1º e 2º BATALHÕES DE PÁRA-QUEDISTAS CONDECORADOS
Por Miguel Machado • 31 Mar , 2009 • Categoria: 01. NOTÍCIAS Print
Realizou-se em 27 de Março último, em Tancos na Escola de Tropas Pára-quedistas, a cerimónia de condecoração dos Estandartes Nacionais dos 1º e 2º batalhões de Infantaria Pára-quedista da Brigada de Reacção Rápida do Exército, com a Medalha de Serviços Distintos, grau Ouro. Alfredo Serrano Rosa esteve lá e registou para a posteridade mais um reconhecimento do trabalho operacional dos “páras”.
Estas condecorações foram concedidas pelo Presidente da República na sequência de louvor atribuído pelo Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) decorrente da acção de sub-unidades destes batalhões no teatro de operações do Afeganistão entre 2006 e 2008. O CEMGFA, general Luís Valença Pinto, impôs as respectivas insígnias nos Estandartes Nacionais no decurso da cerimónia, na qual também esteve presente o Chefe do Estado-Maior do Exército, general Pinto Ramalho.
Na parada Alferes Pára-quedista Mota da Costa, onde se desenrolou a cerimónia militar, o general CEMGFA proferiu um discurso sobre as missões que as Forças Armadas têm vindo a cumprir no exterior do território Nacional, do qual transcrevemos a parte respeitante ao desempenho dos batalhões agora condecorados.
“…É a necessidade muito forte de cooperação internacional, como fórmula obrigatória para dar resposta às novas e diversificadas ameaças que se colocam às sociedades contemporâneas, que torna imperativo o crescente carácter expedicionário das Forças Armadas. No caso nacional a percepção do perigo real dessas ameaças tem sido enfrentada directamente pelos militares que têm sido empenhados em diversificados e muito complexos teatros de operações.
São a resposta construtiva e responsável que Portugal tem dado a esse tipo de ameaças e o reconhecimento da qualidade com que é feita, que estão na base desta cerimónia.
Os militares dos dois Batalhões Pára-quedistas, que hoje se honram com as condecorações que as suas Unidades irão justamente receber, enfrentaram durante o período dos seus destacamentos, todos os tipos de violência e de dificuldades no difícil teatro de operações do Afeganistão.
Foram soldados competentes, audazes, corajosos e determinados no cumprimento da missão militar que o País lhes confiou. No cotejo com forças de mais de quarenta países foram pelo menos tão bons e tão capazes como os melhores.
São características inteiramente em linha com as tradições históricas sobejamente reconhecidas às tropas “Pára-quedistas” e que as actuais unidades pára-quedistas, naturalmente ajustadas aos novos requisitos operacionais como Força especializada e de elevado grau de prontidão, herdaram, sem prejuízo, antes pelo contrário com benefício, para a sua obrigatória adequação aos novos requisitos operacionais como força militar coerente e de elevado grau de prontidão.
Ontem como hoje os valores por que se motivaram, empenharam e combateram estas diferentes gerações de Paraquedistas são no essencial os mesmos, consubstanciando-se na inerente defesa do valor maior e que se resume a uma só palavra – Portugal.
Honremos e respeitemos valores e tradições. Saibamos com lucidez reconhecer as diferenças de contexto e os correspondentes imperativos de evolução.
Militares do 1º e 2º Batalhão Pára-quedistas que fizeram parte da Força de Reacção Rápida da Força Internacional de Segurança e Assistência da NATO (ISAF), no Teatro de Operações do Afeganistão.
As condecorações que no seu superior critério Sua Excelência o Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, entendeu atribuir colectivamente aos vossos Batalhões, significam uma honra para vós, para o Exército e para as Forças Armadas. Com estas condecorações a República Portuguesa faz justiça aos 1º e 2º BIParas reconhecendo publicamente os serviços excepcionais, relevantes e distintos, prestados por vós a Portugal no Teatro de Operações do Afeganistão.
São condecorações que premeiam a coesão e o espírito de corpo que vos permitiram vencer situações particularmente difíceis. Situações em que foram postas à prova as vossas elevadas qualidades de abnegação, robustez física e psicológica e sentido patriótico, do que resultou o prestígio e a afirmação das Forças Armadas e do nosso País, num ambiente operacional muito exigente e com elevados riscos.
Locais como Kandahar, Farah, Herat, Bagrami, ou as regiões de Paghman, Chahar Asiab Musahi, Shakar Darreh, Estalef e Jabbar, ficarão na memória de todos vós, certamente pelas circunstâncias de elevada adversidade e alto nível de ameaça, pelas condições extremas de frio e calor, pelas dificuldades do terreno e pelas duras exigências das operações. Mas também pela serena convicção do vosso sentido de dever, fazendo salientar qualidades de esclarecido e excepcional zelo, de elevado sentido de missão, disciplina e invulgar espírito de sacrifício e abnegação. Estas são aliás qualidades que evidenciam as principais características do soldado português e que vos permitiram granjear enorme respeitabilidade e credibilidade no seio da ISAF, tornando-vos referência e exemplo para as restantes forças.
Com a vossa acção afirmaram e protegeram interesses e responsabilidades nacionais.Com a vossa acção foram promovidas e melhoradas a segurança, a estabilidade e a qualidade de vida das populações do Afeganistão…”
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