100 ANOS DA AVIAÇÃO NAVAL
Por Miguel Machado • 2 Out , 2017 • Categoria: 03. REPORTAGEM, EM DESTAQUE PrintA Marinha Portuguesa está a assinalar o centenário da “Aviação Naval” tendo realizado no passado dia 28 de Setembro uma cerimónia alusiva a esta efeméride. Teve lugar em Lisboa (Belém), junto ao monumento comemorativo da 1ª travessia aérea do Atlântico Sul, e à qual se seguiu uma demonstração aérea e uma parada naval.
Foi a 28 de Setembro de 1917 que através do Decreto 3395, o Presidente da República, Bernardino Machado, sob proposta do Ministro da Marinha, José António Arantes Pedroso (oficial da Marinha de Guerra), cria o «...Serviço de Aviação da Armadas e escola anexa…». Tinha como finalidade garantir a instrução e treino do pessoal destinado a esta especialidade e no mesmo diploma legal aludia-se à urgência de activar em vários pontos do país «…centros de aviação marítima…» não se esquecendo que «…a necessidade de regular todos os serviços de aeronáutica naval, em harmonia com os recursos de que actualmente se dispõe e com as circunstâncias extraordinárias provenientes do estado de guerra…». Estávamos na realidade em plena 1.ª Guerra Mundial e as nossas costas e ilhas também sofriam a ameaça naval inimiga.
Passados exactamente 100 anos sobre a data de publicação do referido Decreto, com a presença do Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, Marcelo Rebelo de Sousa, os “herdeiros” destes pioneiros que então se faziam ao ar a partir de hidroaviões, fizeram uma pequena mostra das suas capacidades e da manobrabilidade do Westland Super Lynx Mk 95.
Cinco destes helicópteros entraram ao serviço da Marinha Portuguesa a partir de 1993, para operar nas fragatas da classe “Vasco da Gama”. Em 2003 chegou a estar previsto na Lei de Programação Militar a aquisição de dois novos Lynx, depois na LPM de 2006 esse número foi reduzido para um, o que também nunca aconteceu. Actualmente estará um curso o programa de modernização dos 5 aprovada em Fevereiro de 2016. Trata-se de um programa que deverá terminar em 2021 destinado a modernizar os aviónicos destes meios aéreos – assegurando desta forma a sua aeronavegabilidade continuada e permanente, sob pena destas aeronaves não poderem operar no espaço aéreo controlado europeu, a partir de 2018 – incluindo-se esta despesa no programa de modernização de meia-vida das fragatas da classe “Bartolomeu Dias” que também os operam.
A foto-reportagem destes eventos é da autoria do Mário Diniz que por diversas vezes tem colaborado com o Operacional, e ao qual agradecemos estas belas imagens!
Após a cerimónia militar em que participaram forças da Marinha e da Força Aérea, posicionadas frente à réplica do hidroavião Fairey IIID que participou na epopeia de 1922, teve lugar uma demonstração de meios aéreos. Elemento central desta actividade um Lynx Mk 95 da Esquadrilha de Helicópteros da Marinha (EHM), a unidade que hoje de algum modo simboliza a “aviação naval”, especialmente pintado para as comemorações em curso. Trata-se do 19201, o primeiro dos 5 que constituem a EHM, que recebeu uma pintura da autoria de Miguel Amaral um designer que se dedica à temática aeronáutica e que como se pode ver em várias imagens fez um excelente trabalho!
O Westland Super Lynx Mk 95 descolou do convés de voo da fragata Vasco da Gama e ficou “em espera” que diversos meios aéreos fizessem a sua passagem pelo local:
- Ultraleves, anfibios;
- 2 Chipmunk da Aero Fenix, Cmdt José Munkelt Gonçalves;
- 2 YAK 52 da Patrulha Acrobática civil YAKSTARS;
- 1 C-295M da Esquadra 502, “Elefantes”, da Base Aérea n.º 6, Força Aérea Portuguesa
Terminadas estas “apresentações” o Lynx fez uma demonstração de capacidades voando sobre o Tejo bem em frente dos olhares e das objectivas dos espectadores e de vários navios da Marinha que se juntaram às comemorações. Aqui fica o que o Mário Diniz viu!
Leia mais no Operacional sobre os Lynk Mk 95 e a EHM:
AS “ASAS” DA MARINHA PORTUGUESA
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