Jumbo”, cujo interior se pode visitar e vale a pena pois está “configurado” de modo a se poderem ver praticamente todas as suas entranhas, desde o posto de pilotagem até aos compartimentos de carga. Nesta área destaque ainda para os seguintes aviões com as proveniências indicadas: Dassault Etendard IVM (Marinha Francesa), MBB HFB 320 Hansa (Luftwaffe); Lockheed F-104 Starfighter F-104 (Luftwaffe); Republic F-105C Thunderchief (USAF); Mikoyan-Gourevitch Mig 23-ML Flogger G (Força Aérea URSS); Mikoyan-Gourevitch Mig 21F-13 Fishbed C (Força Aérea República Checa) Saab J35A Draken (Força Aérea da Suécia);  Hawker Hunter Mk 58 da (Força Aérea Suíça); Lockheed P2V-7 Neptune (Marinha Francesa); Nord 262E 7 (Marinha Francesa); Dassault-Breguet BR. 1150 Atlantique 1 (Marinha Francesa), e aviões comerciais de passageiros como um Dassault Mercure (Air Inter) um Sud-Aviation SE-210 Caravelle (Air Provence), o já falado Boeing 747-128 (Air France) ou um Canadair CL. 21 (Sécurité Civile) de combate a incêndios e um Mac Donnell Douglas DC 8 Sarigue F RAFE (de guerra electrónica).

No decurso da visita teve lugar um exercicio de combate a incêndios com o Nord 262E 7. Em primeiro plano o Mikoyan-Gourevitch Mig 21F-13 Fishbed C (Força Aérea República Checa) e o F-104 Starfighter F-104 (Luftwaffe).

No decurso da visita teve lugar um exercício de combate a incêndios com o Nord 262E 7. Em primeiro plano o Mikoyan-Gourevitch Mig 21F-13 Fishbed C (Força Aérea República Checa) e o F-104 Starfighter F-104 (Luftwaffe).

Os imponentes foguetões Ariane 5 (à esquerda) e 1 dominam a área exterior. Em primeiro plano o Hawker Hunter Mk 58 da Força Aérea Suissa.

Os imponentes foguetões Ariane 5 (à esquerda) e 1 dominam a área exterior. Em primeiro plano o Hawker Hunter Mk 58 da Força Aérea Suíça.

Iniciamos a visita “interior” pela área reservada à 2ª Guerra Mundial. Aqui podem ser vistas aeronaves militares e outros armamentos e equipamentos dos principais países envolvidos no conflito. EUA, URSS, Alemanha, Reino Unido e França têm aqui parte importante dos seus aparelhos mais significativos. Dos americanos Douglas C-47 Skytrain / Dakota, Martin B-26G Marauder, Republic P47D Thunderbolt, North-American P51D Mustang, aos soviéticos Policarpov I-153 Tchaika e Yakovlev Yak-3, passando, entre outros, pelos alemães BuckerBU 181 Bestman, Focke-Wulf F.W 190 e a “bomba voadora” Fieseler FI 103 V1 ao conhecido Supermarine Spitfire MK XVI da Royal Air Force até ao Dewoitine D.520 francês, aqui, naturalmente, com grande destaque.

Presença "obrigatória" em qualquer museu do ar, o "Dakota". Em fundo, da esquerda, a V1, um Focke-Wulf F.W 190 e um Yakovlev Yak-3.

Presença "obrigatória" em qualquer museu do ar, o "Dakota". Em fundo, da esquerda, a V1, um Focke-Wulf F.W 190 e um Yakovlev Yak-3.

Interior do Douglas C-47 Skytrain / Dakota, com uma adaptação para apresentar um pára-quedista americano a salta sobre a Normandia, com um monior de TV apresentando filmes da época. Em fundo um Policarpov I-153 Tchaika.

Interior do Douglas C-47 Skytrain / Dakota, com uma adaptação da porta de carga para "lançar" um pára-quedista americano sobre a Normandia. Em fundo um Policarpov I-153 Tchaika. O monitor TV, um dos muitos espalhados pelo museu, apresenta filmes da época.

O bombardeiro médio de fabrico US Martin B-26G Marauder, aqui com as cores de um Grupo de Bombardeamento francês (o II/20 Bretagne)

O bombardeiro médio de fabrico US Martin B-26G Marauder, aqui com as cores de um Grupo de Bombardeamento francês (o II/20 Bretagne)

O Spitfire MK XVI da Royal Air Force e ao fundo, "vonado" o Dewoitine D.520, apresentado como o melhor caça de fabrico francês do 2º conflito mundial

O Spitfire MK XVI da Royal Air Force e ao fundo, "voando" o Dewoitine D.520, apresentado como o melhor caça de fabrico francês do 2º conflito mundial.

Seguimos para outra grande atracção do museu, o pavilhão “Concorde” onde podemos visitar dois destes exemplares e ainda um Dassault Super Mirage 4000, um Dassault Rafale A (protótipo) e um Mirage IV A (bombardeiro nuclear). Aqui estão os Aérospatiale-BAe Concorde F-WTSS (Protótipo n.º 001 que fez 397 voos de ensaio – 255 dos quais supersónicos – em 812 horas no ar) e Concorde F-BTSD Sierra Delta (Air France). A aerodinâmica do “Concorde” é naturalmente a sua marca distintiva e bem assim como o seu pouco espaço interior. Um dos aparelhos não tem as cadeiras dos passageiros e apresenta fotos alusivas à sua história e outro está com a sua configuração comercial normal.

O Concorde F-BTSD Sierra Delta (Air France), chegou aqui em 2003 depois 12.976 horas de voo desde 1978 em 4.282 voos.

O Concorde F-BTSD Sierra Delta (Air France), chegou aqui em 2003 depois 12.976 horas de voo desde 1978 em 4.282 voos.

o nariz do Aérospatiale-BAe Concorde F-WTSS (Protótipo n.º 001 que fez 397 voos de ensaio  - 255 dos quais supersónicos - em 812 horas no ar)

O nariz do Protótipo n.º 001, Concorde F-WTSS, da Aérospatiale-BAe. Fez 397 voos de ensaio - 255 dos quais supersónicos - em 812 horas no ar.

O espaço interior não era, garantidamente, o forte do Concorde.

O espaço interior não era, garantidamente, o forte do Concorde.

Mirage IV A com a sua arma atómica, "pronto" para um voo estratégico!

Mirage IVA com a sua arma atómica de 60 kilotoneladas, "pronto" para um voo estratégico! Foram o vector aéreo da dissuasão nuclear francesa entre 1964 e 1986.

O Dassault Super Mirage 4000 voou entre 1979 e 1988, mas a falta de clientes internacionais ditou o fim deste projecto.

O Dassault Super Mirage 4000 voou entre 1979 e 1988, mas a falta de clientes internacionais ditou o fim deste projecto.

Optamos depois por visitar o pavilhão dedicado aos protótipos franceses do inicio da aviação a reacção e às aeronaves militares que serviram em França. Como se pode ver nas imagens ,aqui encontramos uma grande panóplia de curiosas (e estranhas!) aeronaves que mostram bem, entre outras coisas, a pujança que esta área cientifico-industrial-militar teve no período do pós-guerra em França. Aqui estão as sementes que produziram, depois, autênticos sucessos da aviação militar francesa e mundial mas também curiosas invenções que não tiveram continuidade, algumas das quais hoje voltam à ordem do dia, como os dispositivos a reacção de voo vertical.

Aqui está uma sala bem curiosa. Da esquerda na frente, Dassault Mirage III V-01 (descolagem vertical), Nord-Aviation Nord 1500-02 Griffon II (enorme entrada de ar), Leduc 022 (cápsula plástica no chão), turboreactor voador com piloto; Leduc 010 (apenas visivel a parte frontal), voou lançado a partir de um avião a hélice.

Aqui está uma sala bem curiosa. Da esquerda na frente, Dassault Mirage III V-01 (descolagem vertical), Nord-Aviation Nord 1500-02 Griffon II (enorme entrada de ar), Leduc 022 (cápsula plástica no chão), turboreactor voador com piloto; Leduc 010 (apenas visível a parte frontal), voou lançado a partir de um avião a hélice.

Sud Aviation Ludion (voou em 1968), plataforma experimental para transportar um homem e em fundo o S.N.E.C.M.A. C400 P-2 Atar Volant (voou em 1957).

Sud Aviation Ludion (voou em 1968), plataforma experimental para transportar um homem e em fundo o S.N.E.C.M.A. C400 P-2 Atar Volant (voou em 1957).

A sala contígua é dedicada as aeronaves que serviram na aviação militar gaulesa – todas a jacto excepto o nosso conhecido North American T6G Texan – Republic F-84 F Thunderstreak, Mirage 2000, North-American F100D Super Sabre, Dassault MD 450 Ouragan, Dassault Super Mystere B2, Dassault Mystere IVA, Nort-American F-86K Sabre, S.N.C.A.S.E. SE.535 Mistral, Dassault Mirage F-1 em maquete “Cristal” (transparente). Neste sala também uma secção onde se podem observar diversos tipos de utilizações para pára-quedas e cockpits de Fouga CM 17OR Magister a que se pode aceder. Também nesta área um helicóptero S.N.C.A.S.E. SE-3210 Super Frelon (no interior do qual simulam duas vezes por dia uma missão de busca e salvamento), incluindo depois, também, uma outra ala dedicada a helicópteros e outros equipamentos de voo vertical, não só franceses como de outras origens.

Os aviões de caça da Força Aérea Francesa depois da 2ª Guerra Mundial.

Os aviões de caça da Força Aérea Francesa depois da 2ª Guerra Mundial. Em primeiro plano: F-84 F Thunderstreak. Pela direita: Mirage 2000, T-6G, Super Mystere B2, F-86K Sabre, F100D Super Sabre, Mystere IV A, MD 450 Ouragan.

Nem só de aviões vive o museu, havendo muitos outros elementos de interesse a observar.

Nem só de aviões vive o museu, havendo muitos outros elementos de interesse a observar.

O "hall" dos helicópteros e outros dispositivos de voo vertical.

O "hall" dos helicópteros, ultra leves e outros dispositivos de voo, alguns na vertical, como os auto giros e balões.

O curioso Breguet G111 de 1951 qe usava 2 rotores coaxiais e transportava 4 passageiros.

O curioso Breguet G111, experimental, de 1951 que usava 2 rotores coaxiais e transportava 4 passageiros.

O Focke Achgelis FA 330 que equipou alguns submarinos alemães com missão de observação. Estava ligado ao submarino por um cabo (com 300m) e por um telefone. Montava-se em 7 minutos.

O Focke Achgelis FA 330 que equipou alguns submarinos alemães com missão de observação. Tinha um tripulante, estava ligado ao submarino por um cabo (com 300m) e por um telefone e montava-se em 7 minutos.

Pode ver aqui a conclusão deste artigo: EM PARIS NO MUSEU DO AR E DO ESPAÇO (II),  com a  parte desta reportagem dedicada ao período entre guerras, ao Espaço e à exposição relativa à aviação na 1ª Guerra Mundial.

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